Os Investimentos Chineses no Setor Elétrico Brasileiro

Os Investimentos Chineses no Setor Elétrico Brasileiro

1. INTRODUÇÃO

Entender o histórico da China, é de suma importância para compreender tantos anos de economia fechada, com 1,3 bilhão de habitantes os chineses tornaram a sua economia a mais crescente do mundo. A China tornou-se, nos últimos 30 anos, um exemplo de desenvolvimento econômico. Desde a Revolução Cultural, os chineses têm ensinado ao mundo como fazer política externa, mas no âmbito interno é preciso fazer muitas melhorias no que diz respeito as condições de vida da população. O seu desenvolvimento econômico só começou a acelerar após a morte de Mao, quando assume Deng Xiaoping e se torna mentor da ascensão econômica na China. A abertura chinesa começou apenas no fim da década de 70 com uma sessão plenária do Congresso do Partido Comunista.

A China é um dos poucos países do mundo que ainda possuem o socialismo como forma de governo, mas o capitalismo já faz parte da sua economia desde a sua abertura comercial na década de 70. Naquela época de forma discreta e hoje os chineses se tornaram um dos maiores consumidores do mundo, deixando evidente a força do capitalismo econômico. A ocidentalização da China é o ponto-chave, atualmente, no comércio exterior. Os chineses descobriram no setor elétrico brasileiro, um caminho para a expansão dos seus investimentos, e essa trilha está sendo pecorrida graças ao mercado de capital. Os leilões de ações de empresas de energias de capital aberto na B3 se tornou a forma prefirida dos chineses em aplicar seus investimentos.

O mercado de capitais é um sistema de distribuição e negociação de valores mobiliários que trazendo liquidez aos títulos de emissão de empresas e facilita o processo de capitalização. Um dos principais papéis negociados no mercado de capitais são: as ações que é a menor parcela do capital social de uma Sociedade Anônima (S/A). Estas por sua vez, podem ser Ordinárias que concede o direito de voto ao acionista, permitindo que o mesmo possa agir nas decisões da empresa; e preferenciais que como o nome já diz, prioriza o pagamento de dividendos, antes mesmo dos acionistas ordinários; preferência de reembolso em caso de dissolução da empresa, dentre outras vantagens.

2. JUSTIFICATIVA

Nos últimos dez anos (2007-2017) os investimentos das empresa chinesa no Brasil somou mais de US$50 bilhões, esse crescimento se deve ao interesse da China em expandir seus mercados e do Brasil em privatizar estatais, principalmente no ramo elétrico. É importante analisar essa expansão e entender se todo esse investimento está favorecendo o País, ou não. Também vale ressaltar, que os chineses, apesar de todo dinheiro disponível, são cautelosos. Segundo a revista época Negócios, houve uma redução dos investimentos entre os meses de janeiro e outubro de 2018, devido a instabilidade política no Brasil, decorrente do período eleitoral. O recuo não aconteceu somente por parte dos chineses, investidores de outros países também optaram por esperar a definição do cenário das eleições.

Fonte: Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (2019)

Fonte: Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (2019)

No primeiro gráfico pode-se verificar os investimentos de modo geral dos chineses no País. O montante acumulado nos últimos 15 anos alcançou o valor de US$64,7 bilhões, um aporte que elevou a China ao patamar de maior investidor em infraestrutura no Brasil. A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB) considera infraestrutura as áreas de energia elétrica, transporte, telecomunicações e saneamento básico, essa relação pode ser verificada na tabela 2, e nota-se que no ano de 2018 houve uma cautela dos chineses em relação ao grau de confiança do Brasil.

Como foi dito anteriormente é no setor elétrico que a China tem focado seus investimentos, grandes empresas do ramo estão ganhando leilões e adquirindo empresas tanto de forma parcial