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Auditoria Independentes das Demonstrações Contábeis

Por:   •  7/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  6.586 Palavras (27 Páginas)  •  329 Visualizações

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Auditoria Independentes das Demonstrações Contábeis.

Paolo Giuseppe Lima de Araújo, Contador, Mestre em Controladoria e Auditor.

Resumo

O objetivo desse artigo é a apresentação de uma visão geral e principais aspectos a serem considerados para a realização de auditoria contábil ou auditoria independente das demonstrações contábeis. Este trabalho foi desenvolvido basicamente através de pesquisa bibliográfica e está dividido em planejamento do trabalho, análise do sistema de controle interno, demonstrações contábeis a serem auditadas e procedimentos para contas ou grupos de contas e parecer de auditoria.

Introdução

O objetivo global de uma auditoria independente de demonstrações contábeis é a expressão de uma opinião se as demonstrações se encontram apresentadas de acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos, ou, como se diz no Brasil, com as práticas contábeis adotadas.

O processo de auditoria, para a obtenção do resultado final, consiste em diversos passos que são executados em uma seqüência lógica, da mesma forma que apresentada neste trabalho.

Inicialmente deve-se planejar o trabalho como um todo, identificando o que deve ser feito, quando deve ser feito, como deve ser feito, relacionando com os objetivos do trabalho como um todo.

Na seqüência, que deve ser feita concomitante com o planejamento, deve-se levantar, entender e caso possível, testar o sistema de controle interno. Esta atividade, dentro da auditoria contábil, é executada em diversos passos, que são apresentados de forma lógica, mas que, na realização dos trabalhos podem ser feitas ao mesmo tempo. A análise do sistema de controle interno influencia na próxima etapa da auditoria: teste substantivo ou teste de saldo das contas.

Testado o sistema de controle interno e sua relação com as contas ou grupos de contas contábeis, deve-se então testar estas contas através da realização dos diversos procedimentos de auditoria: confirmação com terceiros, análise de documentos, vistorias, observações, questionamentos, entre outros.

Por fim, após a realização de todo o trabalho planejado, apresenta-se as conclusões dos trabalhos através da elaboração e divulgação do parecer de auditoria.

Este trabalho foi dividido de acordo com os passos acima, onde é demonstrado a importância e os principais aspectos a serem a serem considerados nas atividades acima descritas.

1 Planejamento e visão geral sobre o trabalho de auditoria contábil

O planejamento é o primeiro passo do trabalho de auditoria contábil e resumidamente, consiste em identificar o que é importante par ao trabalho, o que deve ser executado, como deve ser executado e quando deve ser executado. O processo de julgamento de quais contas provavelmente contém distorções relevantes e de obtenção de evidências a respeito da apresentação adequada das demonstrações envolve vários passos.

Boynton, Johnson e kell (2002, p.172)  relaciona sete passos importantes no planejamento e realização de uma auditoria de demonstração contábil. São eles: (a) obtenção de entendimento do negócio e da indústria; (b) identificação de afirmações relevantes que constam da demonstração; (c) decisão sobre quais valores são materiais para os usuários da demonstração; (d) obtenção de evidência sobre os componentes do risco de auditoria; (e) obtenção de evidência mediante procedimentos de auditoria, inclusive procedimentos para o entendimento dos controles internos, realização de testes sobre tais controles e realização de testes substantivos; (f) determinação de como as evidencias constatadas serão utilizadas para fundamentar o parecer de auditoria, outras comunicações para o cliente e outros serviços que agregam valor; e (g) comunicação das descobertas.

Boynton, Johnson e kell (2002, p.172) enfatiza que o auditor deve desenvolver um entendimento do negócio e da indústria em que a entidade a ser auditada está inserida para entender se os princípios contábeis estão sendo aplicados de forma adequada, bem como desenvolver expectativas a respeito das demonstrações contábeis.

Para administrar o trabalho, o auditor a decompõe o trabalho em auditorias das principais contas e classes de transações, e em auditoria das afirmações constantes de cada saldo de conta e classe de transação constante da demonstração.

Nesse momento, o auditor toma importantes decisões de planejamento a respeito do que é relevante na demonstração contábil (relevância) e do risco de que contenha informações materiais enganosas (risco de auditoria). Essas decisões preliminares orientam a realização de procedimentos de auditoria para coletar evidências sobre as transações realizadas, e sobre a adequação da apresentação adequada da demonstração contábil.

Ao coletar evidências a respeito da apresentação adequada das demonstrações contábeis, o auditor também utiliza o conhecimento que obtém nesse processo, para determinar se há outras recomendações que agregam valor que possa ser úteis à administração e ao conselho de administração.

