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A Economia Política Internacional

Por:   •  27/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.134 Palavras (13 Páginas)  •  318 Visualizações

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Terceira Lista de Exercícios - EPI I

1) Como a teoria da dependência influenciou o debate sobre desenvolvimento nos fóruns internacionais?

        A maioria dos historiadores estuda só o desenvolvimento dos países metropolitanos desenvolvidos e dá pouca atenção aos países colonizados e subdesenvolvidos - Europa e América do Norte.

        A Teoria Convencional diz que o desenvolvimento econômico se produz em uma sucessão de estágios capitalistas e que os países subdesenvolvidos de hoje estão ainda em um estágio, que às vezes se descreve como estágio original da história, pelo qual os países atualmente desenvolvidos passaram há muito tempo. Geralmente, se pensa também que o subdesenvolvimento atual de um país pode ser entendido como produto ou reflexo exclusivamente de suas próprias características ou estruturas econômicas, sociais e culturais.

        Contrapondo a teoria convencional, a investigação histórica demonstra que o subdesenvolvimento contemporâneo é em grande medida o produto histórico de relações econômicas e de outros tipos, passadas e atuais, que o país satélite subdesenvolvido manteve e mantém com os países metropolitanos hoje desenvolvidos. Além disso, essas relações são uma parte essencial da estrutura e do desenvolvimento do sistema capitalista em sua totalidade à escala global.

        A Teoria da Dependência surgiu no quadro histórico latino-americano do início dos anos 1960, como uma tentativa de explicar o desenvolvimento sócio-econômico na região, em especial a partir de sua fase de industrialização, iniciada entre as décadas de 1930 e 1940. Em termos de corrente teórica, a Teoria da Dependência se propunha a tentar entender a reprodução do sistema capitalista de produção na periferia, enquanto um sistema que criava e ampliava diferenciações em termos políticos, econômicos e sociais entre países e regiões, de forma que a economia de alguns países era condicionada pelo desenvolvimento e expansão de outras.

        Para Andre Gunder Frank, o subdesenvolvimento não se deve à sobrevivência de instituições arcaicas e à falta de capital em regiões que permaneceram isoladas da corrente geral da história. Ao contrário, o subdesenvolvimento foi e é gerado pelo processo histórico mesmo que gera o desenvolvimento econômico: o próprio desenvolvimento do capitalismo. O autor elabora uma serie de hipóteses sobre desenvolvimento e subdesenvolvimento, com base em observações empíricas e presunções teóricas, que mostram que as metrópoles tendem ao desenvolvimento e os países satélites ao subdesenvolvimento. Para ele, o desenvolvimento econômico nos países subdesenvolvidos só pode ocorrer atualmente de forma independente, ou seja, extinguindo a relação dependente entre metrópole e periferia.

        A Teoria da Dependência influenciou o debate sobre desenvolvimento ao ser a base da Escola Latino-americana de EPI. O surgimento da EPI na América Latina ocorreu no fim dos anos 1940, teve na sua concepção original a elaboração e execução de políticas públicas destinadas a superar o subdesenvolvimento. Ou seja, o objetivo era contribuir para o desenvolvimento de uma teoria do subdesenvolvimento voltada para a ação. Tinha sua ênfase sobre a importância de características sistêmicas na análise econômica, tendo como problemática central o desenvolvimento econômico. O desenvolvimento econômico era um tema natural e presente na América Latina, visto que era perceptível o atraso econômico da região relativo aos países de centro. Para os estruturalistas, a economia da região latino-americana era focada no desequilibro interno e externo decorrente da condição dependente de países pobres na economia mundial.

        Pode-se afirmar que o ponto de partida desta vertente foi a divisão da economia mundial entre um núcleo dominante e uma periferia dependente. Nessa perspectiva, a dinâmica entre o centro e a periferia foi derivada de características econômicas fundamentais e assimetrias de poder do Estado, e não de guerra de classes ou dos imperativos de corporações multinacionais. Essa relação era, portanto, intrínseca, sendo a maioria dos problemas econômicos da periferia (baixo crescimento, inflação e desemprego) atribuídos a características específicas das estruturas de produção que ligam os dois lados (Cohen, 2014).

        Portanto, como foi mostrado acima, foi com a Teoria da Dependência que se iniciou uma visão diferente das teorias tradicionais acerca do desenvolvimento. Desde seus princípios, as colônias sempre tiveram como objetivo principal gerar excedentes para que fossem transferidos para a metrópole. Mesmo após a “independência” das colônias essa relação perpetuou, porém, ao decorrer do tempo, ela foi alterando suas formas, mas seu fundamento continua sendo o mesmo. Enquanto não houver um rompimento da relação dependente entre centro e periferia, as economias mais atrasadas estarão fadadas ao subdesenvolvimento. Elas não se encontram em uma fase anterior do desenvolvimento pela qual as economias desenvolvidas já passaram, como afirma as teorias tradicionais, e sim, submetidas à dominação dos países centrais

        

2) Qual a novidade trazida pelas perspectivas construtivistas e críticas para o debate de EPI?

Teoria Construtivista:

        Atualmente, é comum recorrer-se a enfoques construtivistas para analisar questões de Relações Internacionais (RI) e salientar as dimensões da cultura e das identidades, ignoradas pelas perspectivas tradicionais. O foco do construtivismo está na construção social da política internacional. Na base do argumento construtivista está a idéia de que (i) a realidade é ‘socialmente construída’; (ii) as estruturas são definidas, principalmente, por idéias compartilhadas, e não apenas por forças materiais; e (iii) as identidades e os interesses dos atores são construídos por aquelas idéias compartilhadas. Isso significa que idéias e normas têm um papel fundamental tanto na constituição da realidade e dos agentes, quanto na definição de identidades e interesses. Os atores estão imersos numa estrutura social que os constitui e que, por sua vez, é constituída, também, por esses atores no processo de interação.

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