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A Avaliação do uso de antibióticos em pacientes do Centro de Terapia Intensiva no Hospital Annes Dias da cidade de Ibirubá-RS

Por:   •  29/9/2017  •  Monografia  •  23.105 Palavras (93 Páginas)  •  346 Visualizações

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TEMA

Avaliação do uso de antibióticos em pacientes do Centro de Terapia Intensiva no  Hospital Annes Dias da cidade de Ibirubá-RS.

1 INTRODUÇÃO

 Visto que nos dias de hoje, os antibióticos encontram-se entre os medicamentos prescritos com mais freqüências tanto em ambulatório quanto nos hospitais.  Há uma grande quantidade de agentes antimicrobianos disponíveis que são classificados em grupo de acordo com o sítio de ação na célula bacteriana e sua estrutura química, como a ampicilina e a cefatolina, onde a primeira faz parte do grupo das penicilinas de amplo espectro, já a segunda pertence aos grupos dos cefalosporinas, porém ambas atuam da mesma forma pois, são agentes bactericidas tendo como mecanismo de ação a inibição da síntese da parece celular (TAVARES, 1996).

O Ministério da Saúde (2001) menciona que os antibióticos são produtos capazes de destruir microrganismos ou de suprimir sua multiplicação ou crescimento, como bactérias, fungos e actinomicetes.

Tavares (1996) comenta que o princípio básico da terapia antiinfecciosa é a determinação do agente causal da infecção e de sua susceptibilidade aos antimicrobianos. Como regra, o diagnóstico de infecção deve ser embasado em resultados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. Em muitas doenças infecciosas o quadro clínico e os dados epidemiológicos permitem a presunção da etiologia com grande margem de certeza. Em outras circunstancias é importante a identificação do agente etiológico e de sua sensibilidade aos antibióticos por meio de exames laboratoriais.

O Ministério da Saúde (2001) relata que antes de prescrever um antibiótico, deve ser orientada por informações relativas ao sítio de infecção, ao agente causal, à gravidade, aos dados epidemiológicos, ao hospedeiro e ao produto a ser utilizado. No caso de sítio da infecção, é importante definir (ou presumir, no caso empírico) se a infecção é comunitária ou hospitalar, neste caso verificando o perfil de sensibilidade dos microrganismos isolados das infecções no hospital; no caso do agente causal e gravidade, as informações epidemiológicas - possível causa e susceptibilidades são baseadas nos dados clínicos pregressos do hospital ou da região.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a utilização de medicamento como sendo à comercialização, prescrição e uso  de medicamentos na sociedade, principalmente nos hospitais e nos CTIs, com especial destaque sobre as conseqüências médicas, sociais e econômicas (Guia para Farmácias Hospitalares-1996).

Por isso, este estudo justifica-se a necessidade de verificar o uso de antibióticos em pacientes do Centro de Terapia Intensiva do Hospital de Caridade de Ibirubá, se enquadram nos limites estabelecidos pela tabela da lista de Doses Diárias Definidas, recomendada pela Organização Mundial de Saúde.

Através destas observações pode-se delimitar o seguinte problema deste estudo: Como são utilizados os  antibióticos em relação aos pacientes, patologias ou grupos de fármacos, no Hospital de Caridade de Ibirubá-RS?

Além disso, este estudo tem como objetivo geral, verificar o  uso de antibióticos em pacientes no Centro de Terapia Intensiva do Hospital de Caridade de Ibirubá. Com relação aos objetivos específicos, descreve-se: verificar a situação atual de utilização de antibióticos junto à equipe de saúde do hospital; analisar o perfil do uso dos medicamentos antimicrobianos em relação ao tempo e seus procedimentos; identificar as tendências de uso dos antibióticos, avaliando a compatibilidade com a evolução farmacêutica; constatar o uso de antibióticos na Centro de Terapia Intensiva no Hospital de Caridade de Ibirubá.


2 AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS

2.1 Origem e histórico do antibiótico

O homem e os micróbios partilham uma vida em comum que se perde na sombra do tempo, e, certamente, desde a pré-história os micróbios provocam doença no homem. Entretanto, as causas destas doenças só começaram a ser descobertas no século passado, a partir de 1878, graças sobretudo aos trabalhos de Pasteur e Koch e seus contemporâneos, que demostraram a origem infecciosa de várias enfermidades do homem e de outros animais (TAVARES, 1996).

Embora só recentemente a natureza infecciosa de muitas doenças tenha sido descoberta, a história da humanidade tem mais de 50.000 anos e desde longo tempo o homem utiliza substâncias para combater as infecções. Chineses, hindus, babilônios, sumérios e egípcios empregavam plantas medicinais e seus derivados e, também, produtos de origem animal, como a gordura, toucinho, mel, ou de origem mineral, como o sal de cozinha e sais ou óxidos simples, contendo cobre, antimônio, chumbo e outros (TAVARES, 1996).

Neto (2000) comenta que as primeiras descrições sobre o uso de antibióticos datam de 3.000 anos atrás, quando os médicos chineses usavam bolores para tratar tumores inflamatórios e feridas infeccionadas e os sumérios recomendavam emplastros com uma mistura de vinho, cerveja, zimbro e ameixas.

Reese e Betts (1995) comentam que o valor terapêutico desta última mistura certamente era decorrente da ação antimicrobiana do álcool contido no vinho e na cerveja e do ácido acético contido no zimbro. Já o valor dos bolores possivelmente se devia à ação de antibióticos produzidos pelos fungos neles presentes e absolutamente desconhecidos naquela época. Aliás, as propriedades terapêuticas dos fungos existentes nos meios e valores foram também aproveitadas pelos médicos indianos antigos, que há mais de 1.500 anos recomendavam a ingestão de certos motos para a cura de disenterias, e pelos índios norte-americanos, que utilizavam fungos para o tratamento das feridas. Até mesmo Hipócrates, que viveu cerca de 400 anos antes de Cristo, empregava a lavagem de ferimentos com vinho para evitar a infecção e recomendava o uso de bolores tostados para o tratamento das doenças genitais femininas.

Tavares (1996, p. 4) relata que “uma das primeiras substâncias antimicrobianas assim descoberta foi a quinina, obtida de uma árvore chamada cinchona existente no Peru e de ação notável na terapêutica da malária”.  O mesmo autor complementa que seu uso já era conhecido desde 1633, empregada sob a forma de pó da casca da cinchona para o tratamento de febres;mas só em 1820 a substância ativa, a quinina, foi isolada laboratorialmente. Uma outra substância também isolada de plantas foi a emetina, utilizada contra a amebíase e obtida da raiz da ipecacuanha, um arbusto nativo do Brasil e usados pelos indígenas no tratamento das diarréias.

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