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A Economia Empresarial Setorial

Por:   •  3/6/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.676 Palavras (11 Páginas)  •  151 Visualizações

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Atividade individual

        

Matriz Análise de oferta e demanda e o seu impacto nos negócios

Aluno/a: Euda Silva & Silva Neto

Disciplina: Economia Empresarial

Turma: 0322-2_8 - Curso de MBA de Gestão Empresarial com Ênfase em Projetos

INTRODUÇÃO

Apresente o setor econômico escolhido e fala sobre o seu trabalho em linhas gerais.

O setor econômico que escolhi é a área de Tecnologia da Informação (TI) na qual venho atuando por quase 20 anos e que apresenta desafios e dinâmica bastante particulares e que são interessantes para um estudo conforme este que estamos desenvolvendo no Curso de MBA prestigiado e de alto nível. Além disso, durante o período da pandemia, a partir de 2020 o setor apresentou um comportamento peculiar e cuja análise, a meu ver, vem colaborar para reflexões importantes e que podem vir a ser objeto de estudos mais aprofundados pelos Economistas que se dedicam a essas análises setoriais. Cabe destacar que os dados de TI são avaliados juntos com o do setor de Telecomunicações, portanto serão apresentados de forma consolidada como TIC (Tecnologia da Informação e Comunicações).

Dada a relevância que o setor possui, e que vem crescendo cada vez mais, a análise avaliará o panorama da TI baseada nos conhecimentos adquiridos na disciplina Economia Empresarial do MBA FGV e a experiência que tenho por participar do setor e acompanhar acontecimentos como as crises ocorridas ao longo dos últimos 15 anos.

CONTEXTO DO SETOR

Apresente número e índices relacionados à oferta, à demanda, à produção e aos demais indicadores necessários à contextualização.

A TI no Brasil é um setor com alta relevância, que representa 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB, dados de 2020), em todas as vertentes da indústria de TI, nos setores público e privado, se aplicando também às empresas que trabalham com TI como sua linha de negócio principal. Mesmo em tempos de pandemia global, o setor apresentou crescimento, que vem sendo constante e consolidado ao longo dos anos, e mesmo com todos os desafios advindos da situação global de pandemia, apresentou crescimento que será avaliado mais adiante.

Existem casos de sucesso na história recente da TI nacional que demostram como o país está alinhado com a tendência mundial de envolver esforços para a área e ampliar o parque tecnológico. Um panorâmico histórico completo foge do escopo deste trabalho, mas é importante ressaltar que o país ficou décadas sujeito a uma regra de reserva de mercado e que, após a abertura, nos anos de 1990 e com a estabilização econômica que se seguiu ao Plano Real, um cenário positivo para a informatização de setores inteiros, em especial nas grandes empresas, órgãos governamentais e telecomunicações, ocorreu.

Alguns exemplos de destaque no cenário nacional são a implantação do Sistema de Pagamentos Brasileiro, Universidade Aberta do Brasil, nota fiscal eletrônica (NFe), nota fiscal de serviços (NFS-e), voto eletrônico (títulos eletrônicos, urnas e sistema de apuração), e-CPF, e mais recentemente o sistema PIX e o RG Digital, que virá para unificar as bases de dados colaborando para a segurança dos sistemas de informática do Brasil. Falando em segurança, esta é uma preocupação constante e que vem evoluindo bastante dadas as necessidades crescentes oriundas dessa ampliação das tecnologias de TI que foram citadas.

Uma pesquisa da Brasscom, Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais, apresenta dados de que o total do investimento em tecnologia de informação digital será de R$ 345,5 bilhões até 2022, com importante destaque para big data, armazenamento em nuvem (cloud) e a internet das coisas (IoT), tecnologia que permite a conecção dobjetos à internet e que será alavancada pela tecnologia 5G contribuindo para o crescimento da economia.

