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Resenha de Ética de La Taille

Por:   •  15/5/2020  •  Resenha  •  1.457 Palavras (6 Páginas)  •  260 Visualizações

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 La Taille nascido na França, mas desde pequeno mora no Brasil. É professor de Psicologia do Desenvolvimento Moral na USP. É co-autor dos livros Piaget, Vygotsky, Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão, Indisciplina na Escola (Summus Editorial) e Cinco Estudos de Educação Moral (Casa do Psicólogo) e autor, entre outros, de Limites: Três Dimensões Educacionais (editora Ática). Investiga o desenvolvimento moral desde a década de 80 e é um dos especialistas mais respeitados do país nessa área.

Para Taille, a crise moral e ética atinge tanto os pais quanto os filhos, e acaba incluindo a escola nesse rol.“Muitos professores acusam os pais de não darem, por exemplo, limites a seus filhos, e muitos pais acusam a escola de não ter autoridade e de não impor a disciplina”, Para ele, tanto os pais quanto a escola tem responsabilidade no desenvolvimento ético e moral das crianças

Neste livro, Taille fala sobre os processos intelectuais e afetivos que fundamentam os valores que se atribui aos códigos morais que existem presentes na sociedade. Ele demonstra através desta obra que o respeito pelos códigos não são uma simples preocupação com punições ou recompensas, e sim que o ser humano busca uma verdade sobre o que é certo e errado desde a infância.

Taille considera que a moral é a ideia de uma obrigação para que haja uma forma de regular a  convivência humana. Também afirma que pensar nos seus atos levando em conta a necessidade dos outros é uma ação do indivíduo que faz parte do campo intelectual envolvido no ato de agir de acordo com o que é certo. Ao traçar uma linha do desenvolvimento afetivo distingue a presença de sentimentos como culpa e indignação. O escritor considera que ao se respeitar, é possível respeitar os outros também.

 O autor dividiu o desenvolvimento da moral em duas partes, que são elas: heteronomia (respeito às figuras de autoridade) e autonomia (separação da obediência que se tem na heteronomia). Kohlberg complementou a teoria de Piaget sobre o desenvolvimento da moral, para ele vem através do desenvolvimento da razão. O filósofo analisa as raízes epistemológicas das palavras ética e moral. Ele elucida que devemos entendera moral como fenômeno social, e por ética, a reflexão filosófica. Para entender melhor a análise Taille, distingue plano moral de plano ético. Moral se trata de uma questão psicológica, que se desenvolve através do dever, pela obrigação. Desta forma, a ética contém a moral, pois cabe à moral regrar a vida em sociedade. Entre as virtudes abordadas na obra, apresenta-se a justiça, que inspira igualdade, e a eqüidade, que implica tornar iguais os diferentes. O autor se refere também à generosidade, virtude altruísta que consiste em dar ao outro o que lhe falta, e, por fim, à honra, que exige reconhecimento e respeito do ser humano, estabelecendo a qualidade de suas ações.

La Taille recorre a uma série de autores de diversas áreas do conhecimento como filosofia, sociologia e psicologia para dividir o objeto de estudo em duas dimensões de teorias sobre a moral, a dimensão afetiva e a intelectual. Ou seja, os dois aspectos mais importantes da vida de uma pessoa, moral e ética, para ele as relações sociais são uma expressão da moralidade.Para explicar essas teorias, são citados Emile Durkheim e Sigmund Freud que trazem como concepção que o agir moral está mais relacionado a variável de cada indivíduo, ou seja, está ligado ao “querer agir” de cada um, para eles a principal fonte da moralidade é a afetividade.

Durkheim afirma que as condutas morais se dão pelo sistema de regras que está intimamente ligado ao indivíduo e principalmente a sociedade.  A moral diz respeito a uma consciência coletiva e a valores que são construídos por várias consciências individuais.

“A moral consiste, antes de tudo, em estabelecer fins; ela dita ao homem os objetivos que ele tende a perseguir e, por isso, ela distingue-se das ciências aplicadas propriamente ditas. Por outro lado, como os fins morais poderiam ser deduzidos da psicologia? O homem que a psicologia estuda é o homem de todos os tempos e de todos os países, sempre e em todo lugar idêntico a si mesmo. As leis psicológicas são invariáveis, assim como as leis do mundo físico. O ideal moral, contudo, varia conforme as épocas e os lugares” (Durkheim: 1975b [1920], p. 322-23)

Em resumo, para Durkheim, o plano moral corresponde a uma realidade humana, realidade durante séculos despertada pela religião, mas também passível de ser ocupada pelos mandamentos do “Ser Coletivo” que é a sociedade, cabe a cada indivíduo obedecer às regras que são impostas.

Vejamos agora a concepção de Freud, para ele existe um conflito entre o indivíduo e a moral, pois este acaba por se submeter a ela para conviver em sociedade, o que de certa forma restringe sua liberdade. A maioria das pessoas não praticam o bem simplesmente por ser bom, e sim pelo medo da sanção. Para o psicanalista, a consciência moral é expressão dos mandamentos de outra instância psíquica inconsciente, à qual deu o nome de “superego”, ou seja, a consciência moral tem sua origem em esferas inconscientes, que pode se explicar por forças afetivas.  O “superego” atua como um juiz ou um censor relativamente ao ego. Freud vê na consciência moral, na auto-observação, na formação de ideais, funções do superego.

O desenvolvimento moral, se dá em dois estágios: heteronomia (respeito às figuras de autoridade) e autonomia (separação da obediência que se tem na heteronomia). Kohlberg complementou a teoria de Piaget sobre o desenvolvimento da moral, que, para ele, ocorre devido ao desenvolvimento da razão. O autor ainda analisa as raízes epistemológicas das palavras ética e moral. Ele esclarece que por moral devemos entender o fenômeno social, e por ética, a reflexão filosófica. Para aprofundar sua análise, La Taille distingue plano moral de plano ético. O primeiro se trata de uma realidade psicológica, que se manifesta pelo dever, pela obrigatoriedade. Desta forma, a ética contém a moral, pois cabe à moral regrar a vida em sociedade. Entre as virtudes abordadas na obra, apresenta-se a justiça, que inspira igualdade, e a eqüidade, que implica tornar iguais os diferentes. O autor se refere também à generosidade, virtude altruísta que consiste em dar ao outro o que lhe falta, e, por fim, à honra, que exige reconhecimento e respeito do ser humano, estabelecendo a qualidade de suas ações.

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