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A Analise das Demonstrações Financeiras

Por:   •  11/9/2022  •  Trabalho acadêmico  •  5.851 Palavras (24 Páginas)  •  93 Visualizações

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FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISAS EM CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS – FUCAPE

CÉSAR CARLOS SOARES DE ALMEIDA

FLAUZELITON JOSÉ APARECIDO GONÇALVES

HUGO DA SILVA RABELO

ANÁLISE FINANCEIRA DA SMILES FIDELIDADE S.A.

RELEVANTE EMPRESA DO MERCADO DE FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES

Proposta de avaliação e interpretação de informações contábeis com foco no processo de decisão dos seus principais usuários. Trabalho apresentado como exigência parcial para conclusão do Mestrado Profissional em Contabilidade pela FUCAPE Business School, apresentado na disciplina de Análise das Demonstrações Contábeis, Professor Doutor Felipe Ramos Ferreira.

BRASÍLIA

2018

  1. Introdução

Smiles Fidelidade S.A., companhia inserida no mercado de fidelização de clientes, oferece em sua plataforma web um breve relato de sua trajetória e de seu perfil corporativo (SMILES, 2018). De tal relato, destaca-se que a companhia fora constituída em julho de 2012 para gerir, administrar e operar com exclusividade, a partir de janeiro de 2013, o Programa Smiles, todavia, sua história retroage à 1994, ocasião do lançamento do programa pela então companhia aérea Varig. Com isso, alguns momentos da trajetória do programa merecem destaque, para que se possa assim, ampliar a compreensão do modelo de negócios da companhia.

Conforme dito, o Programa Smiles foi lançado em 1994 com o objetivo de fidelizar os passageiros da então companhia aérea Varig; em seguida, o programa foi potencializado, ou seja, o ganho e acumulo da unidade de medida (milhas) foi acelerado por intermédio da emissão e uso de cartões de crédito vinculados ao programa; por fim, inúmeras parcerias provenientes do segmento de viagem e entretenimento consolidaram o constante crescimento da base de participantes.

Em 2007 o programa passou a pertencer à Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A., por ocasião da alienação da Varig e, por fim, a partir de 2013 o Programa tornou-se uma companhia independente, resultado de uma reestruturação societária da Gol que obteve em abril de 2013, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a autorização para oferta pública inicial de ações.

Atualmente, a Smiles é um dos maiores programas de coalizão do Brasil e gestora exclusiva do Programa Smiles. O modelo de negócios da Companhia é baseado no desenvolvimento de um programa de coalizão "puro", constituído de uma única plataforma de acúmulo e resgate de Milhas, por meio de uma ampla rede de Parceiros Comerciais e financeiros, dos quais a Companhia Gol figura como a principal parceira comercial.

A restruturação societária executada pela Gol vai de encontra ao proposto por Atkinson et al. (2015, p. 180) ao sugerirem que as empresas devem gerenciar os relacionamentos com clientes para persuadi-los a usar um maior escopo [...] de serviços, logo, ungidos por esse princípio, nos últimos anos, inúmeras companhias concentraram esforços e recursos para criar programas de fidelização de clientes a fim de, obviamente, elevar suas receitas e resultados.

Quanto as receitas, há de se destacar que as do mercado de fidelização de clientes se restringem, basicamente, ao efetivo resgate das bonificações prometidas aos clientes, prática que se traduz na atividade principal do setor; às receitas financeiras geradas pelos recursos em caixa relativos às bonificações prometidas aos clientes e que não foram ainda resgatadas (receitas diferidas); e por fim, às bonificações prometidas aos clientes que se expiraram devido ao fim da vigência de tais promessas, ou seja, que não foram resgatadas a tempo pelos clientes e que são denominadas de receita de breakage.

Nessa perspectiva, não se distanciando da proposta em tela, destaca-se que há vários Projetos de Lei em tramitação no Congresso Nacional que buscam, de alguma forma, regular o mercado de fidelização de clientes no Brasil. Tais discussões encontram-se materializadas nos PL 1.257/2011, PL 4.015/2012, PL 6.484/2013, PLS 642/2015, PL 5.225/2016, PL 6.627/2016, entre outros.

A discussão repercute, em linguagem contábil, se as receitas a priori reconhecidas como receitas diferidas no passivo podem ser a posteriori reconhecidas no resultado das empresas de fidelização de clientes sob a denominação de receitas com breakage, devido à aludida alegação de expiração do prazo de vigência das bonificações outrora prometidas aos clientes.

Enfatiza-se que não há no Brasil qualquer regulação governamental que proíba as companhias do setor a procederem com o reconhecimento de receitas com breakage, todavia, uma interferência do Estado poderia trazer sensíveis impactos ao setor, bem como, há poucos estudos que se proponham a tornar mais compreensível o processo de reconhecimento de receitas do mercado de fidelização de clientes.

Quanto a Estrutura Societária, a Smiles possui um capital social de R$ 185,3 milhões distribuídos em 124.007.953 ações ordinárias das quais, 52,6712% pertencem à Gol Linhas Aéreas Inteligentes S.A. e as demais, 47,3288%, pertencem a outros e são negociadas no NOVO MERCADO da BM&FBOVESPA (SMLS3).

  1. Análise das Demonstrações Financeiras
  1. Indicadores de Liquidez

Os indicadores de liquidez refletem, de maneira geral, a situação financeira de curto e longo prazos de uma empresa em relação aos seus compromissos financeiros e possuem as seguintes nomenclaturas: Liquidez Geral, Liquidez Corrente, Liquidez Seca e Liquidez Imediata.

  1. Liquidez Geral

A Liquidez Geral reflete uma relação entre os ativos de natureza não permanente, frente às obrigações de curto prazo e longo prazo. A priori quanto maior essa métrica melhor, pois a companhia, no curto e longo prazo, disporá de recursos para cumprir suas obrigações. Abaixo, podemos verificar a evolução do indicador:

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No quarto trimestre de 2013, este indicador apresenta seu maior desempenho. Isto se explica devido, principalmente a duas contas: Baixo nível de receitas diferidas no passivo e um alto volume de adiantamentos a fornecedores (R$ 1,38 milhão) no ativo. De acordo com as notas explicativas, relativa aos adiantamentos a fornecedores:

A Companhia firmou em 10 de maio de 2013 o segundo contrato de compra antecipada de passagens aéreas com sua coligada VRG. Com base neste contrato, a Companhia adquire mensalmente passagens aéreas da VRG com a taxa de desconto condicional sobre o custo das passagens com base no CDI, que corresponde a 12,49% ao ano na data do contrato. Tal desconto está condicionado ao consumo do montante total transacionado em até 04 anos contados da data da assinatura do contrato. Em 31 de dezembro de 2013, o saldo de adiantamento para compra de passagens era de R$351.403 (R$91.808 em 31 de dezembro de 2012) classificados no ativo circulante e R$1.031.423 classificados no ativo não circulante.

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