TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Ensaio sobre: Apologia de Sócrates por Platão

Por:   •  19/6/2018  •  Ensaio  •  1.655 Palavras (7 Páginas)  •  350 Visualizações

Página 1 de 7

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO[pic 1][pic 2]

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PONTES E LACERDA

BACHARELADO EM DIREITO

I SEMESTRE

    Ensaio sobre: “Apologia de Sócrates  por Platão”

Pontes e Lacerda-MT

Maio de 2018

“Justo ou Injusto? Eis a Questão”[1]

Kamilla Freitas Vieira[2]

Resumo: O presente trabalho tem por objetivo principal analisar e refletir sobre as perspectivas de Sócrates, tendo com base para discorrer o mesmo a obra “Apologia de Sócrates por Platão”. O texto que peguei como base gira em torno de um diálogo de Sócrates para o povo Ateniense, que tem como único propósito sua defesa, e a partir da analise do texto irei abordar alguns pontos e concluir expondo minha opinião.

O texto citado acima trata-se do julgamento de Sócrates, um homem de mais de setenta anos que vai a jure popular por ser acusado de corromper a juventude, desacreditar na cultura grega e de “criar” deuses, em meios a estas acusações o mesmo precisa se defender perante ao júri, o julgamento pode ser analisado em três momentos distintos.

 No primeiro momento de sua defesa, Sócrates se posiciona diante do júri e questiona as acusações sofridas afim de tentar explicar a sua verdadeira função tendo como base a discrição do seu modo de vida. O mesmo também afirma que tudo o que iria ser dito por ele era verdadeiro e justo, tendo em vista que a população vigente esperava por isso.

No segundo momento o então acusado entra em debate com seus acusadores, e através da sua técnica de argumentação, que ficou conhecida como “método socrático”, ele tenta derrubar os argumentos daqueles que lhe acusavam e ainda conseguia fazer os atenienses refletir sobre a acusação que pesava sobre ele. Sócrates afirmava que era vitima de calunia e de mentiras e tentava explicar que era alvo de perseguição pois tinha sido indicado pelo oráculo como sábio e por isso tinha dedicado sua vida, tentando de alguma forma encontrar alguém que fosse mais sábio que ele para que pudesse apresenta-lo ao oráculo e acabar com isso.

Já no último momento, depois de ter tentando esclarecer suas acusações sem precisar apelar para bajulação ou até mesmo para a misericórdia dos cidadãos atenienses que se estavam ali para lhe julgar, Sócrates aguarda o julgamento e depois de ter sido condenado ainda tenta um último acordo sendo ele em dinheiro para que assim pudesse ser absolvido, porém o acordo foi negado e no lugar dele foram dadas opções de penas para que ele pudesse escolher. Sócrates então decide não optar por nenhum uma das opções, porque o mesmo não se considerava culpado e deixa a critério do júri a escolha.

Diante do breve resumo exposto acima, irei abordar alguns pontos que serão utilizados como base na reflexão do texto e de algumas perspectivas de Sócrates e logo em seguida irei deixar meu posicionamento em relação a condenação dada ao mesmo.

O primeiro ponto a ser tratado, era como Sócrates via a justiça e a lei. Para ele a justiça se dava através do conhecimento e da obediência ás leis, mas também acreditava que sobre as leis que regiam os homens também havia uma lei divina, ou seja, por mais injusta que seja a lei é necessário que se cumpra, e ele deixa isso firmado no dia em que recebe a condenação de morte.

“Mas a vós que me condenastes quero fazer uma predição, e dizer aquilo que acontecerá depois. Estou agora naquele limite em que os homens fazem mais facilmente predições, quando estão para morrer. Eu digo, ó cidadãos, que me haveis matado, que uma vingança recairá sobre vós, logo depois de minha morte, muito mais grave do que a que me realizaste matando-me.” (PLATÃO. Diálogos. Eutífron, Apologia De Sócrates, Críton, Fédon. Curitiba: Hemus, 2002, p.76)

 

Sócrates ao decorrer de sua vida se relacionava com diversas pessoas de diferentes idades, mas a maioria eram jovens, ele acreditava que os jovens eram os filósofos principais, isso devido a sua ganância pelo conhecimento. Diferente dos sofistas que cobravam para pregar um determinado conhecimento como verdade absoluta, Sócrates instigava os jovens através da duvida, pesquisar cada vez mais a aprimorar seus conhecimentos sem impor nada.

Devido ao seu jeito de viver sofreu acusações graves por Meleto, Anitô e Lincon, eles alegavam que Sócrates não reconhecia os deuses do Estado, queria introduzir novas divindades e corrompia a juventude. No meu ponto de vista eram acusações sem nexo, acusações essas que ele questionou, em algumas ele teve sucesso já em outras nem tanto, mas sempre deixando claro que não corrompia ninguém.

Sócrates se posicionava perante seu povo como alvo de injustiça, e ao decorrer de seu julgamento deixa isso bem explicito.  Sempre que o povo ateniense decidia em favor das leis ele acabava fazendo um apelo com a intenção de fazer as pessoas refletirem sobre o que era justo e que a justiça e lei nem sempre andam juntas.

O condenado possuía uma técnica de argumentação incrível, que fazia com que as pessoas refletir e fazer novas descobertas a partir de seus valores pessoais. Sócrates usa dessa técnica no seu julgamento a ponto de fazer as pessoas refletir sobre o que elas sabem e os quão ignorantes eram.

“E o que é senão ignorância, de todas a mais reprovável, acreditar saber aquilo que não se sabe? Eu, por mim, ó cidadãos, talvez nisso seja diferente da maior parte dos homens, eu diria isto: não sabendo bastante das coisas do Hades, delas não fugirei. Mas fazer injustiça, desobedecer a quem é melhor e sabe mais do que nós, seja deus, seja homem. Isso é que é mal e vergonha. ” (PLATÃO, p.14)

Esta vantagem de argumentação fez com que as pessoas percebessem o quanto eram ignorantes em vários assuntos, e por medo ou por saber de determinado assunto, muitas vezes deixavam de expor aquilo que elas acreditassem que fosse o certo, e agissem conforme a maioria. Essa reflexão ajudou muito na hora de sua condenação, porém não foi o suficiente.

O método socrático na minha opinião foi um dos principais legados deixado pelo filósofo, e ainda hoje é utilizado dentro de nossa sociedade. Através desse método do diálogo é possível aprender muita coisa, e principalmente fazer reflexões sobre o que é ou não certo e se questionar sempre sobre se aquilo que foi dito é uma verdade absoluta ou existem outros meios.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (10.2 Kb)   pdf (154 Kb)   docx (26.6 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com