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O Problema Metafísico

Por:   •  3/6/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  934 Palavras (4 Páginas)  •  1.550 Visualizações

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O Problema Metafísico

A Metafísica é o ramo da Filosofia – talvez o mais básico ou fundamental de todos – que se ocupa das causas primeiras e últimas, ou dos princípios primeiros e dos fins últimos de todas as coisas. A origem do nome Metafísica é curiosa. Quando o romano Sila conquistou Atenas, em 86 a.C., 236 anos após a morte de Aristóteles, enviou para Andrônico de Rodes a biblioteca completa do grande filósofo, contendo suas obras já publicadas em grego e seus escritos particulares – alguns inacabados – que haviam sido guardados por seus discípulos. Após organizar os volumes que formaram a Física, Andrônico reuniu uma série de textos sem título e deu-lhes o nome de τὰ μετὰ τὰ φυσικὰ βιβλία (tá metá tá fisicá biblía, “os livros que vêm após a física”) e daí o nome μετὰφυσικὰ para designar os estudos de Aristóteles sobre a realidade, as coisas, os seres – que não se restringem ao mundo físico – eis que são metafísicos.

O resultado do pensamento metafísico nunca é o conhecimento, mas o entendimento, e este tende a ser diferente para cada filósofo. A própria definição da metafísica vai desde Aristóteles (“ciência que estuda o ser enquanto ser e as propriedades que o acompanham necessariamente”), passa por Kant (“ciência dos princípios primeiros da natureza e da moral”) e por Heidegger (“imersão da própria existência nas possibilidades fundamentais do ser considerado em sua totalidade”).

A validade do pensamento metafísico também tem sido disputada: céticos, empiristas, positivistas, materialistas, linguistas, cada um por suas próprias convicções filosóficas, negam o valor que poderia ter o estudo “do ser enquanto ser”. Porém, se for admitida a possibilidade do pensamento estritamente intelectual, despido de qualquer dado sensorial, deve também ser admitida a possibilidade da metafísica.

Mondin explica essa noção, sobre o ser das coisas, as coisas no aspecto da existência: “antes de não ser as coisas são”. Não esta ou aquela coisa, esta ou aquela qualidade da coisa, este ou aquele princípio da coisa, nem mesmo a própria coisa, mas a coisa em si, o ser da coisa.

No que diz respeito ao método, o problema metafísico admite diferentes abordagens. Os existencialistas iniciam a metafísica com o estudo de um ser em particular: o ser do homem, o ser humano e utilizam o método fenomenológico. Platão, Agostinho e Descartes, entre outros, partem do pressuposto que os princípios primeiros e as idéias universais são conhecidos a priori ou por iluminação divina, e utilizam exclusivamente o método dedutivo. Já Aristóteles, Tomás de Aquino e outros, descartam as idéias a priori, e empregam o método indutivo. Mondin propõe o uso combinado dos três métodos: o fenomenológico e o indutivo para “assegurar uma base sólida e concreta”, e o dedutivo para “oferecer uma visão sistemática” da realidade.

Historicamente, o problema metafísico não se separa do próprio pensamento filosófico ocidental: este sempre se ocupou da explicação da experiência humana e “a causa suprema e a razão última do seu ser”. Assim, desde os jônicos – ainda que de uma forma primitivamente mitológica –, a perquirição da causa última ocupa a atenção dos filósofos gregos e, com Parmênides – ao declarar “o ser como princípio único e supremo de todas as coisas” –, a metafísica assume seu lugar no âmbito da filosofia.

Platão refina essa definição ao distinguir o ser como “aquilo que verdadeiramente é” e não aquilo que “somente é de modo aparente, finito, contingente”. Aquilo que verdadeiramente é pertence ao mundo das ideias, é

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