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Social de construção da realidade

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Por:   •  7/4/2013  •  Pesquisas Acadêmicas  •  4.881 Palavras (20 Páginas)  •  864 Visualizações

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Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Mestrado em Administração – PPAGEI

R E S E N H A C R Í T I C A

Aluno: Luiz Carlos de Almeida Oliveira Data: outubro de 2000

Professora: Dra. Isabella Freitas G. de Vasconcelos

Identificação da Obra: A Construção Social da Realidade - Editora Vozes Ltda., 1976, Petrópolis.

Autor: Berger, Peter L. e Luckmann, Thomas. Professores de Sociologia na Rutgers University e Universidade de Frankfurt, respectivamente. Autores representativos do Interacionismo Simbólico.

Introdução

A obra analisada coloca-se como um tratado a respeito da Sociologia do Conhecimento, no sentido de ser uma análise de como o Homem constrói o seu próprio conhecimento da realidade, tratando das relações entre o pensamento humano e o contexto social dentro do qual ele vive.

Realidade esta que existe independente de nós, entendida no âmbito sociológico como sendo o conjunto de fatos que acontecem no mundo independente da vontade do indivíduo. Mas que ao ser vista e percebida em perspectivas diferentes pelos ditos Homens comuns forma o conhecimento.

Assim, também neste contexto sociológico, o conhecimento pode ser definido como a interpretação que o indivíduo faz da sua realidade, são os aspectos que o indivíduo pensa que compõem a realidade.

Realidade esta que ainda apresenta-se de forma sui gêneres entre a facticidade objetiva e o significado subjetivo.

Se fosse para reproduzir em poucas palavras a essência do entendimento do livro, sintetizaria focando que a realidade da qual temos consciência, o conhecimento que temos dela, é um produto da sociedade. Sociedade essa construída pelo próprio homem. Assim ao mesmo tempo que o Homem constrói e molda a sociedade é por ela influenciado, é por ela moldado.

O obra explora a questão apresentada passando por uma abordagem dos aspectos sociológicos da realidade e conhecimento, pela análise dos fundamentos do conhecimento na vida cotidiana, pela análise da sociedade como realidade objetiva e pela análise da sociedade como realidade subjetiva.

Na seqüência deste trabalho estão apresentados os aspectos considerados relevantes na obra analisada, expostos segundo a estrutura da própria obra.

A realidade e o indivíduo (a geração do conhecimento)

A relação entre o indivíduo e o mundo social é ditada pela percepção do mundo que o indivíduo tem, que passa a ser o seu conhecimento, e que construiu influenciado pelo próprio mundo e pelo seu significado subjetivo. Assim a realidade social vai se reforçando e se moldando na dialética da facticidade objetiva e significado subjetivo, dando, entretanto, caráter de afastamento da realidade a eventuais desvios radicais da ordem institucionalizada.

A citada construção se dá em três níveis: indivíduos (como citado), grupo e sociedade. O indivíduo percebe os fatos, aplica nesses fatos os seus valores e obtém seu conhecimento, formando assim a sua ideologia individual, ou seja, se conjunto de idéias individuais, seus valores. Numa segunda instância, observa-se que esse indivíduo pertence a vários grupos, ou a uma classe, e suas idéias também ajudarão a formar a ideologia desses grupos e dessa classe juntamente com o contexto social em que estão inseridos. Os vários valores, as várias ideologias de classes, vão coexistir, interagir-se subjulgar uma às outras formando o que pode ser chamado de ideologia, O conjunto de idéias da sociedade.

Essa questão é de dupla mão, pois tanto os indivíduos como os grupos constróem e influenciam na sociedade quanto a sociedade influencia nos grupos e nos indivíduos.

Outra questão, cujo extremo foi citado anteriormente como afastamento da realidade, é que nenhum indivíduo ou grupo vai conseguir passar todas as suas idéias para o outro de modo que estas sejam aceitas integralmente. Assim surge classificações para os indivíduos como: mais alienados, menos alienados, revolucionários, loucos etc. As sociedades buscam, também, mecanismos de exclusão dos casos extremos, chegando inclusive a eliminação pela morte.

Os Fundamentos do Conhecimento da Vida Cotidiana

A vida cotidiana apresenta-se como uma realidade interpretada pelo Homem comum. Os autores apresentam uma diferenciação entre os Homens comuns e os filósofos, atribuindo aos primeiros uma interpretação simples da realidade, no contexto da sua vida diária, enquanto que atribui aos segundos um constante questionamento da realidade.

O estudo proposto parte da análise da consciência desse Homem comum, considerando principalmente que é na realidade da vida cotidiana que a sua consciência é exigida ao máximo, daí a necessidade de abordar alguns fundamentos do conhecimento dessa vida cotidiana.

Temos a consciência também que o mundo apresenta diversas realidades, que existem choques entre as percepções dessas realidades, mas que permanece como fundamental a percepção da vida cotidiana. Por exemplo, as artes ou as religiões são produtores de outros significados, de outras realidades.

A realidade da vida cotidiana apresenta-se ao homem de forma já pronta. Nascendo num determinado local, numa determinada época, numa determinada família, com determinadas influências políticas, religiosas ou culturais o homem passa a incorporar estes aspectos antes de ter condições de influenciar sobre eles. Esta realidade já pronta apresenta também duas possibilidades: uma mais próxima e outra mais longe. A mais próxima é a com a qual se tem o convívio diário, a mais longe refere-se a que não existe um convívio diário mas existe uma relação de proximidade pelo assunto ou pelo interesse.

A intersubjetividade também está presente na realidade cotidiana, ao participar do mundo junto com os demais indivíduos. Isso distingue a realidade cotidiana das outras que ele tem consciência, como o mundo dos sonhos. A realidade cotidiana pode ser interpretada de diversas formas dependendo que quem o faz. Porém há um senso comum, que é a realidade que todos partilham e fazem parte.

Assim, mesmo existindo um visão já estabelecida, cada um tem experiências

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