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Faculdade de Direito Hermenêutica Jurídica

Por:   •  16/8/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.742 Palavras (11 Páginas)  •  272 Visualizações

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Universidade Federal do Amazonas

Faculdade de Direito

Hermenêutica Jurídica

Professor: José Ribamar Mitoso

Alunos: Bruno Hanan Zacarias

             Caio Guilherme Pantoja

             Felipe Lopes

             Kadney Pimentel

             Luan Pessoa Silva

             Lúcia Durães

             Pâmella Barreto

             Yago Lira

             

Curso: Direito Diurno

Turma: FD 01

Exercício sobre a Hermenêutica na Antiguidade Escravocrata: A Hermenêutica Linguística de Platão!

1) Segundo Platão, em seu diálogo “O Sofista”, o que é:

a) Frase: É a estrutura do discurso onde o sujeito pratica a ação presente no verbo e o predicado recebe a ação.

b) Pensamento: É o diálogo interior e silencioso da alma consigo mesma.

c) Discurso: É decorrente da mútua combinação de formas ou da associação das coisas, a exemplo do entrelaçamento dos sinais vocais verbos e nomes que através de um mútuo acordo criam um discurso que enuncia a respeito de alguma coisa.

d) Opinião: É a conclusão do pensamento, após afirmação e negação terem se dado na alma, silenciosamente.

e) Imaginação: É o estado de espírito decorrente da combinação entre sensação e opinião.

2) Aplique a Teoria Hermenêutica de Platão ao filme Sócrates baseado nos diálogos O Sofista e Fédon, nos quais Platão desmascara os assassinos do seu mestre. Focar a cena do Julgamento de Sócrates e explicar o que há de falso e/ou verdadeiro no discurso:

a) Dos sofistas acusadores;

  Sócrates foi acusado pelo poeta Meleto, pelo rico curtidor de peles, influente orador e político Ânito e por Lícon, representante da classe dos políticos profissionais, de não reconhecer os deuses do Estado, introduzir novas divindades e corromper a juventude. Meleto, discípulo de Górgias e Hípias,  odiava Sócrates pois este último evidenciava a mentira presente no discurso. È  o primeiro elemento do discurso falso. Na verdade, o verdadeiro instigador do processo e das acusações parece ter sido Ânito, que no diálogo “Mênon” de Platão, aparece fazendo uma ameaça a Sócrates e por não estar disposto a expor-se, fez Meleto aceitar tal empreitada. Quanto às duas primeiras acusações, afirmamos que são falsas: Como Sócrates ensinaria a crer na existência de certos deuses, se não admitisse a existência destes últimos, mesmo que não fosse os do povo, demonstrando assim que as acusações de que não creria em nenhum Deus seria infundada. Gostaríamos de fazer ressoar as palavras de Sócrates, em seu último leito: "Mas eis a hora de partirmos, eu para a morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo, ninguém o sabe, exceto o Deus". Assim, derruba-se a acusação de que ele não respeitava Deus.

  Quanto à crença em novas divindades (demônios), o filósofo justifica serem estes uma sorte de deuses - filhos de deuses, uma sorte de bastardos, nascidos de ninfas ou de outras mulheres, conforme afirmava a tradição e que homem pode acreditar em filhos de deuses e não em deuses?

   Outro argumento para contestar tais acusações, foi a história contada pelo filósofo durante sua defesa de que certa vez, o amigo Xenofonte foi até Delfos e perguntou quem era o homem mais sábio. O oráculo de Apolo teria respondido que era Sócrates, por reconhecer sua ignorância, o que mostra não ser ele um homem irreligioso, ímpio e sim que ele, através de sua vida de filósofo, estava a serviço do deus da claridade Apolo. Mesmo assim, dizia que morreria acusado de ímpio, justamente por permanecer fiel à missão que lhe fora dada pelo deus Apolo: a incumbência de buscar em todas as questões a claridade da verdade. Mas precisamos deixar claro que o oráculo délfico nunca disse explicitamente a Sócrates para prosseguir e filosofar, o que mostra a inverdade quando este diz que assumiu sua missão de interrogar em obediência aos comandos divinos que lhes foram dados através de oráculos. Assim, o dizer de Deus é na verdade um grande pretexto para marcar o propósito moral de Sócrates e para ganhar a aprovação de seus ouvintes. O motivo básico que o levava a filosofar era que isso lhe parecia a coisa mais certa a fazer. Verdade é que Sócrates condenava o politeísmo oficial, a religião do Estado, o qual obrigava a um conformismo especulativo incompatível com a dignidade humana e com a liberdade de consciência.

   Já no que concerne à denúncia de corromper os jovens, é questionável pois se assim o fosse, porque os estes ora crescidos ou parentes de antigos discípulos de Sócrates, presentes ao julgamento, não serviriam de testemunhas de acusação? Podemos sim entender a corrupção dos jovens feita por Sócrates no sentido político e não moral, instigando-os a pensar, a conhecer verdades novas, a buscarem o autoconhecimento e a refletir sobre o que ocorria na pólis ateniense. Será que a tirania de Alcibíades e de Crítias, antigos seguidores de Sócrates que se uniram à Esparta contra Atenas, não seria reflexo dos discursos do filósofo?

  A acusação refere-se a uma imagem falsa de Sócrates, baseada em falácias, delineando uma caricatura deste com tudo que tinha de ruim.

b) No discurso de Sócrates;

  Em sua defesa, Sócrates desenvolveu uma argumentação lógica e racional, e não poderia ser diferente, pois se usasse de outros expedientes seria incoerente com a sua filosofia, com tudo aquilo que pregou e acreditou em sua vida. Não há falsidade na argumentação de Sócrates. O filósofo se defende de antigas e novas acusações. Inicia o discurso afirmando que aos 70 anos desconhece as praxes do tribunal por estar nele pela primeira vez e que não usaria palavras elaboradas; afinal, para ele não era certo praticar o discurso formal, com mentiras. Com isso, profere um tom de condenação velada, tanto ao discurso provavelmente sofístico de seus acusadores, como também da suposta falsidade das acusações. Distancia-se moralmente da acusação traidora e da suposta insignificância de seu conteúdo.

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