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As etapas do pensamento sociológico

Por:   •  10/7/2017  •  Resenha  •  5.243 Palavras (21 Páginas)  •  1.828 Visualizações

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AS ETAPAS DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO

Referência bibliográfica: RAYMOND, Aron. As Etapas do Pensamento Sociológico. Trad. Sérgio Bath. São Paulo: UnB/Martins Fontes, 2000.

Credenciais do autor: Raymond Aron, nascido em 1905 e morto em 1983, foi um filósofo, professor e sociólogo francês formado na École Normale Supérieure. Lecionou na Universidade de Berkeley, na Escola Normal de Saint Claude. Teve breve passagem pela política e além de As etapas do pensamento sociológico (1959), publicou diversas outras obras, como O Ópio dos intelectuais (1955) e O marxismo de Marx (1962), entre outras.

1. Desenvolvimento

Introdução: A obra As Etapas do Pensamento Sociológico de Raymond Aron foi publicada pela primeira vez em 1967. Nela, o sociólogo francês analisa a evolução da disciplina sociológica por meio de um grupo de sociólogos restritos que são o que há de mais inovador e representativo em cada etapa evolutiva. Para levar a termo tal propósito o livro é divido em duas grandes. A primeira parte (Os Fundadores) irá tratar daqueles que considera serem os fundadores da Sociologia, Montesquieu, Comte, Marx e Tocqueville. Faz também breves comentários sobre o pensamento destes últimos três sociólogo em relação a Revolução de 1848. Na segunda parte (A geração da virada do século) analisa os principais sociólogos da virada do século XIX, Durkheim, Pareto e Max Weber.

1.1. Os Fundadores

1.2. 1. Barão de Montesquieu

Não é comum que Charles- Louis de Secondát figure entre os fundadores da Sociologia. Na França, país natal de Raymond Aron, ele é considerado apena um precursor da Sociologia e Comte o seu verdadeiro fundador. Esse raciocínio, entretanto, não está correto. É certo que Comte nomeou a disciplina lhe dando um caráter mais sistemático, mas foi Montesquieu o seu real fundador naquilo que se refere ao conteúdo da disciplina social.

As principais contribuições de Montesquieu para a Sociologia estão em sua mais famosa obra O Espírito das Leis, que é objeto de estudo de Raymond Aron. O livro pode ser dividido em três grandes partes. A primeira parte desenvolve a teoria dos três tipos de governo. A segunda, trata da influência do meio ambiente sobre os homens e seus costumes e tradições e a terceira, estuda as consequências das causas sociais sobre os costumes, leis e tradições em geral.

A parte que mais chama a atenção de Aron é a primeira em que Montesquieu identifica como sendo as três formas de governo: república, a monarquia e o despotismo, cada uma com sua própria natureza e princípio.

Por princípio se entende o sentimento que anima o espírito popular para que o governo funcione de maneira harmoniosa. Por natureza se entende aquilo que caracteriza o governo, que lhe confere um caráter próprio o diferenciando dos demais. A natureza é definida pelo número de pessoas que exercem o domínio sobre o governo. A república é o governo do povo, a monarquia é o governo de uma classe minoritária regida por leis fixas, e o despotismo é o governo de um exercido sem a observação de leis.

Sabe-se que a teoria de Montesquieu é inspirada na Carta Magna Inglesa, ou seja, numa monarquia constitucional e não numa república na acepção moderna. Não obstante, para ele existe uma correspondência entre a república e a democracia. Aliás, a república segundo Charles-Louis de Secondát tem a virtude como um princípio, mas não no sentido moral da palavra e sim no sentido político de que os homens devem ser virtuosos para que a república funcione adequadamente.

Através da teoria dos princípios Montesquieu formula a teoria da organização social, segundo o qual a república tem como nota principal a igualdade entre os cidadãos, ou seja, que estejam unidos por um vínculo de coletividade. A monarquia por sua vez, é caracterizada por pressupor uma distinção entre os indivíduos. As duas formas de governo se afinam no fato de em ambos o comando não ser exercido pela livre vontade do comandante. Este é subordinado a um sistema de leis, ao contrário do despotismo. Neste último, o que importa é que o comandante seja superior aos demais tendo ou não diferenças entre estes outros. O comandante não tem suas ações reguladas por leis fixas.

O despotismo é classificado pelo Barão de Montesquieu como um governo não- moderado ao passo de que a república e a monarquia seriam formas moderadas de governo. Desta distinção é que surge a teoria da separação dos poderes, quando ele observando a Constituição Inglesa, percebe que na Inglaterra os poderes legislativo e executivo são exercidos por grupos de diferentes indivíduos.

O Espírito das Leis é uma obra que custou toda intelectual de Montesquieu para ser elaborada. Nela ele emprega o seu método de pesquisa sociológico, que consiste em encontrar uma explicação lógica para os eventos históricos aparentemente acidentais. Para ele por traz destes acontecimentos há uma causa profunda que explica a externa irracionalidade do ocorrido. Ele também tenta reduzir há um determinado número de tipos a variedade de hábitos, costumes e crenças sociais.

Para Aron, Charles- Louis de Secondát, o Barão de Montesquieu, é em muitos pontos mais modernos que seu sucessores e seu método de pesquisa e relevância temática o fazem ser o pai da Sociologia Política.

1.2.2. Auguste Comte

Auguste Comte, ao contrário do Barão de Montesquieu não vê com sendo boa a diversidade de variedade de crenças, costumes, hábitos, Comte prefere dar importância unidade social e humana que a seu ver deverão num dado momento histórico superar a diversidade social.

Todo o pensamento de Auguste Comte pode ser dividido em três grandes etapas. A primeira delas vai de 1820 a 1826. É quando ele constrói a teoria da passagem de uma sociedade teológica e militar para uma sociedade científica e industrial no final da Idade Média. Durante este período houve um enorme passo para a substituição de Deus pelo homem no centro de suas próprias preocupações. Assim, os sacerdotes foram perdendo a sua importância para os cientistas. Os militares ao seu turno, perderam espaço para os banqueiros, comerciantes, e empreendedores.

Ocorreu também uma modificação entre os polos da guerra. Na sociedade teológica e militar a guerra acontecia entre os homens. Na sociedade científica e industrial a guerra é entre o homem e a natureza, tendo o homem a finalidade de dominá-la para explorar racionalmente os seus recursos. O objetivo da reforma social é a reforma intelectual.

Na segunda etapa do pensamento de Comte vai de 1830 a

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