Alguns pólos de tecnologia foram implantados no país com destaque para a região de Campinas, onde se encontra a Fundação UNICAMP, O ITA em São José dos Campos, ambos no estado de SP, San Pedro Valley em Belo Horizonte, o Vale da Eletrônica em Santa Rita do Sapucaí, ambos em MG, TECNOPUC, em Porto Alegre, RS, o Pólo Tecnológico de Florianópolis, SC, e mais recentemente o “Porto Digital” em Recife. Com relação a este último, tenho experiência pessoal por ter trabalhado em empresa que lá se instalou, não só em busca dos incentivos governamentais oferecidos, como também de capital intelectual importante que é gerado nas universidades de lá, e que migrava para o sul e sudeste, mas agora tem condições de permanecer próximo às suas famílias gerando ganhos sociais e econômicos para a região.

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A figura acima apresenta um mapa de distribuição dos empregos no setor que demonstra a concentração nos estados do sul e sudeste, o que gerava migração de mão de obra dos estados do norte, nordeste e centro-oeste, e isso vem gerando um movimento de políticas públicas e investimentos privados para mudar o vetor de crescimento, por se tratar de um setor estratégico e forte fomentador de crescimento.

Muito programas governamentais e investimentos de empresas vem sendo feitos nessa área o que justifica o crescimento que o setor vem tendo nas últimas décadas e o qual será analisado neste trabalho.

ANÁLISE MACROECONÔMICA

Detalhe todos os indicadores macroeconômicos que possam auxiliar a sua análise.

Para fazer a análise macroeconômica do setor foi importante recorrer aos dados compilados pela já citada BRASSCOM e é publicado anualmente em seu site e servem para avaliar a saúde do setor e também como base para as projeções setoriais que são realizadas. É importante ressaltar que o setor vem apresentando crescimento consistente, mesmo durante períodos de crise e até durante a pandemia.

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Quando se analisa somente o mercado interno de TIC em 2021, este representou a soma de R$ 258,4 bilhões, um incremento de quase 50% comparado ao ano anterior, se fortalecendo frente aos outros setores que, em virtude da pandemia se viram afetados em seus negócios. O setor conta com quase metade desse mercado baseado em hardware (notadamente dispositivos) mas uma expressiva parcela é relativa a serviços, softwares e a nuvem que vem aumentando sua participação ano após ano.

O mercado externo de TIC representa R$ 34,6 bilhões (quase metade sendo hardware de componentes eletrônicos) o que, apesar de ser uma fração do mercado interno tem um significado importante parcela que vem crescendo, e se consideramramos que mais da metade é de serviços, mostra o resultado de colocar o país em um mercado global de bilhões de dólares. A empresa em que atuo no momento, acabou de fazer um movimento de abrir uma filial nos EUA, maior mercado de TI do mundo, exatamente para aproveitar este momento de crescimento da área tecnológica nacional e que demonstra o potecial que temos no país no desenvolvimento de capital humano atuando neste setor.

Com relação ao mercado de trabalho, é possível notar o aumento do número de empresas no setor durante o ano de 2021, mesmo com os desafios que a pandemia trouxe, sendo que o ano se iniciou com 1,7 milhões de postos e terminou com 1,9 milhões, um aumento de 11,7% com a geração de quase 200 mil novos postos, sendo que já vinha de um aumento de 9,2% quando comparado 2021 com 2020, um dos poucos setores com saldo positivo nesse ano tão difícil e desafiador. No gráfico abaixo se verifica claramente a predominância do setor em empresas especialistas e terceirizadas que nele atuam, sendo mais do que o dobro do que os profissionais que atuam em setores de TI dentro de empresas, mas essa parcela vem crescendo com o advento das soluções em nuvem, que liberam recursos para as empresas contratarem equipes de TI próprias para gerenciar fornecedores terceiros, ganhando com a especialização dessas equipes próprias mais focadas e conhecedoras de seus negócios, quando comparada com equipes terceiras que são mais generalistas ou focadas em soluções de hardware.

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Isso se reflete então, em uma remuneração diferenciada, quando comparada com outros setores da economia e que está descrito na imagem abaixo.

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Existe uma necessidade muita grande de mão de obra especializada neste setor e que o país ainda não consegue suprir totalmente. Os profissionais necessitam de uma alta qualificação tanto de formação educacional sólida, quanto de atualização constante, em virtude da velocidade com que o setor evolui. O domínio de línguas estrangeiras também é uma exigência do mercado, em especial dentro das maiores empresas que tem atuação internacional e exigem de seus quadros que consigam se expressar de forma compreensível em inglês e, muitas vezes também, uma outra língua como o espanhol, alemão, francês ou italiano. Com isso o setor tem uma situação que se aproxima do pleno emprego e já vivenciei situações em que a empresa em que eu atuava tinha 300 vagas abertas e não preenchidas por falta de pessoal qualificado no Brasil, tendo que buscar profissionais atuando em centros de tecnologia fora do Brasil, notadamente, Buenos Aires, na Argentina, Manila, nas Filipinas, e Pune, na Índia.

