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O FEMININÍSTICO

Por:   •  9/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.345 Palavras (6 Páginas)  •  246 Visualizações

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Feminicidio

O feminicidio é o assassinato de uma mulher, pelo simples fato de ser mulher, sendo assim, é uma violência em razão de gênero. O feminicidio tem como característica as mortes intencionais e violentas de mulheres em decorrência de seu sexo e nem sempre são eventos isolados na vida das mulheres, podendo ser resultado das diferenças de poder entre os homens e mulheres nos diferentes contextos socioeconômicos que se apresentam.

2.2. A desigualdade de gênero

A desigualdade entre o gênero masculino e feminino, são efeitos da subordinação da mulher, tendo em vista que em termos biológicos não há justificativa para existência desta diferença, é somente uma questão ideológica que coloca a mulher em uma condição de submissão.

O ser masculino e feminino determinam a maneira de ser do homem e da mulher, no entanto na sociedade espera-se que a mulher seja submissa e cuide da família e o homem seja o provedor, detentor do poder na relação, levando assim o homem a acreditar que a mulher foi feita somente para servi-los. Esse modo de ver a mulher muitas das vezes desencadeiam em violência devido ao fato de se acharem superiores, de se acharem donos de suas mulheres, tendo em vista que o feminicidio acontece na maioria das vezes com mulheres com as quais o agressor tenha algum laço afetivo.

Na concepção de AUAD (2003) homens e mulheres são diferentes, mas não deve haver desigualdade de direitos entre eles, desta forma podemos perceber que as diferenças devem ater-se somente ao campo físico, sentimental, mas jamais deveria haver diferença de direitos, homens e mulheres deveriam ter direitos e deveres iguais, sem descriminação, pois a capacidade de cada um e os direitos não estão limitados a condição de gênero masculino ou feminino, infelizmente não é isso que acontece, pois cada vez mais, podemos perceber em nossa sociedade a discriminação da mulher, que é desvalorizada, tratada como objeto, com um ser inferior e que deve se submeter a vontade daqueles a quem depositaram a confiança de sua vida, de sua integridade e que muitas das vezes acaba por perder a vida, por serem mulheres.

Na concepção de Desarte Suarez (2000), o gênero demonstra a ligação entre homens, mulheres e a natureza com finalidade mesmo que simbólica, da igualdade entre eles. Neste sentido, o conceito de gênero e compreendido como a desnaturalização do sexo, como caraterização biológica de cada indivíduo delimitando o poder entre os sexos.

Assim a mulher é vista como passiva, enquanto as atividades ativas caracterizam o gênero masculino, assim o conhecimento do gênero permite pensar nas diferenças sem transforma-las em desigualdade, ou seja, sem que as diferenças sejam ponto de partida para a discriminação para a violência e até mesmo para a morte.

A diferença de gênero também está presente na vida econômica da mulher, segundo dados do Índice Global de Desigualdade de Gênero em 2015, que levou em conta dados de 134 países, o Brasil ficou em 133º posição, ou seja, o segundo pior, na frente apenas de Angola, ainda segundo o Índice, a mulher no Brasil ganha menos da metade do salário dos homens que atuam em trabalhos similares, aponta o estudo.

De acordo com o índice a renda média anual das mulheres no Brasil e bem menor que a dos homens. Para as mulheres é estimada R$ 44,9 mil por ano em média, enquanto que para os homens e de R$ 76,3 mil anuais. Os homens também tem maior participação no mercado de trabalho, com 85% deles empregados ou procurando emprego, entre as mulheres esse número cai para 65%.

Além disso, os homens representam 63% dos funcionários públicos de alto escalão diretores e legisladores, contra 37% de participação das mulheres.

2.3 A legitimação da violência contra a mulher

         O padrão comportamental do indivíduo é definido pela família, os meninos são educados para serem fortes, impávidos e até mesmo agressivos em algumas situações, outro fato que se ensina aos meninos e que os mesmos possuem necessidades sexuais diferentes das mulheres, o que justifica a necessidade de terem outros relacionamentos, ao passo que a mulher deve ser fiel, pois pertence ao seu companheiro.

Regina Lins (2011) cita que existe uma organização social com base no poder do pai, em que os descendentes seguem a linha do masculino, na qual as mulheres são consideradas inferiores e como consequência subordinada a sua dominação, a essa organização deu o nome de patriarcado.

Uma forma de se perceber que o patriarcado passa por vezes despercebidos esta no fato de a mulher receber o sobrenome do marido ao se casar, ou seja, esse domínio já se tornou natural.

[pic 1]

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º inciso I e art. 226, § 5º iguala homens e mulheres, mas ainda assim a ideologia do patriarcado permanece.

Existe ainda a divisão segundo o sexo dos papeis que cada um deve desempenhar  dentro da sociedade que vem acompanhado da ideologia da construção da hierarquia dos sexos, no qual o masculino sempre é superior ao feminino, o que legitima a diferenciação dos sexos, são os valores associados a divisão sexual nas esferas pública e privada (Dias 2015).

Segundo Damásio de Jesus (2015, p.7)[pic 2]

Diante disso, é notório a criação dos mundos, sendo um de dominação (externo e produtor), o homem e o outro de submissão (interno e reprodutor), a mulher, sendo destinado a esta o papel de submissão, a inferiorização da mulher esta longe de ser extinguido.

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