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AS CAUSAS DO CRIME

Por:   •  26/11/2017  •  Artigo  •  1.810 Palavras (8 Páginas)  •  780 Visualizações

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     As causas do crime são motivos de estudo por vários pesquisadores e é motivo de discussão entre pesquisadores da área que formularam muitas teorias ao longo dos seus estudos com vistas a explicar o porquê que alguns seres humanos habitantes das mais diversas sociedades chegam a cometer determinados tipos de crime. O motivo que mais intriga os pesquisadores da área é entender quais as causas do crime, o que leva uma pessoa a cometer um ato delituoso contra outros seres sociais ou até mesmo contra o patrimônio.

     Os crimes podem ser violentos ou não, porém todos são passíveis de estudo e análise por parte dos estudiosos da área visando sempre entender quais são as causas do crime.

     Para esse entendimento foram formuladas diversas teorias as quais tentam explicar as causas do crime em uma visão sociológica e a forma como esse indivíduo se comporta perante a realidade a qual o sujeito está inserido.

     O crime como rotulação é uma teoria que tem como principal proposição a ideia de que o criminoso é somente alguém que possua valores e crenças diferentes daqueles das pessoas que o julgam. Assim não haveria nenhuma diferença entre quem comete um crime e que condena o criminoso, pois todos são passíveis de cometer crimes. Nessa perspectiva os indivíduos que não compartilham das leis e regras que regem a sociedade acabam sendo tratados como antissociais pelas agências de controle como a justiça e a polícia. Assim após serem rotulados como criminosos esses indivíduos passam a conviver com outros indivíduos que possuem as mesmas visões de mundo, reforçando assim sua identidade desviante.

     A teoria da exploração de classes e criminalidade afirma que o crime ocorre principalmente pelas diferenças entre as classes sociais, ou seja, existe uma relação direta entre pobreza e criminalidade, sendo assim o crime seria uma reação racional e emocional à intensa opressão. Assim a carência de tudo, inclusive das condições básicas de sobrevivência, tenderia a embrutecer os indivíduos. Outro aspecto importante que se vale ressaltar é o fato de que essa teoria afirma que o estado possuiria caráter repressivo em relação a classe social trabalhadora em defesa dos interesses da classe burguesa, assim no cumprimento da lei é que as classes trabalhadoras estão sujeitas ao poder da classes dominantes sobre o sistema legal.

     Outra teoria defendida e criada pela Escola de Chicago é a teoria da degradação urbana, comunidade e controle do crime. A Escola de Chicago propõe que a cidade grande fornece oportunidades ambientais para o comportamento criminoso, dessa forma, algumas configurações urbanas estão relacionadas a variáveis padrões de sociabilidade, de estruturação das comunidades e da dinâmica da violência, assim haveria uma ecologia social do crime, assim ao se mapear uma determinada cidade o que se observaria na realidade é que a violência de áreas deterioradas era maior do que a de áreas que tinham uma boa configuração espacial. Dessa forma também surgiu a Teoria das Janelas Quebradas observaram que a diferença social que existiam entre os bairros não eram a causadora das ações destruidoras e sim e que móveis abandonados e com sinais de destruições que eram um chamamento aos vândalos até mesmo de classes sociais mais altas, convidados pelo abandono, reforçando assim a teoria criada pela Escola de Chicago.

     Desdobrando essa análise sociológica, Shaw e McKay formularam a Teoria da Desorganização Social, nessa teoria entende-se que a comunidade onde a vida coletiva está enfraquecida são contextos favoráveis aos surgimentos de motivações criminosas, onde foram identificados três padrões socioeconômicos em vizinhanças marcadas pela violência. Praticamente todas as regiões violentas eram bairros pobres e deteriorados.  As comunidades violentas eram regiões habitadas por populações de origens variadas, principalmente imigrantes. Os bairros com grande incidência de criminalidade eram regiões em que havia grande rotatividade residencial, com baixa fixação da população. Assim nessas comunidades formava-se um cenário de desorganização social onde os moradores encontravam dificuldades de formarem uma comunidade para controlar de forma eficaz o comportamento de seus membros.

     A teoria da eficácia coletiva diz que capacidade da população empobrecida em institucionalizar valores coletivos e manter eficiente o controle social e informal é o principal fundamento das variações na incidência da criminalidade no espaço urbano. Assim nessa teoria a pobreza e o crime estão relacionados desde que as regiões onde a pobreza predomina sejam caracterizadas por baixo grau de eficácia coletiva. Dessa forma existiriam alguns instrumentos de controle social dentro dessas comunidades como: O grau de confiança dos moradores entre si, disposição para ajudar os vizinhos, valores compartilhados, iniciativa para resolver problemas locais de desordem social.

     A teoria do autocontrole fala que cada um de nós está sujeito a cometer um crime, ou seja, qualquer um de nós está sujeito a adotar um comportamento criminoso, dessa forma todos os indivíduos recebem motivações sociais e antissociais. Sendo assim o crime resultaria do baixo autocontrole, pois ele facilitaria a gratificação imediata e a necessidade de suprir os desejos do indivíduo. Dessa forma essa teoria diz que a família tem papel fundamental para a formação do autocontrole do indivíduo, pois ao se observar um comportamento desviante da criança cabe à família corrigir para que na fase adulta ela possa ter autocontrole.

    Outra teoria é a das gangues e subcultura delinquente, onde é observado que jovens socialmente excluídos com formas restritas de possuir sucesso na vida, tenderiam a se associar em grupos cujos integrantes compartilham das mesmas dificuldades e problemas sociais. Dessa forma as gangues seriam a maior influência social para esses jovens que adquirem valores e subcultura delinquente, onde as influências dessas gangues seriam maiores do que a da família, sendo assim o crime é um comportamento valorizado pela gangue e desejado por todos os integrantes dela.

     Edwin Sutherland fala que o crime não tem ligações com a realidade socioeconômica do indivíduo, assim, ele observou que tanto pobres como ricos cometem crimes. A partir dessa observação ele criou a teoria de crime como aprendizado, na qual ele diz que a prática criminosa resultaria do aprendizado do indivíduo e não do atendimento das suas necessidades básicas, dessa forma ele ressaltou que o crime é aprendido mediante a interação com outras pessoas, principalmente aquelas que fazem parte do convívio mais próximo do indivíduo.

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