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Filme Amistad - Direitos Humanos

Por:   •  4/9/2017  •  Ensaio  •  1.546 Palavras (7 Páginas)  •  1.077 Visualizações

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        O filme Amistad é sem dúvida uma grande obra para o mundo do Direito, mais especificamente para a área dos Direitos Humanos. No geral, o filme mostra a luta para provar algo que deveria ser tão simples, na aquela época, antes dela e que agora apesar de mais do que obvia, ainda é contravertida. Os negros são seres humanos como qualquer outro.

        Logo no inicio do filme, em que aparece o navio La Amistad lotado de negros africanos acorrentados, sendo transportados em péssimas condições e que nitidamente já sofreram bastante antes de estar ali, um dos escravos em questão se rebela de ser trato como menos que qualquer outro ser vivo. Cinqué consegue se soltar e junto com os outros escravos tomam o navio e matam os tripulantes deixando apenas dois espanhóis vivos.

        Nessa primeira parte do filme é possível ver toda a dor que os escravos estavam sentindo ao matarem a tripulação, porém não era um simples ato de “descontar” a dor sofrida naqueles em que a causaram, era de por fim em um mal que estava tirando muito além de suas vidas, mas suas almas. O que sabemos ser algo muito importante, principalmente nas religiões das diversas tribos africanas.

        Os dois espanhóis que foram poupados da morte, só foram poupados porque convenceram um dos africanos que poderiam levar-lhes de volta para a África, porém mais uma vez eles tentaram sair ganhando e invés de cumprir com suas palavras, mudaram a rota e levaram La Amistad para a America do Norte, onde ao chegarem o navio foi retomado pelos americanos e os africanos presos novamente. Nesta parte é possível fazer um breve paralelo com o que aconteceu com os nossos índios aqui no Brasil, por serem menos maldosos e mais generosos, os índios perderam tudo, pois os portugueses chegaram aqui prometendo o mundo para nossos nativos, porém os enganaram e tiraram tudo deles, os transformando também em escravos.

        Ao chegarem aos Estados Unidos, há uma cena que é possível ver claramente como era a sociedade da época em questão no filme, século XIX, onde os africanos acorrentados uns aos outros novamente, andando em fila como se fossem animais pelas ruas da cidade rumo à prisão, podemos ver pessoas ao redor que olhavam com um olhar de superioridade, como se nem existir aqueles seres humanos deveriam, já outros se simpatizavam, já eram adeptos do fim da escravidão e rezavam pelos negros, para que pudessem ser um dia livres e não sofrer mais. Enquanto tudo isso acontecia, podia se ouvir ao fundo o tempo inteiro os soldados americanos gritando frases como “Anda seu preto!”, “Vamos seus pretos!”, como se ser preto fosse o pior dos males, fosse um xingamento.

        Depois de presos, instaurou-se um processo a respeito do navio e sua mercadoria. Isso mesmo, mercadoria, os negros eram vistos como meras mercadorias, o processo inicialmente tratava justamente sobre a quem pertenciam estas mercadorias, os negros. Reivindicou primeiro o reino da Espanha a posse, depois os próprios americanos e por fim os dois espanhóis que tiveram suas vidas poupadas, tentando tirar alguma vantagem. E neste meio, dois homens que eram adeptos do abolicionismo, reivindicavam a “posse” simplesmente para que fossem vistos como pessoas e não mercadorias.

        É então que um advogado, de justamente bens, mercadorias e etc, surge oferecendo seus serviços aos dois homes que queriam a liberdade dos presos. O irônico desta parte é que de início as pessoas da época realmente não paravam para pensar se isso era certo ou errado, se os negros eram iguais ou realmente uma raça inferior e se só por serem inferiores realmente lhes cabiam à infelicidade de serem escravos. E este advogado se ofereceu para o caso simplesmente pelo dinheiro, mal sabia ele que este seria um julgamento que causaria grande repercussão internacional.

        Antes de aceitar os serviços do advogado, os dois homens recorreram ao ex-presidente do país, John Quincy Adams, pela sua forte influência e sua simpatia pelo movimento abolicionista, porém o mesmo recusou e então o advogado pegou o caso. Por falar em presidência, o contexto histórico do filme era o de que nos Estados Unidos era véspera de eleição e o atual presidente não estava preocupado com mais nada além de sua recandidatura, portanto logo seus assessores lhe alertaram sobre a possível dimensão que este julgamento poderia causar.

        O primeiro trabalho do advogado foi descobrir de onde a mercadoria veio, para depois dizer a quem realmente pertenciam o que já causa grande reboliço, pois ao ser levantado que os escravos vieram da África por meio de um navio inglês e depois remanejados para o navio espanhol La Amistad, um grande conflito estava construído. Inglaterra, que já havia proibido a escravidão, além do tratado marítimo entre os próprios Estados Unidos e Espanha. Vale ressaltar que nesta parte de disputa política, a dona da coroa espanhola pertencia a uma adolescente, que tomava suas decisões a respeito do país, pelos seus simples caprichos.

        E foi assim que o atual presidente da America do Norte foi aconselhado a fazer, garantir que a coroa espanhola não ficasse decepcionada, pois assim poderia influenciar na futura eleição e causar uma guerra civil pela quebra do tratado. Depois de algumas audiências o governo americano ao perceber que o juiz do caso poderia tender a favor dos que defendiam a liberdade dos negros e assim contrariando a Espanha, mais do que depressa trocou o mesmo para um juiz mais novo, e que segundo eles teria ambição de crescer e não de contrariar o estado. É possível ver como o estado podia intervir indiretamente nos tribunais americanos, infelizmente não intervindo de forma positiva pensando na justiça, mas sim nos seus próprios interesses.

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