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Fichamento do livro: Cultura: Um conceito antropológico

Por:   •  1/10/2015  •  Resenha  •  2.494 Palavras (10 Páginas)  •  1.247 Visualizações

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Fichamento:

Cultura: Um Conceito Antropológico - Roque de Barros Laraia

  1. O Determinismo Biológico:

O determinismo biológico diz respeito à teorias na qual atribuem características especificas a determinados grupos de indivíduos, ou à raça.

Diante desse quadro, os antropólogos estão certamente convencidos que as diferenças genéticas e raciais não são determinantes no comportamento cultural de um indivíduo. Segundo Felix Keesing, “não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos dos comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o inicio em situação conveniente de aprendizado.” Ou seja, independente do caráter genético de uma pessoa, se ela for inserida em um ambiente, e ter sido criada sob suas circunstancias, ela certamente possuirá as características culturais do local na qual ela foi inserida.

Em seu princípio, a espécie humana se diferencia principalmente em sexo masculino e feminino. Porém é equivocado a diferenciação de comportamentos entre pessoas de sexos diferentes  sejam determinadas biologicamente. O sistema de divisão de trabalho, baseado no sexo, de fato apresenta circunstancias culturais nela inseridos. Ou seja, em alguns países da Africa, é comum ser de responsabilidade da mulher buscar água para sua família, e muitas vezes se carregam galões pesados por longas distâncias. Sendo assim um trabalho que requer uma força significativa, muito mais força do que alguns trabalhos exclusivos de homens.

Resumindo, o comportamento de um determinado indivíduo depende de seu aprendizado e conhecimento adquirido ao longo de sua vida, um processo denominado endoculturação.

2.   O Determinismo Geográfico:

O determinismo geográfico consiste na teoria onde as diferenciações do ambiente físico de convívio condicionam a diversidade cultural. São explicações existentes desde a Antiguidade, e passaram a receber destaque na fim do século XX. Na época eram consideradas teorias verdadeiras.

Porém a partir de 1920, com o desenvolvimento e aprofundamento dos estudos, alguns antropólogos refutaram o determinismo, dizendo que o fato de comunidades diferentes viverem nos mesmos ambientes físicos, não apresentam necessariamente os mesmo costumes e os mesmos aspectos culturais.

As diferenças existente entre os homens, portanto, não podem ser estabelecidas por fatores biológicos ou pelos ambientes físicos. A grande diferenciação da raça humana se encontra no rompimento de suas limitações, ou seja, mesmo possuindo um caráter frágil conseguiu dominar o planeta. Sendo assim sua diferenciação se encontra no fato de possuir cultura.

3.  Antecedentes Históricos do Conceito de Cultura:

No final do século XVIII o termo germânico Kultur tinha como significado todos os elementos espirituais de uma comunidade, enquanto a palavra francesa Civilization referia-se às realizações materiais de um povo. Ambos os termos foram sintetizados por Edward Tylor na palavra inglesa Culture, que “tomado que seu amplo sentido etnográfico é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade.” Com essa definição Tylor foi capaz de abranger todo elemento cultural e realizações do homem. Ele nada mais fez do que formalizou um ideal que vinha crescendo ao longo do tempo. Ate antes mesmo de John Locke, que em 1690 escreveu acerca do desenvolvimento humano, e procurou entender que a mente humana é dotada de uma grande capacidade de absorção de conhecimento.

Mais de um século após a definição proposta por Tylor, era de se esperar um consenso entre os antropólogos a respeito, porem as centenas de definições formuladas ao longo dos anos proporcionou mais uma confusão do que uma ampliação do conceito. As opiniões variaram ao longo dos anos o estudo da antropologia se dedicou à definição menos ampla do conceito de cultura. A diferenciação do ser humano com o resto da natureza se da principalmente pelo fator possuidor de cultura, sua capacidade de comunicação oral e seu convívio social. Sendo assim, mais eficiente do que sua própria fisiologia. A antropologia moderna visa principalmente a reconstrução do conceito cultural, a partir da diversidade teórica.

4.  O Desenvolvimento do Conceito de Cultura:

Como antes já retratado, o conceito de cultura do ponto de vista antropológico se deu por Edward Tylor, além disso ele buscou demostrar que era possível o estudo sistemático do conceito, por se apresentar como um fenômeno natural. Para ele isso se dava como verdadeiro pelo fato do desenvolvimento da humanidade estar conectada com o desenvolvimento da natureza.

Tylor também afirma sobre a igualdade humana, “que pode ser estudada com grande precisão na comparação das raças de um mesmo nível de civilização.” Mais do que preocupado com o desenvolvimento do homem, Tylor preocupa-se com a igualdade existente na humanidade.

Por detrás de vários estudos, estabelecia-se a ideia que a cultura de desenvolve de forma uniforme, sendo que cada sociedade percorria os mesmos passos de outra sociedade “mais avançada” já havia percorrido, sendo claro o desenvolvimento do processo de discriminação, com uma vantagem ao povo europeu, principalmente. O etnocentrismo e a ciência caminhavam juntos.

Tylor foi criticado por deixar de lado a questão do relativismo cultural, porém sua posição não poderia ser outra, sendo que o relativismo cultural está implícito no conceito da evolução multilinear. Ou seja, o ser humano não pode ser compreendido em sua essência, sem analisar a sua diversidade cultural.

A principal reação ao evolucionismo foi dada por Franz Boas, no qual atribuiu à antropologia a execução de duas tarefas: A reconstrução histórica; e a comparação da vida social de diversos povos. Para ele, a investigação histórica auxilia no descobrimento de um traço cultural, e para entender a maneira de que se insere no meio social. Boas desenvolveu o particularismo histórico, na qual diz que cada cultura segue seus próprios caminhos em função dos diferentes eventos históricos que enfrentou.

Alfred Kroeber procurou mostrar como a cultura age sobre o homem. Seu trabalho indica que graças à cultura, a humanidade se distanciou do reino animal. Sua preocupação consiste em não causar uma confusão entre o biológico e o cultural, pois não se pode ignorar o fato de que o homem necessita de suas capacidades orgânicas.

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