TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Execução Provisória da pena e a ofensa ao direito fundamental de presunção de inocência

Por:   •  14/5/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.750 Palavras (7 Páginas)  •  219 Visualizações

Página 1 de 7

1 INTRODUÇÃO

O presente projeto de pesquisa tem como objeto a análise do posicionamento do Supremo Tribunal Federal acerca da aplicação provisória da pena no julgamento do Habeas Corpus 126.292 em 17 de fevereiro de 2016.

Compreende-se pena como medida punitiva imposta pelo Estado, por meio de ação penal, que tem como finalidade a repressão ao crime cometido, bem como, a prevenção de novos delitos, de forma a retirar o delinquente do convívio social enquanto necessário, além de reafirmar os valores tutelados pelo Direito Penal Brasileiro.

O princípio da presunção de inocência é um dos princípios fundamentais do ordenamento jurídico, assegurado pela Constituição da República Federativa Brasileira de 1988 dentre o rol de direitos e garantias constitucionais, que estabelece que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.

Nesse sentido, para que um indivíduo, que é constitucionalmente presumido inocente, possa ser incluído no rol dos culpados é indispensável que o Estado comprove a sua culpabilidade.

À vista disso, o presente projeto pretende abordar sobre a execução provisória da pena e o principal efeito que tal medida pode gerar, a ofensa ao princípio da presunção de inocência, tendo em vista que haverá supressão de importante garantia fundamental individual, referente a sua liberdade.

2 OBJETIVOS

2.1 Delimitação do tema

O presente estudo tem como perspectiva o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal em relação à aplicação da pena privativa de liberdade antes do trânsito em julgado da ação penal.

Para isto, limita-se o tema ao julgamento do Habeas Corpus 126.292 em 17 de fevereiro de 2016 no que se refere à ofensa ao direito constitucional/fundamental da presunção de inocência.

2.2 Objetivos

a. Objetivo geral

Analisar a posição do Supremo Tribunal Federal no que se refere à aplicação de pena privativa de liberdade provisoriamente antes do trânsito em julgado da ação penal.

b. Objetivos específicos

- Análise do Julgamento do Habeas Corpus 126.292 de fevereiro de 2016;

- abordar o princípio da presunção de inocência adotado pelo ordenamento jurídico;

- pontuar o principal efeito do posicionamento adotado pelo Supremo Tribunal Federal.

3 JUSTIFICATIVA

A presente pesquisa demonstra-se conveniente em virtude da limitada abordagem jurisprudencial e doutrinária acerca do tão recente posicionamento adotado pela Suprema Corte, no sentido da execução de pena privativa de liberdade de indivíduos que ainda não foram condenados definitivamente.

Observa-se que o posicionamento doutrinário e jurisprudencial sobre tal concepção ainda há de ser consolidado, tendo em vista que o sistema processual em vigor afasta a ideia de prisão durante o trâmite da ação penal de forma a antecipar os efeitos da condenação de réus.

Ocorre que, com o novo entendimento do Supremo Tribunal Federal ocorrerá uma mudança significativa no ordenamento jurídico, produzindo efeitos negativos durante a fase processual da pretensão punitiva estatal.

Por tais razões, oportuna a análise da decisão proferida durante o julgamento do Habeas Corpus 126.292 com o consequente impacto nas decisões condenatórias não transitadas em julgado e discussão em torno do efeito prejudicial à garantia da presunção de inocência.

4 OBJETO

4.1 Problema

O Supremo Tribunal Federal, enquanto guardião da Constituição Federal pode limitar o direito de presunção de inocência?

4.2 Hipótese básica orientadora do estudo

O atual posicionamento do Supremo Tribunal Federal caminha em sentido oposto ao que se busca resguardar constitucionalmente, situação em que se faz necessário o debate no intuito de preservar garantia fundamental da presunção de inocência.

5 METODOLOGIA

5.1 Tipo de pesquisa quanto aos objetivos

Considerando-se a finalidade do presente projeto, em que se busca uma revisão teórica em relação à execução provisória da pena como ofensa aoprincípio/garantia da presunção de inocência, a pesquisa será classificada como bibliográfica.  

5.2 Técnicas

        Documentação indireta

a) Pesquisa Bibliográfica

As fontes secundárias irão reunir artigos científicos e dissertações no tocante ao princípio da presunção de inocência, com intuito de examinar o posicionamento atual do Supremo Tribunal Federal.

b) Pesquisa documental

As fontes primárias serão constituídas pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988; Decreto Lei n° 2.848 de 1940 - Código Penal e Decreto Lei nº 3.689 de 1941 - Código de Processo Penal.

6 EMBASAMENTO TEÓRICO

        No que tange o embasamento teórico desta pesquisa foram escolhidas obras atuais para abordagem do tema, no intuito de elucidar sobre o principal efeito - a afronta ao princípio constitucional da presunção de inocência - a ser suscitado pelo novo posicionamento do Supremo Tribunal Federal ao determinar que a prisão-pena poderá ser executada provisoriamente antes do trânsito em julgado do processo penal.

A garantia da presunção de inocência, segundo Moraes (2013) é um dos princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito, que se destina à tutela da liberdade pessoal, acentuando a obrigação que detém o Estado em comprovar a culpabilidade do agente – presumidamente inocente – para que essa liberdade possa ser afastada, sob pena de regresso ao sistema inquisitorial.  

O referido princípio – e também garantia - confereà pessoa do acusado oportunidade de se defender e, somente após a comprovação de sua culpabilidade, sem direito a recurso, é que será proferida sua condenação.

Neste sentido afirma Távora (2013) em sua obra:

O reconhecimento da autoria de uma infração criminal pressupõe sentença condenatória transitada em julgado (art. 5°, inc. LVII da CF). Antes deste marco, somos presumivelmente inocentes, cabendo à acusação o ônus probatório desta demonstração, além do que o cerceamento cautelar da liberdade só pode ocorrer em situações excepcionais e de estrita necessidade. Neste contexto, a regra é a liberdade e o encarceramento, antes de transitar em julgado a sentença condenatória, deve figurar como medida de estrita exceção. (TÁVORA, 2013, p. 54)

...

Baixar como (para membros premium)  txt (13.3 Kb)   pdf (135.3 Kb)   docx (20.9 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com