Finalmente, o auditor termina seu trabalho com a comunicação das descobertas da auditoria, com a emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis com comunicações ao comitê de auditoria e com outras comunicações ao conselho de administração e à administração, referentes a recomendações que agregam valor.

O processo de auditoria sugerido por Boynton, Johnson e kell tem como base o que determina a Norma Internacional de Auditoria (NIA) 300. Essa Norma determina que o auditor deve desenvolver e documentar um plano global de auditoria que descreva o alcance e a conduta esperados da auditoria. Os aspectos descritos na NIA 300 que devem ser considerados pelo auditor ao desenvolver o plano global de auditoria incluem:

  1. Conhecimento do negócio: (i) condições do setor e fatores gerais que afetam o negócio da entidade; (ii) características importantes da entidade, seu negócio, seu desempenho financeiro e suas exigências de relatório, incluindo as mudanças desde a data da auditoria anterior; e (iii) nível geral de competência da administração.
  2. Entendimentos dos sistemas contábeis e de controle interno: (i) as políticas contábeis adotadas pela entidade e as mudanças dessas políticas; (ii) o efeito de novos pronunciamentos contábeis e de auditoria; e (iii) o conhecimento cumulativo que o auditor tiver dos sistemas contábeis e de controle interno e a ênfase relativa que se espera que seja colocada nos testes de controle e procedimentos de comprovação.
  3. Risco e relevância: (i) as avaliações esperadas de riscos inerentes e de controle e a identificação de áreas de auditoria significativas; (ii) o estabelecimento de níveis de relevância para fins de auditoria; (iii) a possibilidade de distorções relevantes, incluindo a experiência de períodos passados ou fraude; (iv) a identificação de áreas contábeis complexas, incluindo as áreas que envolvem estimativas contábeis.
  4. Natureza, época e extensão dos procedimentos: (i) possível mudança de ênfase em áreas de auditoria específicas; (ii) o efeito da tecnologia da informática sobre a auditoria; e (iii) o trabalho da auditoria interna e seu efeito esperado sobre os procedimentos de auditoria externa.
  5. Coordenação, direção, supervisão e revisão: (i) o envolvimento de outros auditores na auditoria de componentes, como, por exemplo, subsidiárias, filiais e divisões; (ii) o envolvimento de especialistas e/ou peritos; (iii) o número de locais; e (iv) exigências de pessoal.
  6. Outros assuntos: (i) a possibilidade de que o pressuposto de continuidade operacional esteja sendo questionado; (ii) condições que exigem atenção especial, tais como existência de partes relacionadas; (iii) as condições do trabalho e quaisquer responsabilidades legais; (iv) a natureza e época dos relatórios ou outras comunicações com a entidade que são esperadas do trabalho.

Os mesmos processos acima, de forma geral, estão presentes nas normas brasileiras (NBC T 11). Também é importante observar, que nos planejamentos dos trabalhos, de acordo com a NBC T 11, Quando for realizada uma auditoria pela primeira vez na entidade, ou quando as demonstrações contábeis do exercício anterior tenham sido examinadas por outro auditor, o planejamento deve contemplar os seguintes procedimentos:

  1. Obtenção de evidências suficientes de que os saldos de abertura do exercício não contenham representações errôneas ou inconsistentes que, de alguma maneira, distorçam as demonstrações contábeis do exercício atual. Essa obtenção poderá ser efetuada através da revisão dos papeis de trabalho do auditor anterior ou da realização de procedimentos de auditoria no saldo inicial;
  1. Exame da adequação dos saldos de encerramento do exercício anterior com os saldos de abertura do exercício atual;
  2. Verificação se as práticas contábeis adotadas no exercício atual são uniformes com as adotadas no exercício anterior;
  3. Identificação de fatos relevantes que possam afetar as atividades da entidade e sua situação patrimonial e financeira; e
  4. Identificação de relevantes eventos subseqüentes ao exercício anterior, revelados ou não revelados.

Em termos práticos, o planejamento dos trabalhos de auditoria envolve os seguintes passos: (a) definição do trabalho a ser executado; (b) identificação da equipe de trabalho; (c) definição das épocas previstas de visita; (d) atualização dos negócios do cliente; (e) determinação de materialidade; (f) determinação de contas importantes para a auditoria; (g) entendimento dos sistemas que afetam as contas importantes; (h) julgamento preliminar de risco; (i) elaboração de um orçamento de horas; (j) preparação do plano geral de auditoria; e (k) preparação dos programas de auditoria.

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