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O FICHAMENTO CASO RICHTHOFEN

Por:   •  5/11/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.061 Palavras (5 Páginas)  •  186 Visualizações

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FICHAMENTO CASO RICHTHOFEN

I - INQUÉRITO

Em seu primeiro depoimento, Suzane Richthofen afirmou que o convívio familiar era harmônico. Na data do crime havia se dirigido à um motel com o intuito comemorar seu aniversário de namoro com Daniel. Realizou o uso de entorpecentes e, após, foi buscar seu irmão na casa de jogos eletrônicos, como de costume. Retornando à casa dos pais, verificou que algo parecia errado, e então chamou as autoridades policiais para averiguar a situação, quando foi informada dos assassinados.

Em segunda oportunidade, a até então suspeita ressalvou seus pais não estavam satisfeitos com seu namoro, muito embora não o proibissem. Afirmou que seu pai fazia o uso de bebidas alcóolicas, mas que jamais havia sido agredida fisicamente por ele.

Já no terceiro depoimento, as contradições começaram a surgir. Suzane afirmou já ter sido agredida fisicamente por seu pai em uma discussão cujo tema seria seu namoro com Daniel, tendo o genitor afirmado que a deserdaria. Mesmo após o fato, continuou seu namoro normalmente.

Ainda, a ré declarou ter conhecimento de que Cristian, irmão de seu namorado, havia sido usuário de drogas, mas não sabia que ele havia adquirido uma motocicleta um dia após o crime, fato tal que direcionou as autoridades para o envolvimento de Suzane e Daniel nos atos. Havia contradições nos depoimentos, Suzane apresentava certa a frieza, e faltava explicação convincente de Cristian sobre a compra da motocicleta.

Então, pressionado pelos investigadores, o irmão de Daniel confessou o crime. Neste passo, a primeira imagem de Suzane era a de uma filha que havia matado os pais para livrar-se da pressão exercida por eles contra seu namoro, o que lhe garantiria também uma condição financeira boa.

II - DENÚNCIA

Na peça acusatória, foram expostas as circunstâncias do crime com ênfase no relacionamento familiar conflituoso de Suzane, frente a contrariedade dos pais ao seu namoro. Com os encontros cada vez mais difíceis e com a promessa de colocar Suzane na pobreza, esta passou a nutrir a intenção de eliminar seus pais.

Narra a denúncia que Daniel cuidou-se de fabricar porretes e Suzane de guardar luvas cirúrgicas visando não deixar vestígios da prática do delito. Cristian, irmão de Daniel, receberia o pagamento de toda a importância em dinheiro que houvesse na casa. Foi explorada a premeditação do crime e a dissimulação de Suzane, haja vista que tal crime estaria sendo planejado há tempos. Ainda, a imagem de que o irmão de Suzane, Andreas, idolatrava Daniel foi construída, motivo pelo qual foi deixado no cybercafé pelo casal antes da prática do crime.

III – DEFESA DE SUZANE

A defesa de Suzane ressaltou a importância de se levar em consideração os sentimentos humanos, colocando em evidencia o fato de ser coerente a insatisfação de Suzane quanto à atuação de seus pais, não caracterizando a crime hipótese de vingança.

Seus advogados afirmaram ser necessário analisar o tipo de criação recebida pelos pais e o comportamento destes de restringir sua liberdade mediante violência, colocando as vítimas como responsáveis pela criação da situação que culminou suas mortes. Todo o arsenal argumentativo utilizado pela defesa visou mostrar que o motivo que levou Suzane a planejar e a participar do crime não poderia ser classificado como torpe.

Segundo a procuradora, em outro argumento, Daniel havia seduzido a namorada com a ideia do assassinado para se verem livres do controle do casal Richthofen. Havia ela sido coagida emocionalmente, não agindo de livre e espontânea vontade.

A defensora de Suzane ainda afirmou a inexistência da qualificadora do meio cruel, devendo ser afastada haja vista não haver nos autos nada que sustente ter Suzane aderido com sua vontade a este suposto meio cruel posto que nada disso havia sido combinado anteriormente”.

Seu outro defensor invocou argumento de que não havia nos autos a alegação de deserdação como motivo do crime. Quanto à liberdade para amar, a proibição do namoro teria sido ilegítima, provocando profunda dor moral, sendo ela tratada como uma menina irresponsável, mimada. A estratégia da defesa esteve em pôr ênfase na valorização da liberdade individual e em mostrar a necessidade de compatibilizar a realidade social à objetividade da lei. Suzane não se submetia às vontades do pai, homem apontado como autoritário e dominador e da mãe, que concorda com as vontades do pai. A estratégia da defesa da Suzane foi associar o namoro dos réus a uma união estável que poderia se concretizar em um casamento por amor.

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