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Gestão Tributaria Matriz de Atividade Individual

Por:   •  15/2/2021  •  Monografia  •  2.800 Palavras (12 Páginas)  •  791 Visualizações

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Atividade individual        

Matriz de atividade individual

Disciplina: Governança Corporativa

Módulo:

Aluno: Samara Oliveira Morais

Turma: 36_07122020_3

Tarefa: Atividade Individual

Introdução

Hoje em dia empresas que adotam os princípios de boa governança corporativa acabam se sobressaindo sobre aquelas que não adotam. Esses princípios visam gerar valor por meio de uma gestão de ética e procuram dar uma maior segurança aos investidores e a todos os stakeholders, com a função de mitigar riscos de relacionamento com públicos e definir melhor as ações estratégicas de longo prazo para a Companhia.

Por meio de estudos, pode ser comprovado que a adoção de governança corporativa afeta de forma direta os indicadores de desempenho econômico e financeiro das empresas, aplicando políticas, códigos de ética e o código de conduta.

Para esta atividade, escolhi a empresa Natura&CO, a qual está listada nos segmentos especiais da B3 e inserida no Novo Mercado, empresa pela qual acredito que tenha como os princípios especiais a transparência com todos os públicos e a confiança a qual ela transmite, além de um histórico de uma cultura e ações de boas práticas de gestão. Um grupo como referência de cultura empresarial bem sucedida e focada em sua missão e visão alinhada com suas estratégias.

Neste contexto, este trabalho busca uma análise sobre o grupo escolhido, e todas as vantagens de aderir às boas práticas de governança corporativa e a imagem que passa aos seus usuários.

Comentaremos sua boa prática de governança corporativa e como ela poderia melhorar confiança no atual cenário em que vivemos para enfrentar a crise gerada pela incerteza e pelas consequências da pandemia de COVID-19.

Contexto atual da sociedade indicada

A empresa escolhida é o grupo Natura&CO Holding S.A, onde a mesma será analisada em relação as suas boas práticas da governança corporativa.

Por meio de análises e estudos, identifiquei que o grupo criou um Comitê de Crise formado no segundo trimestre de 2020 que se reúnem com frequência para definir estratégias e soluções para amenezar os impactos da COVID-19, garantido a continuidade operacional da empresa, de modo que não impacte relativamente o fluxo de caixa da empresa, liquidez e rentabilidade da empresa, além de verificarem os protocolos ideais para a saúde e a segurança de seus colaboradores.

Ao comparar o balanço da empresa em 12/2019 versus 09/2020 as informações referentes à rubrica de caixa e equivalentes aumentou em 9,82%, ou seja, mesmo com o atual cenário o caixa da empresa se manteve. Em compensação, a receita líquida da empresa caiu consideravelmente em 99,60%. Esse percentual se deve aos bloqueios e fechamentos de lojas, principalmente em relação às vendas da The Body Shop e Aesop que tratam diretamente no varejo. Já a Natura e Avon são referências nas vendas diretas (porta a porta). Contudo, o grupo usou da estratégia de ampliar na estrutura de marketing digital para vendas e-commerce em 100% das empresas do grupo, aumentando em 115% em relação ao terceiro trimestre de 2019. Por exemplo, a The Body Shop, que praticava somente suas vendas em lojas físicas caiu em 16,5%, e ampliando o ambiente de vendas onlines o grupo conseguiu alavancar suas vendas alinhadas às estratégias digitais em 8%, assim como a AESOP.

A Natura&CO continua atenta com a segurança de seus colaboradores e de suas consultoras e representantes, para que suas vendas continuem impulsionada na expectativa de tempos melhores.

Além das estratégias de vendas no ambiente digital e e-commerce, o grupo otimizou o máximo de seus recursos financeiros, oriundos de captação privada e a utilização de recursos de capital próprio  por parte de seus sócios para aceleração dos investimentos digitais e impulsionamento das vendas para aumento da receita líquida.

Além disso, pesquisas apontam que o mercado da beleza/cosméticos cresceu durante a pandemia, segundo agência Corebiz, de São Paulo. Acreditam que o distanciamento despertou o consumo de beneficência, e muitos consumidores sentem prazer em se cuidar. Dados da ABIHPEC mostraram que a partir de fevereiro houve um considerável crescimento de 260% em volume de produção de álcool em gel em comparação ao mesmo período de 2019, sendo que o consumo do produto chegou a 100 toneladas naquele mesmo mês.

