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Empreendedorismo na Gestão do Curso de Ciências Contábeis de IES’s do Norte Brasileiro: uma contribuição para o desenvolvimento regional da profissão contábil

Por:   •  17/10/2017  •  Resenha  •  2.040 Palavras (9 Páginas)  •  335 Visualizações

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Resumo: Empreendedorismo na Gestão do Curso de Ciências Contábeis de IES’s do Norte Brasileiro: uma contribuição para o desenvolvimento regional da profissão contábil

Grandes são as preocupações por parte das Instituições de Ensino Superior (IES) em preparar seus alunos para as necessidades e constantes mudanças da sociedade. Para isso buscam formar profissionais que saibam planejar e gerenciar riscos, aptos a realizar mudanças e inovações, ou seja, profissionais com características empreendedoras. Essa pesquisa propôs efetuar um levantamento das grades curriculares de ciências contábeis das IES do Estado do Paraná participantes do ENADE 2012 com o intuito de identificar as principais características do ensino do empreendedorismo nos cursos de Ciências Contábeis das IES do Estado do Paraná Esse é um estudo de natureza descritiva e qualitativa, cuja coleta de dados se deu por meio de análise documental e entrevistas. Os resultados da pesquisa documental evidenciam que as IES pesquisadas oferecem aos alunos de contabilidade disciplinas de Empreendedorismo ou relacionadas, porém a presença é maior em IES privadas. Por meio de entrevistas, destaca-se que as IES consideram a disciplina de empreendedorismo importante, entretanto, em alguns casos, acaba sendo preterida por outra disciplina técnica, em função da duração do curso. Os resultados da entrevista dão conta também da importância do aluno na busca por ensinamentos fora das salas de aula para formação complementar.

