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ENSAIO – ÉTICA A NICÔMACO

Por:   •  29/12/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.393 Palavras (6 Páginas)  •  396 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA

DIREITO

FILOSOFIA GERAL

SANDRA HELENA

RAVI RAMIER MORAIS ALMEIDA

ENSAIO – ÉTICA A NICÔMACO

LIVRO V

Introdução

        Os grandes pensadores de nossa civilização nunca se afastaram do pensar, do questionar, de não se satisfazer com o que está imposto, com o que dizem ser o certo, questionando até este mesmo este ponto: o que seria o certo?

        Galileu, ao observar o deslocamento do barco, vendo que seu corpo estava em repouso, e que apesar disto haviam peixes se esforçando para exercer deslocamento em mesma direção, com uma velocidade e esforços distintos,analisou como seria variável o deslocamento, a velocidade, ou seja, que o tempo para cada um seria relativo. O mesmo questionamento foi retomado por Einstein ao tentar demonstrar de forma empírica que o tempo poderia não ser exatamente o mesmo à depender das interferências que ocorressem naquele observador, e assim, seria relativo o tempo em correlação a corpos distintos.(GALISON, 2016, online)

        Através da observação e do questionamento, pensadores conseguiram desenvolver respostas que norteiam o pensamento contemporâneo, e através desta contribuição que ficam das obras destes é que surgem outros questionamentos que dão espaço para outras respostas que conduzem a mais perguntas, trazendo, portanto, a possibilidade de respostas e perguntas mais sofisticados, mas que por vezes podem ser respostas que retroagem ao invés de evoluir, e assimnem sempre são mais sólidos ou eficientes do que seus antecessores, pois não é apenas o pensamento que pode ser retrogrado, as perguntas podem também ir contra o fluxo que entende-se como evolução na forma que se espera, mas o que esperar de nósos homens se não esta variação ?

Aristóteles

        Nossos hábitos e costumes passam por uma racionalidade de ordem prática, em conjunto a uma estrutura em questão conhecida como ética, e estapara Aristóteles esta de forma racional,dentro de um pensamento teleológico, em outras palavras, seria guiada para um fim, télos, para melhor entendimento significa finalidade, objetivo, e este objetivo dentro do contexto político, para Aristóteles o propósito da política não seria criar uma estrutura de direitos afim de tornar algo neutro, mas sim formar bons cidadãos e cultivar o bom caráter, tal como demonstrado na obra Ética a Nicômaco – mostra a ligação entre virtude e cidadania. (SANDEL, 2015, p. 233-244)

Livro V – Justiça política na pólis: as virtudes do bom ao injusto

        O homem justo, o que detém um caráter construído naquela sociedade de forma a reter as condições comportamentais que são as mais louváveis afim de que se mantenham cristalizadas, onde estas são baseadas nas leis daquela comunidade. O que é justo e injusto para a sociedade, para a polis.

O meio-termo, dentro do aspecto de justiça mantém a ordem, e tem como contraponto a injustiça, que este seria o homem que em suas atitudes é condenado por outros, ao considera-lo injusto, e assim Aristóteles demonstra que a análise dos que vivem na polis é sua forma inicial de definir justiça e injustiça. Por vezes o que parece ser injusto pode ser a possibilidade mais próximo do que se espera de um resultado mais próximo da justiça.

        Justiça e injustiça aparentam ter um modo ambíguo, mas, como os seus diferentes significados se aproximam uns dos outros, escapa à atenção e nãoo é evidente como, por comparação, nos casos em que os significados se afastam muito um do outro. (ARISTÓTELES, 1999, p. 97)

        O injusto procuro o ganho apenas para si, sem se importar com os demais que estão em conjunto naquela sociedade, mas a finalidade e o propósito da pólisé ter uma vida boa, e as instituições da vida social são meios de atingir esta finalidade.Aristóteles acreditava que só é possível realizarmos plenamente nossa natureza como seres humanos se vivermos em uma pólise participarmos da política.Mesmo vivendo em comunidade, dentro do contexto daquela cidade, que o homem está adaptado com os usos e costumes, pode ser que este não aplique da forma esperada, o que espera-se é que o comportamento aproxime-se do justo, agindo no condicionamento da moral, ou seja, de acordo com as regras.(SANDEL, 2015, p. 245)

        As melhores normas são aquelas que farão o homem justo continue desta forma. Sendo este detentor de todas as virtudes que a sociedade demonstra como certas, e assim, desejáveis. A justiça ele trata como algo sublime, como detentora de todas as virtudes de forma conjunta, sendo, portanto, a virtude completa, pois aquele que é detentora dela pode agir com todos da pólis.

        A justiça política coloca os homens que estão dentro da pólis como iguais, contudo, a justiça deve existir por lei, e não por um representante que pode simplesmente utilizar-se da sociedade para proveito próprio. A justiça nesse caso deve ser manifestada para todos, de forma pública, pois nas relações distintas desta forma não podem interferir no contexto que seja melhor para todos da pólis.

        As justiças que aparecem na comunidade são duas, a justiça natural e a justiça legal (atualmente entendido como jusnaturalismo e juspositivismo). A natural é possível ser aceita em todas as comunidades, a positiva é a que faz parte dos costumes daquela certa e determinada sociedade, os que estão submetidos na comunidade poderão discutir sobre o que é necessário para manter a pólisem ordem.

        Para Aristóteles a escravidão pode ser considerado algo justo, dentro de uma adequação, atribuindo a estes inseridos na pólis,papéis que lhes permitam realizar a sua natureza buscando assim a télosde instituições sociais. As teorias políticas atuais não aceitam bem este pensamento de adequação, de Kant a Rawls, pois temem que este pensamento entre em rota de colisão com a noção de justiça. Para Aristóteles a escravidão tem de ser algo necessário para a comunidade e também que seja algo natural. Sendo necessária pois alguém precisa dedicar-se as tarefas domésticas enquanto o cidadão dedicam seu tempo para discutir sobre condutas necessária para a melhoria da vida em comunidade. Para ele, portanto, para que a escravidão seja justa é preciso que determinadas pessoas se adequem através de sua natureza afim de desempenhar este papel. (SANDEL, p. 249)

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