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A ECONOMIA CUBANA NOS ANOS DE 1990 E 2000

Por:   •  1/11/2017  •  Artigo  •  3.618 Palavras (15 Páginas)  •  311 Visualizações

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A ECONOMIA CUBANA NOS ANOS DE 1990 E 2000

Wamberto Barbosa 1

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo promover uma análise sobre a evolução da economia cubana durante o período de 1990 a 2000, período este marcado pela maior crise econômica enfrentada pelo país após a Revolução Cubana de 1959. Neste sentido, este trabalho inicia-se pela tentativa de buscar as razões desta crise e para tanto faz uma leitura do cenário identificando as principais características do modelo de desenvolvimento econômico de Cuba e que permitiram a instalação dessa crise. Isto posto, parte para uma análise da profundidade dos efeitos da crise e quais os principais desafios que se estabelecem para a economia cubana. Seguimos então por uma análise das estratégias adotadas pelo governo de Cuba para o enfrentamento deste momento, as consequências advindas destas mudanças na economia, no social e na política e por fim tece um breve comentário sobre os efeitos destas reformas no modelo socialista cubano

Palavras-chave: Crise; Revolução Cubana; Estratégias

Abstract

        This paper aims to promote an analysis of the evolution of the Cuban economy during the period from 1990 to 2000, a period marked by the greatest economic crisis facing the country after the Cuban Revolution of 1959. In this sense, this paper begins by trying to seek the reasons for this crisis and so takes a reading of the scene identifying the main features of the economic development model of Cuba and that allowed the installation of this crisis. That said, part to a depth of analysis of the effects of the crisis and what are the main challenges that are established for the Cuban economy. Then followed by an analysis of the strategies adopted by the Cuban government to face this moment , the resulting consequences of these changes in the economy , in social and political finally, it offers a brief commentary on the effects of these reforms in the Cuban socialist model

Keywords: Crisis; Cuban Revolution; Strategies


Introdução

        No período de 1990 a 2000, Cuba enfrenta uma de suas maiores crises, com impactos profundos em sua estrutura econômica e social, a pequena ilha teve a frente o maior desafio já enfrentado desde a Revolução Cubana de 1959. Contudo para analisarmos quais os motivos deste momento de crise tão aguda, necessário se faz analisarmos um pouco da história econômica dessa pequena ilha caribenha. Na verdade Cuba tem ao longo de sua história, uma intensa relação de dependência com outros países, foi assim com a Espanha, com os Estados Unidos e por fim com a União Soviética. Todos estes países apesar de em épocas distintas, tiveram grande influência no modelo de desenvolvimento Cubano, foram ao mesmo tempo grandes fomentadores da economia e responsáveis por grandes deficiências no modelo econômico. Podemos afirmar, por exemplo, que dentre os motivos por trás da Revolução Cubana (1959), estava uma crescente insatisfação da população com a grande dependência de Cuba com os Estados Unidos, somam-se a este fato a crescente desigualdade social e a insatisfação com o regime corrupto e ditatorial de Batista.

A instalação de um novo regime comunista implanta um programa de reformas radicais a exemplo da nacionalização de bancos e empresas estrangeiras, uma vigorosa reforma agrária, grandes mudanças nas áreas da educação e saúde, tornando-os serviços gratuitos, além de forte processo de redução de preços de diversas tarifas públicas.

Contudo o novo regime trouxe fortes consequências no campo internacional, destaca-se neste campo a grande oposição dos Estados Unidos ao novo regime, contanto inclusive com a tentativa de invasão a Cuba. A ameaça de novas invasões somada ao isolamento político econômico levou Cuba a aproximar-se da União Soviética, com o fortalecimento dessa relação acaba por acontecer novos episódios que acirram ainda mais as disputas com os Estados Unidos, foi o caso da Crise dos Mísseis, que acaba por levar os Estados Unidos a imputar a Cuba um embargo econômico.

A relação com a União Soviética mostrou-se ser bastante pertinente aos propósitos cubanos, já que possibilitou ao país quebrar com o isolamento no continente, avançar nas áreas econômica e financeira, melhorar os indicadores sociais, Cuba passava a contar com o apoio de uma superpotência que lhe oferecia segurança contra a possibilidade de uma nova tentativa de invasão ao seu território. O modelo, contudo, trouxe algumas dificuldades ao regime socialista cubano. A entrada do país no CAME (Conselho econômico de Ajuda Mútua) evidenciou a forte dependência do país com a União Soviética, o que na prática mostraria ser uma significativa perda de autonomia do governo revolucionário de Cuba.

Diante deste cenário, não é difícil entender as consequências nefastas a Cuba, que se seguiram com o fim do socialismo soviético, O conjunto de desafios que se apresentam ao regime socialista cubano põem em xeque o modelo de desenvolvimento cubano, rapidamente instala-se uma forte crise interna nas áreas econômica, política e social. Já no ambiente externo, com a perda de seu principal parceiro econômico e miliar leva Cuba e redesenhar suas relações internacionais, principalmente pelo temor ao seu grande opositor os Estados Unidos.

De fato, os desafios que se apresentaram a Cuba, e seu peculiar regime socialista eram difíceis de serem suplantados: Como manter a continuidade de um regime socialista de forma tão isolada? Como manter o financiamento do modelo de desenvolvimento econômico estritamente ligado com o desenvolvimento social adotado até então?

Na busca por responder a estas questões e analisar as consequências das medidas adotadas pelo regime cubano para enfrentamento da crise, iniciaremos por analisar as características estruturais desta crise no período de 1990 a 2000, em seguida as estratégias adotadas para suplanta-la, e por fim as consequências destas estratégias ao modelo socialista cubano.

Os elementos da crise

        O fim do regime socialista soviético, como apontado anteriormente, teve consequências gravíssimas ao regime cubano, fruto da forte dependência de Cuba com a União Soviética estabelecida logo após a revolução de 1959.

        Nos primeiros anos da crise, mas precisamente de 1990 a 1993 Cuba sofreu forte perda dos agregados econômicos, com grande retração no mercado internacional, perda das fontes de financiamento e assistência técnica, tais problemas trouxeram grandes desequilíbrios na balança de pagamentos do país, elevando sobremaneira a dívida cubana que rapidamente saiu da ordem de U$ 2 bilhões atingindo em 1993 U$ 10,8 bilhões (CEPAL, 2000), houveram também outros impactos negativo, como elevação do desemprego e subemprego reflexo do forte retrocesso da economia.

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