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BERGER, A CONTRUÇÃO SOCIAL DA REALIDADE.

Por:   •  3/9/2015  •  Relatório de pesquisa  •  1.736 Palavras (7 Páginas)  •  284 Visualizações

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BERGER, A CONTRUÇÃO SOCIAL DA REALIDADE.

     A obra analisada coloca-se como um tratado a respeito da Sociologia do Conhecimento, no sentido de ser uma análise de como o Homem constrói o seu próprio conhecimento da realidade, tratando das relações entre o pensamento humano e o contexto social dentro do qual ele vive.  

     Realidade esta que existe independente de nós, entendida no âmbito sociológico como sendo o conjunto de fatos que acontecem no mundo independente da vontade do indivíduo. Mas que ao ser vista e percebida em perspectivas diferentes pelos ditos Homens comuns forma o conhecimento.

     Assim, também neste contexto sociológico, o conhecimento pode ser definido como a interpretação que o indivíduo faz da sua realidade, são os aspectos que o indivíduo pensa que compõem a realidade.

     Realidade esta que ainda apresentam-se de forma sui gêneses entre a facticidade objetiva e o significado subjetivo.

     Se fosse para reproduzir em poucas palavras a essência do entendimento do livro, sintetizaria focando que a realidade da qual temos consciência, o conhecimento que temos dela, é um produto da sociedade. Sociedade essa construída pelo próprio homem. Assim ao mesmo tempo em que o Homem constrói e molda a sociedade é por ela influenciado, é por ela moldado.  

     A obra explora a questão apresentada passando por uma abordagem dos aspectos sociológicos da realidade e conhecimento, pela análise dos fundamentos do conhecimento na vida cotidiana, pela análise da sociedade como realidade objetiva e pela análise da sociedade como realidade subjetiva.

     Na sequência deste trabalho estão apresentados os aspectos considerados relevantes na obra analisada, expostos segundo a estrutura da própria obra. “No seu Tratado de Sociologia” do Conhecimento intitulado “A Construção Social da Realidade” (op.cit, pp.124/132), Peter Berger e Thomas Luckmann desenvolvem uma análise dos processos de legitimação pelos universos simbólicos que toma por base a intersubjetividade e a biografia individual. Abordam o problema da transmissão a uma nova geração das “objetivações da ordem institucional”, assim tornada histórica. Quer dizer, a legitimação é uma questão de tradição teórica, incluindo as explicações e justificações.

     Para Berger e Luckmann os universos simbólicos são passíveis de cristalização segundo processos de objetivação, sedimentação e acumulação do conhecimento. Esses processos de cristalização levam a um mundo de produtos teóricos que, porém, não perde suas raízes no mundo humano de tal sorte que os universos simbólicos se definem como produtos sociais que têm uma história. Esta condição única do indivíduo na sociedade é construída tendo como elementos básicos tanto os aspectos culturais do grupo social no qual o indivíduo está inserido, quanto as escolhas e os critérios de decisão do referido indivíduo. Assim, ele não assume apenas papel de fantoche, mas também de ator, embora fortemente influenciado pela realidade. Esta possibilidade de assumir o papel de ator e não de fantoche, é que move e constrói a sociedade, bem como a identidade individual.

     Desse modo, se quisermos entender o significado desses produtos temos de entender a história da sua produção, em termos de objetivação, sedimentação e acumulação do conhecimento.

O FILME A CLASSE OPERARIA

     Considerado como um dos clássicos do cinema político italiano dos anos 60 e 70 o filme “A classe operária vai ao paraíso”. Traz a tona à questão do debate em torno do engajamento dos operários na vida política europeia e particularmente, italiana. Lulu personagem principal da trama é um operário padrão e por isso, desperta a ira dos colegas, pois é extremamente produtivo e tido como exemplo pela direção da empresa, essa busca desenfreada por produzir muito tem um propósito, a tentativa de ganhar um valor extra no salário referente a uma premiação por peça. Algo que o faz até mesmo submeter-se a servir de parâmetros para os demais colegas, os quais deveriam ser tão produtivo quanto Lulu. Depois de sofrer um acidente de trabalho, e na condição de desempregado, o operário é obrigado a encarar sua posição de indivíduo deformado pelo capital, vendedor de força de trabalho, consumidor de mercadorias, incapaz de corresponder à expectativa da família, dos companheiros de trabalho e do capital simultaneamente. Ele conscientiza-se da própria alienação, e paulatinamente se integra na atuação sindical, que culmina na sua readmissão ao emprego. Mas ele não é mais o mesmo operário modelo e não tem mais as mesmas ilusões de realização dentro do consumismo. Lulu tem como base o triple que são: o discurso extremista dos estudantes, a postura moderada e pragmática dos sindicalistas e, sobretudo, seu velho companheiro de trabalho, Militina, que devido ao trabalho da fábrica acabou enlouquecendo, indo parar em um manicômio. É possível perceber de forma espetacular a questão da alienação do trabalho no capitalismo ao observarmos a conversa de Lulú e Militina, onde este, tido como louco e dentro de sua ‘loucura’, lembra-se do questionamento que fazia sobre a utilidade das peças que produziam. O paraíso ao qual Lulu sonha é justamente o mundo capitalista da burguesia, ele gira em círculos com sua raiva, frustração, desânimo, sem saber como encontrar a solução para a existência autodestrutiva em que vive, e a solução somente será descoberta ao custo de muita luta e sofrimento.

     Os processos de percepção indenitária são construídos social e reflexivamente (é na relação comunicativa de cada um com os outros que se produz a percepção de pertencimento).

Também as identidades ideológicas são fenômenos de natureza simbólica. Mais do que

decorrência de fatos objetivos da vida – como a efetiva classe social à qual se pertence ou

os dados socioeconômicos concretos de um indivíduo ou grupo, as identidades

Ideológicas se revelam na adesão a um discurso (um artefato comunicativo) portador de

determinados valores e visões e mundo. O objetivo do presente trabalho é apontar como a

identidade liberal na contemporaneidade é tributária das argumentações baseadas nos

conceitos de incerteza e ignorância desenvolvidos principalmente pelos economistas

Friedrich Hayek e Herbert Von Mises. Para exemplificar a presença dos argumentos desses

autores na visão liberal contemporânea, o artigo analisa as estruturas discursivas utilizadas

pelo principal jornal venezuelano – El Universal - para criticar o governo de Hugo Chávez,

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