A Natura&Co, aproveitando-se da estratégia de mercado, criou e dedicou-se aos poucos, a fabricar a linha de álcool em gel e itens essenciais de higiene pessoal em seu mix de produto, os quais são cruciais para frear a propagação do COVID-19.

Portanto, acredito que a empresa está conseguindo manter-se no mercado, ultilizando boas estretégias com a ajuda do Comite de Crise e conseguindo expandir seus negócios, mesmo durante a crise, a qual afetou milhares de empresas e um número significativo de redução do comércio mundial. A empresa reiterou seu compromisso de manter o bem-estar da sua rede de relação, respeitando as autoridades locais e nacionais, bem como ultilizando se de trabalhos remotos, sem deixar de lado a necessidade de manter os negócios em funcionamento, para gerar sucesso aos seus acionistas e investidores.

Apenas cerca de um terço dos seus colaboradores segue atuando nos postos de trabalhos, com medidas reforçadas de saúde e segurança, respeitando todos os protocolos e medidas de segurança, contra a COVID-19.

Boas práticas de governança corporativa e obrigatoriedade de adoção dessas práticas por parte das sociedades empresárias

A adoção da governança corporativa nas empresas possibilita um maior senso de responsabilidade, onde a mesma deverá estar em conformidade com as legislações vinculada ou com os seus dispositivos fixados por órgãos reguladores, tais como a CVM. Elas podem converter os princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando seus interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo das organizações, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, perenidade e o bem comum.

A Natura, com o propósito de manter o mais elevado padrão de governança corporativa, assinou em 26 de abril de 2004, o contrato com a B3, se comprometendo a cumprir todos os requisitos de listagem do Novo Mercado. Essa adesão é importante, pois melhora a transparência da empresa junto aos seus acionistas, exemplificado pelas diversas informações adicionais que essa empresa se compromete a divulgar.

Logo quando acessamos o site do “Relação com Investidor” do grupo Natura&CO, pelo tópíco Diretrizes e Práticas - Natura (naturaeco.com), nos deparamos com a definição de uma estrutura de governança corporativa, a qual está alinhada a leitura do e-book, citada pelo professor Mazalli em seu primeiro capítulo.

Conforme demonstrado abaixo:

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Figura 1- Definição de Estrutura de governança corporativa. Fonte: Diretrizes e Práticas - Natura (naturaeco.com). Acessado em 16.01.2021

O conselho da admnistração da Natura foi criado em 1998, e desde então sua governança corporativa vem evoluindo, com a criação de novos comitês do Conselho da Administração e da Diretoria de Governança Corporativa em 2006.

Atualmente a estrutura da governança está pela seguinte forma:

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Figura 2 Estrutura de Governança Corporativa. Fonte: Diretrizes e Práticas - Natura (naturaeco.com). Acessado em 16.01.2021.

Observa-se que é de responsabilidade o conselho da administração garantir a preservação dos valores e princípios que a empresa elegeu, visando sempre à proteção da sociedade e valorização do capital investido pelos sócios, sem perder de vista os legítimos interesses dos demais stakeholders.

De acordo com a prática do novo mercado exige-se que as companhias listadas devem ter no mínimo de 20% dos membros do Conselhon da Administração independentes.

Atualmente, o Conselho da Administração da Natura é composto por oito membros independentes (67% do total de doze membros). A importância de ter membros independentes é assegurar de que não seja apenas um aumento dos sócios e controladores. Eles podem proporcionar um olhar mais externo para a empresa, sendo este desvinculado, não relacionado e livre das influências dos acionistas controladores quanto da administração da empresa. Nos casos em que há um acionista controlador, o conselheiro independente deve monitorar a gestão dos administradores e mitigar os conflitos de representação, os chamos “conflitos de agência”.

A obrigatoriedade desta gestão proporciona uma melhora na gestão empresarial, com um pensamento estratégico de longo prazo muito bem elaborado e alinhado com os objetivos da empresa.

Impacto gerado na governança quando da presença da família no controle da companhia e como isso pode vir a ser trabalhado pela estrutura de governança na sociedade escolhida

De acordo com o IBGC, “governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.

As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum”.

Quando um ou mais membros de uma família exercem funções de controle administrativo considerável dentro da empresa, tal pode ser considerada como empresa familiar. Este não é o caso da Natura.

