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PSICOPATIA: UMA SUMÁRIA ABORDAGEM

Por:   •  6/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.897 Palavras (8 Páginas)  •  269 Visualizações

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PSICOPATIA: UMA SUMÁRIA ABORDAGEM

Glauber de Souza Sanglard Silva*

RESUMO

Psicopatia. Um tipo de transtorno de personalidade em que os sujeitos são desprovidos de consciência moral, ética e humana, possuem baixíssima tolerância à frustração, ausência de culpa ou remorso, indiferenças a apegos pessoais, tendem a culpar os outros por erros cometidos por sim mesmos e apresentam uma deficiência significativa de empatia. O presente trabalho científico tem como finalidade dilatar o horizonte acerca da psicopatia, no intuito de esclarecer os processos essenciais que perpassam tal comportamento, visando dessa forma distinguir entre o perfil de um psicopata e outros transtornos com características bastante semelhantes as da psicopatia. Destaca-se ainda, compreender as técnicas utilizadas para identificar e avaliar o perfil psicopático. Não se olvida, todavia, que é a psicologia forense/jurídica a responsável por fornecer suporte ao sistema judicial no reconhecimento e no manuseio desse fenômeno tão discutido na contemporaneidade.

Palavras-chave: Psicopatia. Transtorno de Personalidade. Psicopata. Psicologia forense.

  1. INTRODUÇÃO

Ao pensarmos em psicopatia, logo nos vem à mente aquele indivíduo com cara de mau, atroz, cruel e com claros desvios comportamentais que poderíamos reconhecê-lo sem hesitar (SILVA, 2008). No entanto, os psicopatas iludem e simulam situações de forma muito bem articulada, não sendo notados aos olhos da sociedade.  

O psicopata costuma utilizar como estratégia uma espécie de charme superficial e lábil para atingir o que deseja do outro. São exímios na arte de manipulação e engano.

Nesse sentido, SILVA (2008, p. 16) destaca que:

Os psicopatas enganam e representam muitíssimo bem! Seus talentos teatrais e seu poder de convencimento são tão impressionantes que chegam a usar as pessoas com a única intenção de atingir seus sórdidos objetivos. Tudo isso sem qualquer aviso prévio, em grande estilo, doa a quem doer.               

[pic 1]

Acadêmico do Curso de Direito

  1. PSICOPATIA

Atentar-se que, a psicopatia é uma temática muito expressiva no campo da psicologia forense, visto que seus portadores estão quase sempre envolvidos em atos criminosos ou em processos judiciais.

Essa terminologia – psicopatia – é a mais frequente e conhecida no senso comum, mas pode receber outras denominações, bem como sociopatia, personalidade antissocial, personalidade amoral, personalidade psicopática, personalidade dissocial, dentre outras (MIRANDA, 2012).

No século XIX a expressão “psicopatia” (do grego: psyché = alma; pathos = paixão, sofrimento) era empregada em seu sentido amplo na literatura médica para nomear doentes mentais de modo geral, não havendo ainda um elo entre psicopatia e personalidade antissocial (HENRIQUES, 2009 apud SANTOS, 2013).

Observa-se ainda que tal termo passou por uma grande evolução no que refere ao seu conceito, sendo ela a personalidade psicopática. Salientam-se as mais célebres e enriquecedoras denominações como a “Loucura sem delírio” ou “Loucura racional” de Pinel e a “loucura moral” de Prichard (BALLONE; MOURA, 2005).

Os indivíduos que desenvolvem esse comportamento são pessoas extremamente cruéis, frias, impiedosas, transgressoras de regras sociais, imorais, sem consciência e desprovidas de sentimentos de compaixão, culpa ou remorso; são pessoas de todas as camadas sociais, homens, mulheres, sem distinção de credo, raça, cultura, sociedade ou nível financeiro. Trabalham, estudam, fazem carreiras, se casam, têm filhos, mas definitivamente não são como a maioria das pessoas: aquelas que chamaríamos de “pessoas do bem” (SILVA, 2008).

A professora Ana Beatriz Barbosa Silva (2008), Psiquiatra e a autora do best seller “mentes perigosas: o psicopata mora ao lado” entende que os psicopatas possuem níveis variados de gravidades, dentre eles: leve, moderado e grave. Podem cometer desde atos menos lesivos, pequenos golpes ou roubos, até um perfil que utiliza métodos bárbaros e violentos, podendo cometer crimes hediondos de alta complexidade, e sentem um enorme prazer com seus atos brutais.

Àquelas pessoas com disposições psicopáticas carecem de sentimento de alteridade e são desprovidas de constituírem vínculos afetivos.

Na mesma balada, SANTOS et al. (2013) anuncia tal panorama descrevendo que:

Os psicopatas possuem uma deficiência empática e são desprovidos de emoção, não conseguem compreender a emoção no outro, o que faz com que não observem os efeitos de suas atitudes. São indivíduos frios, com pouca afetividade. São atores da vida real, pois fazem com que os outros acreditem neles e se sintam responsáveis em ajudá-los; se aproveitam da fraqueza humana tornando se fácil de enganar outras pessoas. Os psicopatas não apresentam qualquer tipo de ansiedade e continuaram não apresentando nenhum tipo de sentimento.

  1. DEFINIÇÃO

Aduzindo o Código Internacional de Doenças (CID10 – F60.2), o transtorno de personalidade dissocial, que é o que mais se aproxima do conceito de psicopatia possui as seguintes características:

Transtorno de personalidade caracterizado por um desprezo das obrigações sociais, falta de empatia para com os outros. Há um desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas. O comportamento não é facilmente modificado pelas experiências adversas, inclusive pelas punições. Existe uma tendência a culpar os outros ou a fornecer racionalização plausível para explicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade.

O Manual de Estatística e Diagnóstico (DSM-IV) pondera de forma mais aprofundada o transtorno da personalidade antissocial, considerando como característica fundamental o padrão invasivo de desrespeito e a violação dos direitos dos outros, com início na infância ou adolescência, persistindo até a idade adulta. De qualquer forma, ambos tratam a psicopatia como transtorno de personalidade antissocial (apud SANTOS et al., 2013).

Por se tratar de um tema polêmico, que envolve um objeto cientifico complexo, que é o comportamento humano, diversos autores divergem entre si. Desta maneira, o conceito do transtorno não poderia ser diferente (SANTOS et al., 2013).

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