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O Roteiro de Investigação

Por:   •  9/9/2020  •  Trabalho acadêmico  •  908 Palavras (4 Páginas)  •  153 Visualizações

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Roteiro de Investigação (Continuação)

Passo C. Essa etapa consiste em um exercício de busca ativa de fontes, a ser realizada pela equipe.

Questão 5. A partir dos indícios já apresentados, busque outras fontes documentais relacionadas ao episódio “Levante da turma da boa vontade”. Sugerimos que essa busca seja feita no acervo do Arquivo Nacional, experimentando palavras-chaves relacionadas aos nomes citados, às localidades ou outros elementos que caracterizam o período. Apresente os resultados das buscas da equipe, relatando o percurso de investigação e problematizando as fontes. Anexe também algumas pistas localizadas pela equipe e que consideram importantes dar destaque. (Até 5000 caracteres e o limite de cinco fontes localizadas, a serem inseridas em pdf)

A partir da leitura do dossiê ora proposto, mais precisamente, da análise dos discursos proferidos por parlamentares na tribuna do Congresso Nacional; da efervescência das manifestações populares nas cidades satélites de Taguatinga e Núcleo Bandeirante “Levante da boa vontade”; e da relação entre esses eventos sociopolíticos e ideológicos que a sociedade brasileira e, porque não dizer, mundial vivenciou em meados do século XX, veio à tona algumas indagações sobre possíveis acontecimentos que conectasse os distintos interesses dos sujeitos históricos apresentados nas pistas do documento. Assim sendo, a equipe supôs que o discurso do presidente João Goulard, durante comício na Central do Brasil – Rio de Janeiro, proferido no dia 13 de Março de 1964, na semana anterior aos eventos ora analisados, poderia trazer respostas à nossas indagações. Contudo, é cabível salientar que essas perguntas surgiram na leitura das pistas, antes mesmo de nos debruçarmos nas questões propostas no roteiro de investigação. Não obstante, nos sentimos provocados pela equipe de coordenação do curso ao oportunizar a prática da pesquisa a partir do acervo do Arquivo Nacional. Assim, acessamos o site desse órgão a procurou de indícios, fontes relacionadas ao discurso do ex-presidente Jango e após muito tentar, digitar muitas palavras-chave, fomos orientados pelo professor Jose Alves e pela professora Tereza Eleutério e enfim encontramos páginas e páginas de fontes documentais (filmes, fotografias, documentos) a partir da procura por termos como “comício da central do Brasil”. Não obstante, encontramos diversos artigos nos FUNDOS: Agência Nacional – BR RJANEIRO EH,  Serviço Nacional de Informações – BR DFANBSB V8, Comissão Nacional da Verdade – BR RJANEIRO CNV, Campanha da Mulher pela Democracia – BR RJANEIRO PE,  e também do FUNDO: João Goulard – BR RJANEIRO D7.

Após analisar algumas fontes, nossa equipe supôs que o discurso do presidente Jango provocou os parlamentares federais ao colocá-los contra o povo e propor reformas que diretamente confrontavam os privilégios históricos dessa oligarquia que há séculos define os rumos da política e sociedade brasileira. Em nossa pesquisa acessamos editoriais de jornais, do dia do discurso, onde expõe o temor de alguns deputados em relação à assinatura das reformas de base, da ameaça do comunismo, da resistência aos termos da Superintendência de Políticas Agrárias (SUPRA) que davam conta de desapropriação de terras e outras medidas de reforma agrária, do voto ao analfabeto da reforma eleitoral, bancária, da reeleição de Jango, da encampação de refinarias de particulares... Por outro lado, analisando algumas imagens que dão conta de uma multidão de pessoas, de trechos da fala presidencial, supomos que esse discurso nutriu os anseios dos trabalhadores (operários) e estudantes ao estimulá-los a lutar por direitos (salário, alimentação, trabalho...),  pois em diversos momentos do discurso o presidente João Goulard defendeu com veemência o combate às desigualdades sociais, o apoio as manifestações populares.

Suspeitamos que os discursos proferidos por parlamentares contra o presidente Jango, as manobras de alguns parlamentares retornistas e o “Levante da boa vontade” são eventos conectados ao discurso presidencial de 13 de Março de 1964, pois ao passo que esse discurso atinge privilégios dessa elite parlamentar, fomenta as manifestações populares. As palavras do presidente ecoam na luta dos candangos da capital da república.

Passo D. Identifique lacunas históricas e indique proposições narrativas adequadas para abordar, em sala de aula, as mobilizações populares no Distrito Federal, de modo a dar visibilidade a episódios como o que foi apresentado neste dossiê.

Este dossiê nos levou a refletir sobre o silenciamento em torno da violência na região central de Brasília, Plano Piloto. É de se estranhar, o fato do Distrito Federal ser palco de diversos levantes populares e o Plano Piloto ser apresentado como uma “ilha”, uma região isolada e imune à essas manifestações. Por diversas vezes o editorial do correio Braziliense que cobriu as manifestações na cidade livre e Taguatinga, ratifica que enquanto algumas cidades satélites viviam uma “baderna, tumulto, depredação”, literalmente em pé de guerra, na região central de Brasília (Plano Piloto) a sociedade vivia em absoluta paz. A despeito da narrativa oficial que desde o assentamento dos primeiros tijolos da construção de Brasília tentou amenizar tais conflitos, ainda hoje nos deparamos com esse silenciamento. Acreditamos que essa seletividade fomenta uma opacidade histórica no Distrito Federal, deixa uma lacuna em relação aos números da violência nas “regiões nobres” deste Ente Federativo. Não obstante à narrativa hegemônica, Brasília, enquanto ideário, não dialoga com conflitos. Excetuasse, no caso, se tais conflitos forem organizados pela população periférica, como ocorreu nos anos 80 quando o povo se manifestou na Esplanada dos Ministérios e a mídia noticiou como sendo um “Badernaço”. Assim sendo, entendemos que é possível trabalhar essa temática em sala de aula contrastando a maneira que é apresentada a violência e manifestações populares no Plano Piloto e nas regiões periféricas, mais precisamente nas áreas de maior vulnerabilidade social como Sol Nascente, Estrutural, Varjão.

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