A Homoafetivos na sociedade brasileira

Existe muita resistência quanto à aceitação dos homoafetivos na sociedade brasileira e isso acaba gerando uma relação de desigualdade e discriminação. Inicialmente cabe ressaltar o direito à igualdade e à liberdade, assegurado pelo artigo 5º da Constituição Federal de 1988 como direito fundamental e inerente à existência humana. Aborda, respectivamente, sobre dar tratamento isonômico às partes, ou seja, tratar os desiguais na medida de sua desigualdade e os iguais na medida da sua igualdade e sobre o total livre arbítrio para exercer seus desejos em qualquer circunstância. Sendo assim, considerando o preconceito existente para o grupo LGBT dentro da sociedade brasileira, é necessário analisar as consequências desta resistência para com estes grupos, de forma a prevenir que as vítimas não venham a desenvolver depressões e outras várias doenças recorrentes da não aceitação.

Como lembra HAMMES (2013) em seu artigo “Prefiro um filho morto do que um filho viado: algumas implicações de quando a homofobia é familiar”, muitas vezes a resistência para com a aceitação dos homoafetivos parte da própria família, o que reforça ainda mais a situação de vulnerabilidade, pois, diversas vezes, o indivíduo gay ainda é menor de idade e consequentemente depende dos pais para seu sustento, estudo e sobrevivência. Sendo assim, quando este se vê abandonado, acaba tendo que recorrer à um modo alternativo de vida, muitas vezes optando até por trabalhos ilícitos para que possa sobreviver, tendo todas chances de uma vida promissora, se ainda estivesse no seio da família, desperdiçadas. É necessário enfatizar então, que dar segurança e apoio é um papel da família, principalmente quando a sociedade de maneira geral não aceita bem este indivíduo por ele ter preferências sexuais diferentes do normal por ela considerada. Além disso, a compreensão por parte dos pais é essencial para que o jovem gay possa enfrentar essa fase de mudanças e descobertas na sua vida, podendo se estabelecer em sociedade. Sendo assim, é muito importante que a família aceite o indivíduo exatamente como ele é, sem querer impor a ele o modo no qual ele deve pensar e se comportar, para que este consiga alcançar todos seus objetivos, junto ao apoio da família, e ter um futuro promissor, sem que precise recorrer a outros meios de vida que podem vir a lhe dar péssimos retornos.

A Constituição Federal de 1988 garante a liberdade de escolha entre os indivíduos, zelando pelo bem-estar e pela dignidade da pessoa humana. Entretanto, por diversas vezes este direito fundamental é ignorado quando tenta-se impor ao indivíduo uma maneira padrão de se comportar, de pensar, de sentir. Esses limites impostos pela sociedade, atacam o princípio da liberdade de expressão e fazem com que as pessoas do grupo LGBT se sintam oprimidas, excluídas, sem ter voz para se expressarem perante à sociedade, sob pena de serem isoladas e marginalizadas, por serem um grupo minoritário que ainda luta para se ascender na sociedade. De acordo com MURASKI e GALHEIGO (2015) é necessário que as pessoas parem de ver as relações afetivas de acordo com uma visão conservadora e patriarcal, analisando a homossexualidade como antinatural, peculiar e anormal. Deve-se ser destacado o processo de “sair do armário”, ou seja, assumir-se como homossexual perante toda a sociedade. Este processo, ainda segundo o autor, pode diminuir o “poder contratual” dos sujeitos, acarretando em um certo prejuízo no momento de tentar se inserir e crescer dentro da sociedade, sendo até mesmo vítima de violência física e psicológica. É importante ressaltar o fato de que as universidades têm mostrado melhor aceitação do grupo homoafetivo, ao contrário das escolas de nível fundamental e médio. Este fato pode ser justificado pelo fato de que com o passar do tempo, estudo e caráter formado, as pessoas têm deixado de ser tão