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Resumo Watts 1992

Por:   •  25/3/2016  •  Resenha  •  2.669 Palavras (11 Páginas)  •  288 Visualizações

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Introdução

Este artigo discute sobre as escolhas contábeis. Segundo o autor as escolhas contábeis se referem às escolhas dos gestores das empresas por um ou mais métodos contábeis em detrimento de outros. As escolhas contábeis envolvem, por exemplo, se o gestor irá utilizar depreciação acelerada ou linear, mas também inclui a escolha das normas contábeis (FASB).

O autor considera a Teoria das Escolhas Contábeis como centro dos estudos contábeis. Muitos estudos que tratam da relação entre números contábeis e preço das ações não consideram as escolhas contábeis e, isto pode comprometer os resultados do estudo. Os objetivos do artigo são fornecer um esboço e evidências sobre a teoria das escolhas contábeis e, um panorama de sua importância e compreensão para estudos de mercados de capitais.

Para entender a importância das escolhas contábeis nos estudos de mercado de capitais, o autor cita a Teoria das Firmas, e suas respectivas implicações nas escolhas contábeis.

Importância das escolhas contábeis em estudos de mercado de capitais

Sem a teoria das escolhas contábeis não se pode:

  1. Especificar corretamente os testes das relações entre os números contábeis e o preço das ações;
  2. Especificar testes eficazes para discriminar entre os modelos de mercados de capitais correntes.

Os estudos atuais não estão relatando o efeito das escolhas contábeis no preço das ações. A literatura, ao investigar números contábeis (resultados, preço das ações), assume, explícita ou implicitamente, que estes dados podem transformar o mercado de capitais. Em um cenário de impostos, as escolhas contábeis são feitas com base na minimização de impostos.

Considerando um modelo de avaliação restritiva (fluxos de caixa com rendimentos iguais) todos os ganhos são pagos como dividendos e a taxa de retorno das ações (esperada) é constante ao longo do tempo. O preço da ação no tempo t (Pt) seria:

Pt = Xt/r

Xt: resultado do período;

R: taxa de retorno esperada das ações;

Existem teorias e evidências que comprovem a correlação entre escolhas contábeis e os determinantes da taxa de retorno exigida. As escolhas contábeis estão relacionadas com o tamanho da empresa, alavancagem e os riscos.

Esse tipo de modelo se enquadra na hipótese mecânica. A hipótese mecânica postula que os preços das ações reagem mecanicamente ao número de rendimentos relatados, independente de como o número é calculado.

A hipótese de mercados eficientes (HME) tem implicações contrárias à hipótese mecânica.  Na HME considera que o preço de um ativo reflete as informações disponíveis, neste modelo também existe uma competição para obter informações. (elimina ganhos).[a]

A hipótese nula é que os preços das ações mudam com a alteração de métodos contábeis, porém esta hipótese não considera quando o preço muda e quais mudanças contábeis causam maior impacto. Portanto, você não pode criar um teste eficiente sem efeitos. Um teste de hipótese só será eficiente quando o consideras sem efeitos.

O autor destaca a importância das hipóteses concorrentes, porém os pesquisadores de contabilidade não compreendem sua importância.

O autor até aqui tenta demonstrar que os estudos que relacionam variáveis econômicas não consideram as escolhas contábeis, e isto compromete os resultados. Essas pesquisas consideram hipóteses que eliminam a gestão e manipulação de informações.

Teoria da Firma

A teoria das escolhas contábeis está inserida em uma teoria mais ampla, a teoria da firma.

O autor considera o conceito de firma de acordo com Alchian e Demsetz (1972), é um agente contratual que ocupa a posição central de um processo produtivo conjunto e não o exercício de autoridade que direciona os recursos ou exerce o poder de disciplinar esses recursos.

Porque as firmas existem? Segundo Coase (1937) as empresas existem quando o custo de contratação na empresa é menor que o custo de contratação no mercado. Várias hipóteses têm sido desenvolvidas quanto à natureza dos custos de contratação que são mais baixos em uma empresa:

Economias de escala na contratação: tendo em conta os custos de negociação, é menos dispendioso ter um único contrato de trabalho (Coase, 1937).

Equipe de produção: a empresa é uma maneira de capturar os benefícios da produção da equipe (Alchian e Demsetz, 1972). Há ganhos sobre a equipe de produção, porém há custos. Há uma equipe quando a produção não for separável. Nessas equipes produtivas não é fácil reconhecer o esforço de cada parte, devido às possíveis fugas de produtividade que podem ocorrer na soma da produção coletiva, surgindo à necessidade de monitoramento para verificação do desempenho. Mas a questão é “quem controla o monitor? ”. Os gerentes podem receber incentivos, por meio de compensações. Os maiores detentores de ações seriam os monitores da gestão.

Oportunismo Pós-contratual: Klein, Crawford e Alchian (1978) chamam de prêmio, um valor adicionado a transação como forma de estímulo e garantia de que o contrato celebrado será cumprido, visando à minimização de ações oportunistas.

Custos de conhecimento: O conhecimento pode ser gerado através da criação de empresas. Existem empresas porque os contratos alternativos para a produção de conhecimento são mais caros.

O custo de contratação tornou-se amplo, não envolve somente a elaboração e cumprimento dos contratos, mas também custos com a elaboração de informações e custos de agência.

Na evolução das empresas, Fama e Jensen (1983) apontam que, diante da concorrência, as empresas que entrega produtos ao preço mais baixo são as que sobrevivem. Os custos de contratação são partes dos custos das empresas e os custos de contratação incluem custos de agência, portanto, as empresas que sobrevivem são as empresas que minimizem os custos de contratação.

De acordo com Yamey (1962), definem o surgimento da contabilidade para a necessidade de controle sobre a honestidade e confiabilidade de seus “subordinados”. O termo “subordinados” sugere a existência de uma firma.

Teoria das Escolhas Contábeis

Para desenvolver uma teoria das escolhas contábeis não é suficiente considerar a contabilidade apenas como parte de acordos contratuais e organizacionais. Também é preciso identificar o papel da contabilidade nestes acordos e como os arranjos variam entre as empresas, pois por meio dessas disposições é que existem as escolhas contábeis.

Papel da contabilidade

Arranjos organizacionais: supõe-se que a contabilidade é parte de arranjos organizacionais de uma empresa que substitui o mecanismo de mercado quando as empregas são formadas. Quando uma transação de mercado é substituída por uma empresa, a empresas tem que desenvolver arranjos organizacionais que alocam direitos de decisão, desempenho de medida e premiar ou castigar o desempenho. A empresa só sobrevive se for mais rentável, se obter ganhos conjuntos.

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