Aliás, essa é uma característica do setor, que permite com que seus trabalhadores possam atuar de forma remota para empresas de outros lugares do mundo, precisando somente de um equipamento de informática e uma conexão para a Internet, antecipando um movimento que veio a ficar mais forte em outras empresas, somente durante a pandemia, que é o trabalho remoto. Isso tende a ser uma mudança de paradigma para alguns tipos de empregos que vão dispensar a presença física constante do funcionário no escritório e que vem aumentando cada vez mais nos últimos dois anos.

ANÁLISE MICROECONÔMICA

Apresente como o impacto direto na oferta e demanda do setor e a estrutura de mercado a qual pertence são influenciadas pelos mercados interno e internacional.

Como vimos anteriormente, a demanda por serviços de TIC vem aumentando de forma constante e consistente no país e no mundo, e ainda se encontra longe de estabilizar, porque estamos passando por um movimento de informatização cada vez maior da sociedade e das relações de consumo, que tende a aumentar muito, transformando de forma permanente uma série de setores, que vão desde as indústrias até os serviços como de saúde, educação, públicos, entre outros. Até setores menos tecnológicos, como a Agricultura estão passando por mudanças tecnológicas importantes que necessitarão de pessoal especializado em TIC e que permitirão, em um futuro breve, uma maior integração entre o campo e as cidades no que se refere aos serviços e equipamentos tecnológicos.

É importante lembrar que nosso país tem uma forte base agrária e do setor extrativista de comodities, mas que uma mudança tecnológica permite melhrorias e ganhos de produtividade que beneficiam a economia nacional como um todo, diminuindo perdas, melhorando o controle e gestão de negócio, realizando a comunicação de forma mais eficiente e garantindo a segurança dos dados das transações, empresas e pessoas.

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Um fator que ajuda a entende o porquê de o setor de TIC ter mantido sua capacidade mesmo durante a pandemia pode ser explicado pelo fato de que as empresas já tinham orçamentos empenhados em projetos para o ano de 2020 e, mesmo com o início súbito da pandemia, a possibilidade do trabalho remoto, que foi rapidamente implantado para os projetos em andamento (soube de casos em que em menos de uma semana, toda uma equipe de mais de cem pessoas passou de 100% presencial para 100% remoto com grande sucesso) teve poucos impactos nas implantações, com a grande maioria sendo bem sucedida. Isso incentivou a que outros projetos fossem continuados em 2021, e a tendência que observo no mercado é que isso será cada vez mais uma constante. No momento atual se vê um movimento de reabertura com a adoção de um modelo semipresencial, mas que provavelmente deverá novamente migrar para o presencial assim que alguns gargalos de infraestrutura ficarem resolvidos. A entrada em funcionamento do 5G deverá acelerar ainda mais esse movimento e nos próximos anos, a médio prazo teremos um novo padrão de mercado, que já se vê nas empresas de consultoria de TI, que contrata uma parcela cada vez mais significativa de profissionais para o modelo 100% remoto, sendo que, muitas vezes, eles moram a vários quilômetros de distância da sede da empresa podendo até, nunca ir lá presencialmente. Eu fui contratado em 2020 e até hoje não estive na sede da empresa, e em um dos Clientes fui alguns dias ao longo de 2021, mas o Cliente para o qual estou atuando desde o início de 2022, não tem nenhuma perspectiva de que eu preste serviços dentro de suas instalações.

Esse modelo propicia ainda a possibilidade de se atuar com pessoal em qualquer lugar do mundo e alguns modelos de otimização como o “follow the sun” com o qual atuei para um grande Cliente que queria fazer um grande projeto no menor tempo possível e a empresa que foi contratada tinha profissionais em diversos países espalhados por todo o globo, conseguindo com isso fazer o projeto atuar 24 horas por dia, 8 h em um país da Ásia, 8 em um país europeu ou do norte da África e 8 h nas Américas, com equipes que se revezavam e transferiam de uma para outra os desenvolvimentos que faziam, garantindo a operação ininterrupta até a entrega dos produtos (programas de computador) que desenvolviam.