Imaginando um cenário em que a Natura fosse uma empresa familiar, algumas fraquezas deveriam ser evitadas por ela. Começando com os conflitos entre os interesses da família e os da empresa. Hoje encontramos diversos cases de insucesso de empresas familiares pela ausência da governaça coorporativa, onde os interesses familiares ficam bem acima dos interesses da empresa, gerando prejuízos e afastando os investidores. Outro fator que deve ser monitorado é a indisciplina em relação à aplicação dos lucros e performance nos demasiados setores da empresa. Como citado no ponto anterior, também gera prejuízos e afasta os investidores. Por fim, a ausência ou não prática de um modelo de avaliação de mérito de gestores, ocasionando no “apadrinhamento” incorreto entre subordinado/coordenado. Isso gera insatisfação dos demais funcionários que se sentem injustiçados, às vezes demonstrando resultados até melhores que os demais, porém não sendo os escolhidos pela questão de afinidade.

Um modelo antigo, porém ainda muito usuado atualmente, é o modelo dos três círculos, criado por John Davis e Renato Tagiuri, na década de 70. O modelo consiste em ilustrar as três dimensões (família, propriedade, gestão) de uma empresa familiar e exige um olhar multidisciplinar de todos os envolvidos, sem neglicenciar nehuma das dimensões.

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Figura 3 – Governança na Empresa Familiar. Fonte: www.ibgc.org.br/ Acessado em 16.01.2021

Segundo Davis e Tagiuri, apesar de não serem idênticas, a governança corporativa e familiar são conceitos muito próximos e se inter-relacionam, e, se alinhados os interesses a fim de obter o sucesso e aumentar o valor econômico da empresa ao longo prazo, podem sim proporcionar longeividade e melhorar o método de gestão. Com base em três princípios básicos, sendo eles transparência, equidade e prestação de contas (accountability), proporcionam à empresa uma gestão aprimorada, sempre levando em consideração o alinhamento entre os direitos e deveres, as necessidades, os interesses e as expectativas, com base na visão, missão e valores da organização. Com isso, elevam-se os resultados e atraem bons índices de investimento.

Preservação de interesses de pequenos investidores na sociedade empresária

Segundo o IBGC, os sócios e investidores devem ter acesso às informações da empresa, de modo simultâneo, evitando assim que más condutas ou violações de preceitos éticos acabem por comprometerem a imagem e integridade da empresa. O Código Brasileiro de Melhores Práticas de Governança Corporativa diz que a transparência adequada gera confiança ao investidor, fator este relevante para a tomada de decisão. Presume-se assim que o investidor investirá em empresas ou ações que lhe transmitirem maior confiança. E cabe à empresa criar mecanismos de proteção aos seus stakeholders.

As boas práticas de governança corporativa, hoje um ponto obrigatório no mercado, eleva o nível de confiança e atrai investidores para a sociedade empresária. É extremamente necessário que a empresa ouça este grupo e alinhe suas expectativas com as dos investidores. Os agentes de governança têm a responsabilidade de assegurar que os valores e princípios estejam alinhados com a organização, com políticas e normas internas, de acordo com a lei e os dispositivos regulatórios a que esteja submetida. Esse todo constitui o sistema de compliance da empresa.

Auxílio apresentado pelo Conselho de Administração para a superação da crise

O auxílio do Conselho de Administração para a Natura&Co  foi imprescindível. Em um comunicado interno, o comitê executivo adotou um processo voluntário de redução salarial de lideranças durante a crise do novo coronavírus. Foi anunciado que os membros do Comitê operacional e o Conselho da administração do grupo iriam reduzir seus salários em até 30% nos meses de abril, maio e junho. Esta adesão ocorreu de forma voluntária e totalmente sigilosa.

Além disso, em março de 2020, a Natura&CO América Latina assumiu o compromisso de não adotar programas de demissão até o final de maio. A empresa que é considerada de grande porte e composta por um grande número de funcionários na região assinou um manifesto e a uma campanha de #nãodemita, adotada por mais de 1.000 empresas brasileiras.

Pensando estrategicamente a empresa optou pela produção dos itens primordiais, como sabonetes e shampoos. Em comparação a linha de maquiagens e perfumes diminuiu significantemente e as mesmas foram adaptadas para a produção de um novo mix de produto, como o álcool em gel líquido.

As fábricas que antes produziam perfumes foram totalmente adaptadas para confeccionarem álcool em gel e líquido para a doação de uma lista de fornecedores.

