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RESENHA CRÍTICA DA OBRA: “MORAL E ÉTICA –DIMENSÕES INTELECTUAIS E AFETIVAS”, DE YVES DE LA TAILLE

Por:   •  26/10/2020  •  Resenha  •  1.207 Palavras (5 Páginas)  •  544 Visualizações

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Nome: Beatriz de Oliveira Silva

RA: 7897063

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA

RESENHA CRÍTICA DA OBRA: “MORAL E ÉTICA –DIMENSÕES INTELECTUAIS E AFETIVAS”, DE YVES DE LA TAILLE

O autor começa o livro avaliando as relações entre razão e afetividade, numa tentativa de elucidar o que está subentendido no conceito de moral e de ética.

Num primeiro momento, o autor escolhe 4 abordagens representativas da psicologia moral, sendo a de Émile Durkheim, Sigmund Freud, Jean Piaget e Lawrence Kohlberg.

A abordagem de Durkheim é uma análise do processo psicológico que leva o indivíduo a pautar suas condutas pela moral. Ele afirma que as condutas morais se dão pelo sentimento do sagrado, inspirado pela sociedade, ou seja, o obedecimento aos mandamentos de um ser superior, temido e desejado. Ou seja, a obediência aos mandamentos da sociedade, onde não há um desenvolvimento moral em si, mas sim o conhecimento e compreensão de um modelo de moral.

Freud, acredita que grande parte dos adultos segue as leis morais apenas por medo das sanções, dando a entender que a consciência moral tem raízes inconscientes, que pode se explicar por forças afetivas Para ele, o indivíduo pode até ter comportamentos morais de “boa vontade”, mas que no fim das contas, age moralmente por medo, por algo irredutível as suas decisões conscientes.

O autor deixa claro que as posições de Piaget e Kohlberg sobre ética são bem diferentes. No que concerne ao desenvolvimento moral, identificou dois estágios: heteronomia (respeito às figuras de autoridade) e autonomia (separação da obediência que se tem na heteronomia). Piaget acredita no desenvolvimento da moral, identificando aquilo que é comum a todos os indivíduos. Baseado na teoria construtivista, esse desenvolvimento é chamado por Piaget de processo de equilibração, que é a capacidade de auto-organização de cada indivíduo, onde acredita-se que a inteligência e o conhecimento são frutos de trabalho individual e não de cópia de modelos externos. Para ele, a razão é uma dimensão moral incontornável.

Já Kohlberg buscou sofisticar a teoria moral de Piaget. Para ele, indícios de autonomia não bastavam para afirmar a moral de um indivíduo, sendo necessário acima de tudo, o desenvolvimento da razão para que a evolução moral do indivíduo pudesse ocorrer.

Enquanto Piaget e Kohlberg voltam suas teorias para a razão como fator central, Durkheim e Freud colocam como principal o debate da dimensão afetiva. Para Yves de La Taille, entretanto, as quatro teorias apresentadas têm em comum o fato de a moral implicar em princípios e regras que devem ser obrigatoriamente observados pelos indivíduos.

Passada a questão da razão e afetividade, entramos em moral e ética, tratado pelo autor como um conjunto de regras de conduta consideradas como obrigatórias.

A “inflação” contemporânea da palavra ética, segundo o autor, é bem diferente das concepções apresentadas anteriormente. Quando falamos em moral, falamos em deveres e quando falamos em ética, é a busca de uma vida boa.

Aqui, o autor cita a teoria de alguns filósofos, como o utilitarismo de Stuart Mills, que diz que a felicidade consiste em prazer e ausência de dor; Aristóteles, porém, traz uma problematização sobre a felicidade; Kant acredita que a moral não é ensinar a ser feliz, mas como merecer ser feliz. Com isso, o autor chega à conclusão que todas essas condutas mencionadas são reflexões das condutas humanas e que o futuro reserva para suas vidas.

Ao se aprofundar na esfera moral e ética, o autor divide o conteúdo em “Plano Moral” e “Plano Ético”.

O “Plano moral” se manifesta pelo dever, devendo ser entendido como obrigatoriedade. Ainda, acrescenta algumas observações sobre essa esfera.

A primeira é que há uma confusão entre registros axiológicos e psicológicos, quando os axiológicos são deveres morais que devem ser obedecidos incondicionalmente e os psicológicos são os sentimentos de obrigatoriedade, que é pressuposto tanto pelos adeptos da moral deontológica quanto por aqueles da moral teleológica.

A segunda, refere-se ao sentimento de obrigatoriedade, que pode abrir brecha para o pensamento de que sempre sabem o que fazer. O fato é que podem haver dilemas morais, citando no livro casos de aborto, suicídio, etc., e esclarecendo que a indecisão gerada pelo dilema decorre de uma busca sincera e criteriosa de argumentos fortes.

A terceira observação trata que alguns deveres morais correspondem a exigências sociais consagradas pelo Poder Judiciário, justificadas moralmente pelo respeito à vida e propriedade de outras pessoas e suas sanções penais. Entretanto, alguns indivíduos impõem para si mesmo deveres morais que não são exigidos pela sociedade, concluindo que é indevido pensar que o plano moral e o sentimento de obrigatoriedade são despertados apenas por exigências sociais.

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