Muitas pessoas optam em deixar de serem empregados para abrirem seu próprio negócio, seja pela necessidade devido à falta de opções no mercado de trabalho, por um sonho ou até mesmo pela percepção de uma oportunidade. Estas pessoas são conhecidas pela sociedade como empreendedores. Sabe-se que o estudo do empreendedorismo vai além da criação apenas de um novo negócio (SHANE, 2012), entretanto, discute-se nesse trabalho o empreendedor enquanto a pessoa que inicia um novo negócio, assumindo seus riscos e responsabilidades (CHIAVENATO, 2007). A atividade empreendedora é um grande impulsionador de emprego e renda para uma sociedade, se relacionando diretamente com o crescimento econômico (JULIEN, 2010). Segundo relatório do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) do ano de 2013, o Brasil obteve a 17º melhor taxa de atividade empreendedora em um grupo de 69 países. Dados do anuário do trabalho publicado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro E Pequenas Empresas (2013) demonstram que as micros e pequenas empresas representaram em 2012, 99% de todos os estabelecimentos comerciais brasileiros, sendo responsáveis por aproximadamente 52% dos empregos privados não agrícolas. Esses números demonstram a importância do empreendedorismo para o Brasil e para sua economia. Entretanto, não basta ao empreendedor somente a iniciativa de abrir seu próprio negócio, cabe a ele planejar para se preparar para a abertura do seu empreendimento. Todavia, percebe-se que grande parte desses empreendedores não tem a formação e nem a preparação necessária para dar continuidade em seus negócios, assim à falta de preparação e planejamento acabam aumentando os índices de empresas que fecham suas portas. Ferreira et al. (2012), em pesquisa sobre os fatores associados à mortalidade precoce das MPEs no estado de São Paulo, constataram os seguintes pontos: (a) a ausência de planejamento ou plano de negócios; (b) falta de inovação, design ou a melhora de produtos e serviços; (c) dificuldade de conquistar e manter clientes; (d) alta concorrência; (e) baixo nível de escolaridade do empreendedor; (f) pequena competência gerencial. Deste modo, para que haja a diminuição da mortalidade das empresas, antes de qualquer coisa, o empreendedor deve-se planejar e buscar estratégias que farão que sua empresa prospere, e ainda se capacitar. A baixa escolaridade é um fator limitante do empreendedorismo no Brasil, sendo que em 2013, apenas 88% dos empreendedores estabelecidos sequer iniciaram um curso superior (NOGAMI; MEDEIROS; FAIA, 2014). Como demonstrado pelo GEM 2013, no Brasil a taxa de empreendedores iniciais cresce à medida que a escolaridade avança até o nível de curso superior completo, especializações e mestrado incompleto. Do mesmo modo, a taxa dos empreendedores considerados estabelecidos também aumenta em proporção a elevação do nível de escolaridade, ou seja, quanto maior escolaridade dos empreendedores, maiores são as chances da empresa continuar ativa. Diante destas perspectivas, observa-se que já existe a preocupação das instituições de ensino em inserir em seus cursos matérias específicas sobre o tema. Para Dornelas (2005, p. 23) “[...] a capacitação dos candidatos a empreendedor está sendo prioridade em muitos países, inclusive no Brasil, haja vista a crescente preocupação das escolas e universidades a respeito do assunto [...]”. Segundo Cunha e Steiner-Neto (2005) o ensino do empreendedorismo nas universidades é um fenômeno que provém da necessidade de preparar os alunos para enfrentar um mercado de trabalho onde não existe mais segurança de emprego ou de estabilidade, numa economia modificada pela globalização. Devido às mudanças econômicas ocasionadas pela globalização e pelo alto grau de tecnologia, percebe-se uma importância maior do tema empreendedorismo também ao profissional contábil, seja pelo potencial empreendedor do contador para constituir o seu próprio negócio ou pela necessidade de assessorar empresas ainda em fase embrionária, apostando no seu crescimento e contribuindo com seus serviços na provisão de informações. Entretanto, percebe-se que ainda é grande o número de empresas que fecham suas portas nos primeiros anos de vida, mesmo recebendo um suporte contábil. Esse fato conduz as seguintes reflexões: como se dá este suporte contábil? Será que os contadores deram o apoio necessário para continuidade das empresas, não somente realizando os procedimentos legais e fiscais obrigatórios? Será que os contadores estão preparados e formados para auxiliar de forma satisfatória os empreendimentos em fase embrionária? Essas questões implicam na reflexão sobre o ensino de empreendedorismo nos cursos superiores de ciências contábeis. Souza e Moraes et al. (2013) apontam para a necessidade das Instituições de Ensino Superior (IES) oferecerem novos programas que desenvolvam e aprimorem as características empreendedoras dos alunos de Ciências Contábeis, levando a uma preocupação recente na academia para compreender a relação entre empreendedorismo e contabilidade (p.e., MATIAS, 2010; ANJOS et al., 2011; HECKE, 2011; SOUZA; MORAES et al., 2013). Dado a importância da formação de contadores com perfil empreendedor, que ampliem seus horizontes e apresentem novos tipos de comportamento, e da preocupação da academia com a relação entre contabilidade e empreendedorismo, até o momento, não se constata estudos que examinem o papel das instituições de ensino superior no ensino de empreendedorismo SANTIAGO, N. M. S.; FAIA, V. S.; SILVA, J. D. Ensino do empreendedorismo nos cursos de ciências... 112 ConTexto, Porto Alegre, v. 16, n. 32, p. 110-125, jan./abr. 2016. ISSN (Online): 2175-8751 para os cursos de ciências contábeis. Diante disso, o presente artigo visa responder o seguinte problema de pesquisa: Quais as principais características do ensino do empreendedorismo nos cursos de graduação em Ciências Contábeis? Para responder a seguinte questão de pesquisa, o objetivo deste estudo é identificar as principais características do ensino do empreendedorismo nos cursos de Ciências Contábeis das IES do estado do Paraná por meio da análise das matrizes curriculares e relatos dos coordenadores dos cursos. A presente pesquisa se justifica pela necessidade crescente de estudos na área de ensino e de suas condições de oferta que incentivam as IES a atenderem a demanda crescente por profissionais contábeis qualificados e preparados para o mercado competitivo (PELEIAS et al., 2007), ou seja, profissionais com competências empreendedoras que ampliem sua capacidade de contribuir para a o desenvolvimento e sucesso das empresas (FERREIRA et al., 2012; SOUZA; MORAES et al., 2013). Esta pesquisa contribui com para a continuidade e o aprimoramento de pesquisas relacionadas com os currículos de Ciências Contábeis, especificamente com uma discussão sobre o ensino do empreendedorismo, uma vez que estudos que caracterizem o papel das instituições de ensino superior nessa temática ainda são insipientes, dado que a literatura atual demonstra as capacidades empreendedoras dos profissionais contábeis, mas não demonstram como as instituições de ensino superior atuam nesse processo. Em termos de implicações práticas, o estudo contribui com gestores e coordenadores de IES que ofertam cursos de ciências contábeis, dispondo elementos que os auxiliem na organização ou revisão das grades curriculares de seus cursos. Os resultados da pesquisa conduzem a uma reflexão sobre os objetivos e práticas em relação ao ensino de empreendedorismo para alunos de contabilidade, uma vez que cabe a instituição de ensino a principal responsabilidade na formação do futuro contador, o qual se espera que esteja apto para responder às demandas do mercado, as quais exigem cada vez mais o protagonismo desse profissional para a competitividade e sucesso das empresas. O artigo está dividido em quatro partes principais: a revisão de literatura sobre os temas ensino de empreendedorismo, formação do profissional contábil e a relação entre eles; os procedimentos metodológicos utilizados, a análise da pesquisa das matrizes curriculares e da análise da pesquisa aplicada com os coordenadores de IES; as considerações finais e as referências utilizadas.

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