Existe o desafio de que esses trabalhos se desenvolvam de forma segura o que gera uma grande preocupação e esforço daqueles que se dedicam à segurança da informação, o que vem se tornando mais importante a cada dia que passa e a nossa economia migra cada vez mais para o mundo digital, com isso, esse setor tende a se tornar mais representativo dentro do setor de TIC e, nos próximos anos, demandará um número maior de profissionais altamente especializados e capacitados.

CONCLUSÃO

Apresente uma conclusão justificando a sua análise.

Como pudemos perceber, o setor de TIC é aquele que capitanea as mudanças tecnológicas da Era da Informação em que o mundo está, e trazendo as mudanças mais importantes de forma pioneira, e que se tornarão padrão de mercado em algum tempo em um futuro próximo ou a médio prazo para os demais setores econômicos.

Os desafios com relação à mão de obra são grandes, dadas as dificuldades ainda existentes no país de formação de pessoal qualificado e por ser um setor em grande evolução, a de se manter esse capital humano em condições de atualização que o setor necessita.

Do ponto de vista nacional, existe o desafio de diminuir a concentração dos postos de trabalho nas regiões mais ricas, uma vez que o setor proporciona isso dadas suas características de atuação, bem como por ser estratégico e importante para o país por espalhar o desenvolvimento, reter as pessoas em suas regiões de origem, perto das famílias e incentivando as economias locais. Claro que isso em um país continental e com dificuldades de logística e infraestrutura é um grande desafio, mas que está sendo levado a frente por empresas e governos locais, estaduais e federal.

Além disso, por ser um setor com caracte´ristica globais, tem a capacidade de uma alta integração e troca de profissionais nacionais e estrangeiros, o que colabora de forma sinérgica para seu crescimento e desenvolvimento de novas tecnologias, uma grande característica e benefício de setores altamente globalizados, contudo, essa mesma velocidade propricia a criação de segregados digitais, o que tem que ser uma preocupação, tanto das empresas quanto dos governos para não fazer com que uma parcela significativa, e que ainda não tem acesso a tais tecnologias, ou não consegue acompanhar a velocidade de avanço das tecnologias, venha a ficar à margem desse progresso, porque do ponto de vista econômico, quanto mais pessoas integradas melhor será para a sociedade.

O setor de TIC, portanto, é um importante vetor de progresso econômico e geração de riquezas, contribuindo para melhorar tanto a eficiência geral das empresas quanto a velocidade de armazenamento e troca das informações, de forma segura e que garantam benefícios para todos os entes econômicos da sociedade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Cite as fontes de consulta utilizadas de acordo com a ABNT.

Publicações:

  • STOCKER, F. Economia Empresarial, FGV – apostila digital do curso de MBA, Acesso em 10/03/2022

Sites:

  1. https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2021/10/24/ti-e-dados-ditam-profissoes-do-futuro.htm <<ACESSADO EM 10/04/2022>>
  2. https://olhardigital.com.br/2022/01/13/pro/numero-de-empresas-de-ti-dispara-no-brasil/ <<ACESSADO EM 10/04/2022>>
  3. https://brasscom.org.br/wp-content/uploads/2017/08/estrategia_tic_brasil_2022_forum_nacional_portugues.pdf <<ACESSADO EM 10/04/2022>>
  4. https://www.telesintese.com.br/pib-do-setor-de-ti-cresce-35-em-2020/ <<ACESSADO EM 10/04/2022>>
  5. https://brasscom.org.br/na-contramao-da-economia-setor-de-ti-cresce-na-crise/ <<ACESSADO EM 10/04/2022>>
  6. https://www.cnnbrasil.com.br/business/setor-de-tecnologia-deve-crescer-12-ao-ano-e-os-salarios-devem-aumentar/ <<ACESSADO EM 15/04/2022>>
  7. https://brasscom.org.br/pdfs/relatorio-setorial-de-tic/ <<ACESSADO EM 13/04/2022>>

        

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