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Trabalho da Disciplina Desafio da Família na Contemporaneidade

Por:   •  14/9/2020  •  Resenha  •  1.738 Palavras (7 Páginas)  •  182 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL

Resenha Crítica de Caso

Priscila Pergo

Trabalho da disciplina: Desafio da Família na Contemporaneidade.

                                                                     Tutor: Prof. Thiago Serrano

Cuiabá

2020

ENCONTRANDO PAIS NEGROS: UMA IGREJA, UMA CRIANÇA

Referência:

WARROCK, Anna M sob a direção de Alan Altshuler, Encontrando pais negros: uma igreja, uma criança. Harvard Business School, Fevereiro 2011.

Disponível em: http://pos.estacio.webaula.com.br/ead/supportMaterialDetails/support

Acesso em: 04/09/2020

INDRODUÇÃO

O presente artigo tem como escopo discorrer por meio de uma resenha critica sobre o caso acima mencionado: “Encontrando pais negros: uma igreja, uma criança”, que aborda a temática da Adoção, em especial as dificuldades encontradas na adoção de crianças negras, que por motivos que serão explanados no decorrer do texto, passam por obstáculos e dificuldades maiores de serem adotadas em relação as crianças brancas. A problemática ocorre em 1978, nos Estados Unidos, em LLinois, município do Condado de Cook, onde Gregory L. Coler, novo membro do Departamento de Crianças e Serviços Familiares, assumiu sua função com o desafio de ser o guardião oficial de 69 crianças a espera de adoção. Trata-se de crianças negras, abandonadas e negligenciadas pela família, a espera de um novo lar.

DESENVOLVIMENTO

O Departamento de Crianças e Serviços Familiares da cidade de Llinois estava inserido dentro de uma estatística que também era realidade em outros municípios do Condado de Cook, um grande numero de crianças negras para adoção, onde os envolvidos enfrentavam dificuldades para encontrar famílias disponíveis.  Gregory L. Coler, ao assumir sua função dentro do departamento percebe que esta diante de um desafio, onde precisara de estratégias e planejamentos para supera-los.

 A realidade das crianças negras dentro desse contexto era alarmante, no ano de 1979, o Condado de Cook tinha 702 crianças negras disponíveis para adoção, 69 delas estavam dentro do DCSF sob responsabilidade de Coler. As crianças negras eram preteridas em relação as brancas, e por isso esperavam até 2,5 mais tempo que essas para serem adotadas. Por serem negras as crianças eram equiparadas as crianças com necessidades especiais, estavam na mesma categoria das crianças que verdadeiramente possuíam deficiências, aquelas que tinham mais de 6 anos de idade tinham praticamente nulas as chances de adoção. Ademais, embora o ideal seria incluir essas crianças dentro de um núcleo familiar de pessoas negras, essas famílias não demonstravam interesse na adoção, pois se deparavam com os mesmos requisitos e exigências dispensados as famílias de classe média branca, quais sejam, formação universitária, casa própria, boa renda familiar, uma realidade distante daquela vivida pela comunidade negra na época.

As políticas e estratégias que envolviam a adoção das crianças negras acabavam por segregar a própria comunidade negra, dificultando todo o processo de adoção. Coler conseguiu alocar algumas crianças negras em casas de famílias interraciais em outros Estados, porem isso acabou despertando o debate entre os negros em relação a situação, e reprovaram medida tomada. De certa forma esse impasse serviu para que Coler chegasse a conclusão de que era preciso reverter o quadro, e conscientizar de forma eficiente a comunidade negra sobre o papel fundamental que eles poderiam exercer na vida dessas crianças caso considerassem a possibilidade de adota-las. Coler se aconselhou primeiramente com um Deputado negro do Estado, e obteve apoio também do assessor parlamentar, era preciso debater sobre a realidade daquelas crianças, os obstáculos eram grandes, passando primeiramente pelos percalços encontrados dentro da própria comunidade negra, pelas dificuldade engajar os funcionários brancos com a própria comunidade envolvida com o processo de adoção e por último todos os óbices resultados da burocracia das leis estaduais que entravavam as ações que objetivavam encontrar familiar para as crianças sem lar.

Após o diálogo com os políticos Coler estava convencido de que era preciso envolver totalmente a comunidade negra nessa situação, e foi aconselhado a procurar o apoio das igrejas que serviam essas comunidades. Em 1980 Coler procurou o Rev. George Clements, padre da maior igreja católica de Chicago, onde além de apoio, recebeu também o conselho para que ele se alinhasse com outros pastores de outras igrejas que atendiam as comunidades negras, essa parceira seria fundamental para o objetivo de encontrar e incentivar famílias negras na adoção de crianças negras. O projeto que envolvia do DCFS e as Igrejas em prol dessa causa recebeu o nome de “One Church, One Child”. Embora Gregory Coler tinha experiencia em questões de adoção e também uma boa reputação, somente o apoio das igrejas e da comunidade não seria o suficiente. Além das questões que envolviam o abuso de crianças o DCFS não possuía uma boa imagem com a imprensa e tampouco com a comunidade negra. Outro desafio que envolvia o departamento era a falta de estratégia, e de planejamento tanto interno entre os servidores, quanto externo na comunidade.

O projeto teve apoio financeiro do Governo Federal, e teve apoio do Congresso na criação de leis que financiavam os programas Estaduais de adoção e amparava financeiramente as famílias que adotassem crianças com deficiência. O suporte econômico e legislativo era combustível fundamental para que o projeto funcionasse. Coler também buscou o apoio da imprensa para divulgar o plano e todas as ações que estavam sendo tomadas. Tudo isso somado ao apoio fundamental das igrejas, permitiria que “One Church, One Child”, chegasse ao objetivo. A igreja negra de fato traria credibilidade ao projeto, pois estavam na linha de frente na comunidade negra, essas igrejas com seus padres e pastores foram no decorrer da história um centro de apoio aos negros que ultrapassou a esfera da espiritualidade, eram realizados trabalhos concretos de cidadania em prol dos negros dentro desses espaços, que em muitas vezes substituo o próprio papel do Estado, no que tange aos Direitos Civis básicos de segurança, alimentação, saúde e educação. As igrejas levavam a mensagem religiosa dentro de suas congregações, e separavam um tempo para falar da importância da adoção das crianças negras, era um momento onde todo projeto era exposto, inclusive a imagens de crianças eram mostradas afim de comover a comunidade, como argumento a própria história negra de escravidão e segregação racial era trazida a tona, encorajando aquelas famílias negras que cuidassem de suas crianças.

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