A empresa adotou de medida como o distanciamento social, tentando ao máximo oferecer segurança de emprego aos seus colaboradores durante a crise. Criaram parcerias com o governo e organizações não governamentais para organizar doações (até agora possuem o compromisso de doar mais de 10 milhões de unidades de sabonetes, desinfetantes e álcool 70%), estão usando sua rede de mais de 6 milhões de consultoras e representantes para divulgação do protocolo de higienes corretos e o distanciamento social entre suas próprias comunidades e clientes.

Focaram suas ações estratégicas e recursos financeiros em ferramentas digitais de venda direta e e-commerce à disposição de toda a rede.

Acredito que diante ao exposto acima a empresa sairá dessa crise econômica mais forte e com impacto bastante positivo para seus shareholders e stakeholders, com a clareza de que sua missão é voltada a nutrir beleza e relacionamentos para uma melhor maneira de viver e fazer negócio.

A empresa colocou em seu próprio site um pronunciamento vindo de seus fundadores e CEO mediante a esse cenário de crise, conforme imagem abaixo:

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Figura 4 – Comunicado no site da empresa Natura. Fonte: https://www.natura.com.br/ Acessado em 16.01.2021

Foi criado um Comitê de Crise, com a participação de pessoal chave da organização que estão trabalhando em diversas frentes de monitoramento, análise e ações estratégicas para minimizar os impactos causados pela crise, a fim de garantir a continuidade das operações, proteger o caixa e melhorar a liquidez, e promover a saúde a saúde e segurança de todos.

Através da demonstração financeira do segundo ITR de 2020, a Companhia implementou as respectivas medidas em suas operações, alinhadas com as medidas oficiais:

a. Incentivo ao trabalho remoto e adoção de critérios de essencialidade para limitar operações industriais e logísticas;

 b. Adoção de novas medidas de segurança para trabalhadores operacionais, tais como uso de máscaras e procedimentos de distanciamento entre as pessoas nos processos;

c. Fechamento das lojas, onde requerido pelas autoridades;

d. Replanejamento dos ciclos de vendas, priorizando itens de cuidados pessoais;

e. Aceleração da digitalização dos canais de venda;

 f. Ampla divulgação da revista digital;

g. Mudança dos critérios de pedido mínimo, kit início e aumento de prazo para pagamento das consultoras; e

h. Monitoramento diário de fornecedores para garantir abastecimento.

 Além dessas medidas, há um Comitê de Crise com foco em finanças, que monitora a saúde financeira da Companhia, com foco em caixa, covenants e resultados, propondo ações para minimização da inevitável redução de vendas. Dentre essas ações, encontramos:

 Redução de despesas discricionárias (consultorias, eventos, etc.);

 Congelamento de contratações e de aumentos de salários;

 Redução de despesas de marketing;

 Reduções em despesas de viagens;

 Redução de investimentos (Capex);

  Negociação com fornecedores para aumento de prazos de pagamentos; e  Adesão a planos de estímulo anunciados pelos governos de alguns dos países em que a Companhia opera.

Referências bibliográficas

COSMECTIC INNOVATION. Natura Convida lideranças da Holding a Reduzir Salário durante a Crise. Disponível em: https://cosmeticinnovation.com.br/natura-convida-liderancas-da-holding-a-reduzir-salario-durante-a-crise/. Acesso em 17 de janeiro de 2021

D’OVIDIO, Fabíola. Governança em Empresas Familiares. Governança Corporativa. Capital Aberto, 7 de julho de 2019. Disponível em: Governança em empresas familiares » Capital Aberto. Acesso em 17 de janeiro de 2021

GEREMIA, Daniel; CRUZ, Victor Pereira da. Governança Corporativa em uma empresa familiar: Estudo de Caso na Atlas Eletrodomésticos. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado junto ao curso de Ciências Contábeis da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Pato Branco. Pato Branco: 2016. Disponível em: PB_COCTB_2016_2_08.pdf (utfpr.edu.br). Acesso em 17 de janeiro de 2021.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. Conhecimento. O Que é Governança Corporativa. Disponível em: IBGC | conhecimento-governanca-corporativa. Acesso em 17 de janeiro de 2021.

MAZALLI, R.; ERCOLIN, C. Governança Corporativa. 1ª. ed. Rio de Janeiro: FGV,2018.

NATURA & CO Ivestidores. Disponível em: https://ri.naturaeco.com/pt-br/servicos-aos-investidores/fale-com-o-ri/. Acesso em 17 de janeiro de 2021.

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