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Resenha do livro Povo Brasileiro - Darcy Ribeiro

Por:   •  19/10/2016  •  Resenha  •  3.652 Palavras (15 Páginas)  •  5.198 Visualizações

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

RAFAEL DE SORDI BARBOSA MARTINS

RESENHA CRÍTICA

Resenha crítica do livro “O Povo Brasileiro”

Campinas

2015

RAFAEL DE SORDI BARBOSA MARTINS

RESENHA CRÍTICA

Resenha crítica do livro “O Povo Brasileiro”

Resenha apresentada para a disciplina Antropologia Jurídica, no curso de Direito, da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas.

Prof. Ricardo Nunes

Campinas

2015

INTRODUÇÃO

O livro “O povo brasileiro” é uma obra fundamental para compreender o processo civilizatório brasileiro e a formação de sua cultura. O objetivo dessa resenha é apresentar os pensamentos do autor Darcy Ribeiro e fazer um panorama geral das ideias presente no livro. Utilizando a tipologia descritiva, o resenhista buscou esclarecer e apresentar os enigmas culturais abordados em todas as cenas do livro. O livro, consagrado como relíquia nacional, é uma das melhores formas para entendermos nossas origens e o nosso passado, desde os primeiros povos até os atuais.

  1. O AUTOR

Seu autor, Darcy Ribeiro (1922-1997), foi um renomado antropólogo brasileiro, destacou-se com trabalhos em defesa da causa indígena e com trabalhos na área da educação, antropologia e sociologia. Nasceu em Montes Claros, Minas gerais e estudou no Grupo Escolar Gonçalves Chaves e no Ginásio Episcopal de Montes Claros. Mudou-se para São Paulo, estudou Medicina durante três anos, desistiu do curso e de volta ao Rio de Janeiro, ingressou na Escola de Sociologia e Política, graduando-se em 1946, no curso de Ciências Sociais. Escreveu várias obras sobre etnologia, antropologia, educação, além de romances. Seu último trabalho, em 1995, foi "O Povo Brasileiro - a Formação e o Sentido do Brasil".

  1. A OBRA

Ela foi escrita em português e publicada no ano de 1995, constituída em 470 páginas e divididas em cinco capítulos: Novo Mundo (a descoberta e os primeiros povos do Brasil), Gestão Étnica (formas de fusão de povos), Processo Sociocultural (identifica as forças responsáveis pela diversificação de nossa matriz étnica), Os Brasis na história (a heterogeneidade dos povos espalhados em nosso país) e o Destino Nacional (contraste entre o passado e o futuro do Brasil). Todos esses capítulos são subdivididos em temas que fizeram parte da nossa formação como as guerras do Brasil. Encontra-se na segunda edição.

RESENHA DOS CAPÍTULOS

O primeiro capítulo do livro mostra uma visão geral dos primeiros povos que surgiram no "Novo Mundo". Os índios foram os pioneiros, dominavam toda a região da costa atlântica e formavam grupos entre si, praticando sistemas de crença, costumes e comunicações. Após a chegada dos navios lusos no brasil, tudo acaba sendo modificado, as culturas acabam sendo mescladas com costumes europeus (brancos) e negros (escravos). Darcy Ribeiro deixa bem claro esse momento, houve a escravização do índio, o escambo, doenças e a forte exploração de recursos. Dentre diversas tribos, destacava-se a Tupi, que se somavam em um milhão. Possuíam um alto conhecimento na agricultura e deram os primeiros passos para sair do nomadismo. Ademais, conheciam a natureza em detalhes, estudando plantas e animais - sabendo diferentes formas de uso.

O autor define o conflito entre nativos e invasores em três aspectos: o ecológico (disputa de recursos, territórios), o econômico (mercantilização dos meios de produção) e o social (escravização). Vale lembrar que as tribos eram autônomas e individuais, cada uma se aliava com uma nação (espanhola, portuguesa, francesa) e se afastavam-se uma das outras, se tornavam mais diferenciadas e hostis, os conflitos eram intensos e haviam batalhas para dominação de novas terras. O pior é que os índios não sabiam o motivo delas, eram simplesmente atiçados pelos europeus, explorando sua selvageria. É preciso dizer que essa foi muito persistente no começo da colonização lusa, houve milhares de massacres por conta do espirito nativo dos índios - eles não admitiam estranhos em suas terras que esgotavam seus recursos como pau-brasil.

Por isso, houve a necessidade de catequização dos índios, para se tornarem úteis e não rebeldes. A partir desse ponto, na metade do capitulo, retrata bem explicito as missões dos padres jesuítas que vieram para o brasil com a intenção de catequizar os índios...muitos padres foram inseridos na missão de educar e alfabetizar os índios. Alfabetizando-os, seria uma colonização com imposição da língua e catequize-los os tornariam monoteístas, ou seja, os fez acreditar em único Deus.

Antes da descoberta do Brasil, os indígenas acreditavam em muito Deuses...o que tornaria o processo de civilização mais demorado. Deu certo, a missão dos jesuítas foi concretizada, porém, mais tarde os índios foram escravizados – ato que gerou a expulsão dos catequizadores por serem contra a subordinação dos índios.

No final do capítulo, o autor mostra um pouco do processo civilizatório que começou com as nações ibéricas, movidas pela revolução tecnológica atravessaram oceanos com a intenção de criar uma civilização universal. Deram origem aos latinos, neobritanicos e aos eslavos. No brasil, a obra de Portugal não foi menos radical. Mataram milhares de pessoas, derrubaram montanhas, acabaram com as florestas na busca de recursos. Ao contrário que se pensa, o produto gerado desta ocupação não foram os ouros roubados, porém sim o povo que surgiu, a mestiçagem caracteriza o povo brasileiro.

Pouco a pouco a base da sociedade brasileira estava se concretizando, os pilares adaptativos (navegação, engenho de cana, introdução de gado e etc.) e ideológicos (língua portuguesa, igreja oficial e etc.) organizaram e criaram a primeira imagem de uma colônia oficial de Portugal, ou seja, uma primeira sociedade com traços civilizatórios  

No segundo capítulo, o autor trata da gestação ética, ou seja, o processo de fusão das matrizes indígenas. Ele dá destaque a uma pratica adotada a séculos atrás, o Cunhadismo. Sua ideologia era incorporar um estranho à comunidade oferecendo uma moça índia como esposa, possibilitando uma relação de parentesco com os índios dessa família. Para os colonizadores essa pratica tornou-se a condição necessária para o processo de pilhagem nas terras conquistas e também a própria condição da conquista de terras. Além do mais, como cada europeu posto na costa podia fazer muitos desses casamentos, essa pratica funcionava como um caminho para obtenção de mão de obra para os trabalhadores pesados. É preciso deixar claro que foi graças a essa pratica que houve o processo de mestiçagem e formação do povo brasileiro. A mistura de costumes nas aldeias, a vivencia e a participação de estrangeiros em cerimonias foram essenciais para estes. O único problema foi que qualquer europeu podia desembarcar junto ás aldeias indígenas, aumentando o número crescente de navios e incorporando a indiada ao sistema mercantil de produção.

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