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A Intensidade do Trabalho

Por:   •  21/11/2017  •  Resenha  •  720 Palavras (3 Páginas)  •  169 Visualizações

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A intensidade com que o trabalho vem sendo estimulado e de certa forma realizado, é o tema abordado por Sadi Dal Grosso em seu livro "Mais trabalho! a A intensificação do labor na sociedade contemporânea" publicado em 2008 pela editora Boitempo. Nele, o autor aborda como hodiernamente o trabalho vem sendo intensificado. A análise vem a partir da evolução histórica da intensidade com que o trabalho é desempenhado. O autor, para embasar seu pensamento, diferencia a mais valia entre absoluta e relativa, onde utiliza dos conceitos de Karl Marx.

Sendo assim, diferentemente da relativa, a absoluta trata-se do aumento bruto do trabalho, assim gerando maior lucro para os empreendedores que de certa forma exploravam do trabalhador. Já a relativa ocorre através da evolução técnica do trabalhador, do investimento em seu trabalho, em sua capacidade e em seu bem estar. Não é mistério que a primeira, a absoluta, é muito penosa para o trabalhador que sofreu, e sofre, por séculos pela jornada extensiva que deve desempenhar para ganhar o mínimo possível, gerando assim mais receitas para aquele que o emprega. O autor se determina a diferenciar o aumento da intensidade da produtividade, conceituando cada uma delas.  O autor também demonstra em casos concretos, citando como exemplo a redução de jornada na Inglaterra, que cominou no aumento da uniformidade do trabalho desempenhado. A partir disso, há a distinção entre modelos de organização laboral, como o Fordismo e o Taylorismo, onde no conceito de Taylor, aplicar recursos para intensificar o trabalho investindo na estrutura técnica das empresas para que na mesma jornada o trabalho seja mais produtivo. O autor leciona ainda que o Taylorismo e sua evolução, o Fordismo, foram estruturas que modificam a organização do trabalho aumentando a produtividade, procurando a melhor maneira de realizar uma tarefa, não somente a mais penosa e desgastante.

Posteriormente, o Toyotismo veio para modernizar ainda mais o conceito que já estava ultrapassado no Fordismo. Processos que eram desnecessários foram cortados e a produção foi otimizada. Não havia mais aquela cadeia de montagem que resultava em desperdícios. O Toyotismo ainda passa por outra evolução nos anos 50, onde existia a partir dali a produção a tempo certo que, diferente do Fordismo, não produzia para depois empurrar os produtos ao mercado, e sim produzir somente o que o mercado consome, podendo então investir em maior modernização no processo, angariar mais recursos laborais e desgastar menos o trabalhador. O autor conclui que a intensidade do trabalho é uma herança recente de uma jornada menor, porém mais produtiva, uma jornada com menos desperdício e maior otimização. Coloca claro que o sistema do Toyotismo veio sedimentar o problema referente à intensidade laboral e resultando em uma solução pautada pela tecnologia e inteligência.

A jornada de trabalho sempre foi objeto de crítica por estudiosos e por aqueles que dela fazem parte. É evidente que extrair o máximo de tempo possível do trabalhador não significa um aumento de produtividade, as vezes resulta até mesmo em um acréscimo de custo, uma vez que os processos passam a ser cada vez mais burocráticos. Assim, a intensidade do trabalho, objeto de estudo do autor aqui referido, é buscada para melhorar a situação tanto da empresa quanto do trabalhador. É necessário também saber distinguir a intensidade referente à produtividade, da intensidade propriamente dita, pois, de nada vale colocar um empregado para trabalhar em algo exaustivo sem conceder ferramentas que possibilitem a facilidade no desempenho de sua função, o que garante um maior bem estar da pessoa e um processo menos danoso para todos. Portanto, o autor merece créditos por seu estudo bem realizado que traz luz ao entendimento sobre o desempenho das funções laborais dos empregados que hoje estão em busca do seu sustento. Não é justo penar a pessoa somente para um proveito próprio, os processos devem ser mútuos pois se aquele empregado ajuda a empresa, nada melhor do que a empresa também ajudar o empregado, tanto no desempenho de suas funções como em sua vida particular, aumentando sua qualidade de vida e o recompensando por todo o trabalho desempenhado, gratificando seus descansos e investindo cada vez mais no trabalhador que trará bons frutos, bem melhores do que os trazidos pelo empregado negligenciado que é tratado somente como um número na empresa, algo descartável, uma mera peça de reposição que no primeiro “defeito” deva ser trocada.

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