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Aspectos Etimológicos e Históricos

Por:   •  15/6/2018  •  Monografia  •  857 Palavras (4 Páginas)  •  137 Visualizações

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Estilo Kitsch │

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A estética do Ocidente modificou-se a partir do século XIX com a expansão da industrialização. O cenário mundial passou a valorizar os bens culturais uma vez que houve a generalização desses bens e não apenas a aristocracia teve acesso como era até então, mas sim, todas as massas culturais e classes sociais. Entretanto, com essa generalização dos produtos e expansão dos mesmos, passou-se a comercializar e circular pelos mercados bens culturais falsos e que remetem uma cópia ao glamour das classes mais altas.

Kitsch: aspectos etimológicos e históricos

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Como conseqüência da expansão dos bens e da democratização, está o surgimento do Kitsch. “A sedução do Kitsch se encontra nessa ilusão de compartilhar os efeitos atraentes da arte, como eco das suas promessas de felicidade”.

O sentido do termo Kitsch é bastante discutido, entretanto, para a maioria dos estudiosos, ele deriva do alemão Kitschen e têm por sentido “recolher o lixo” ou “fazer móveis novos com velhos” (MOLES,1995,P.10 apud).

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O estilo Kitsch busca refletir e direcionar na sensibilidade individual, e serve de exemplo para tal afirmativa o uso dos objetos religiosos, os quais simbolizam um ser transcendental e fazem cada fiel crer na sua divindade e no seu poder superior, visto que existem milhares de pessoas com os mesmos objetos e por conseqüência tendo as mesmas experiências transcendentais.

A “lágrima Kitsch”        

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O estilo Kitsch gera um fenômeno em que por mais que os objetos sejam fabricados em massa e toda população têm acesso, eles se tornam íntimos a cada um e cria-se uma relação íntima e pessoal.

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“A reprodução em massa de objetos contribuiu para afirmar a singularidade, a qualidade de “único entre todos”. Permitiu também que o “colecionador” criasse relações dinâmicas com os objetos”.

Essa contribuição fez com que seja possível suscitar emoções suaves e acolhedoras.

O estilo Kitsch não exige um estudo sobre a história e sobre os conhecimentos básicos da arte, sendo assim, para que esse estilo exista, basta fazer uso do emocional de cada ser humano.

“O kitsch faz nascer, uma após outra, duas lágrimas de emoção. A primeira lágrima diz: como é bonito crianças correndo no gramado! A segunda lágrima diz: como é bonito ficar emocionado, junto com toda humanidade, diante de crianças correndo no gramado! Somente essa segunda lágrima faz com que o Kitsch seja o Kitsch.”(apud Kundera)

Na arte moderna, a “lágrima” nasce do encontro do sujeito com seu próprio limite, no encontro com a crítica radical à tendência de desejar respostas que sejam prazerosas vindas dos objetos.

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O Kitsch, segundo Solomon (1991), produz como efeito expressões que são consideradas como emocionalmente ingênuas e imaturas. Um exímio exemplo são as estatuas e objetos de sapinho sorridente, as quais são consideradas pelos kitsch como “fofinho” ou “meigo”.

Ainda de acordo com Solomon, o Kitsch manipula nossas emoções e fazem com que sejam evocadas “falsas emoções” ou ainda “baratas” e “fáceis”. O kitsch e o sentimentalismo distorcem nossas percepções e dessa maneira, interferem na compreensão racional do mundo.

O Kitsch como transgressão

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O Kitsch pode ser considerado como uma marca de identidade, uma vez que, apesar de

seus interesses econômicos, ele pode servir para compreender e reafirmar as relações que o ser humano constrói com o espaço onde vivem. As obras Kitsch mostram muito da identidade de seu criador e isso garante a afirmação social do ser humano.

A arquitetura, baseada pelo arquiteto Louis Sullivan diz que a forma segue a função e dessa forma, as construções são feitas para suprir as necessidades de moradia. Sendo assim,  era necessários deixar para trás os “enormes pedaços de nossa vestimenta sentimental de outrora” e transformar as casas modernas em uma “máquina de morar”.

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Na visão funcionalista, aplicada por LE CORBUSIER, a casa deveria ser uma “máquina de morar”, e por esse motivo deveria se inspirar no inventor do avião, o qual é uma “máquina para voar” e não deve se espelhar em aves para que sua função seja atingida.

De acordo com LE CORBUSIER, uma casa deve servir como abrigo ao ser humano, deve ser o refúgio contra os fenômenos da natureza e contra o próprio homem, logo, qualquer objeto ou enfeito seria desnecessário para a composição da moradia, pois corromperia a beleza e a funcionalidade da casa.

“Examinando sob o ponto de vista dos princípios da arquitetura funcionalista, o Kitsch é um verdadeiro escândalo estético.”

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De acordo com Moles (1975), nós construímos edifícios com funções participativas e não apenas contemplativas, logo, somos habitantes-construtores, organizamos e decoramos nossos espaços conforme nossa história e conforme nossas nostalgias e dessa maneira, personalizamos nossos lares de acordo com nossa visão de mundo.

Os cenários Kitsch, sejam internos ou externos, com suas colagens, seus símbolos religiosos e todo seu extenso panorama de exageros, buscam criar uma “zona de aconchego”, adaptando os espaços de acordo com seus anseios.

“Os objetos Kitsch que se acumulam nas casas são transgressores por desafiarem o cinza urbano e o ascetismo das fábricas e do asfalto.”

“O kitsch é um agradável escape às expectativas artificiais da vida quotidiana moderna. Como todo escape, é uma fuga; e, como toda fuga, uma transgressão.”

A casa é o lugar de sobrevivência do ser humano,  logo, é o melhor lugar para que o aspecto transgressor do Kitsch se manifeste.

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