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A VISÃO DE DARCY RIBEIRO E MORGAN SOBRE O PROCESSO CIVILIZATORIO

Por:   •  23/8/2021  •  Resenha  •  3.749 Palavras (15 Páginas)  •  157 Visualizações

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI

GRADUAÇÃO EM ECONOMIA

JOSÉ MARTES VIEIRA DA SILVA

Trabalho apresentado ao Curso de Graduação em Economia, da Universidade Regional do Cariri, como pré-requisito parcial para obtenção de nota da disciplina: História Econômica Geral, ministrada pelo prof. Carlos Rafael.

CRATO - CEARÁ

AGOSTO 2021

Fale sobre os impactos que a agricultura e o pastoreio

acarretaram na organização econômica e social das sociedades que experimentaram essas atividades.

A agricultura e as atividades pastoris são técnicas milenares que primariamente visavam à produção de alimentos lá no inicio da mais remota civilização. É fato que sua importância não é alvo de questionamento, no que diz respeito ao atendimento de uma das necessidades mais básicas dos seres humanos na ancestralidade – a sobrevivência. Desde a Pré-história, a humanidade utiliza os frutos da produção agrícola para a subsistência e, mais tarde, para a produção de excedentes, fato este que suscitou o surgimento de uma pífia economia, embrião de tudo o temos hoje estabelecido. Mas o que mudou, e muito, foi a maneira como os agricultores cultivam a terra e o implemento de novas utilizações que os pastores deram ao produto final aos animais de corte. E como toda mudança gera impactos, esses particularmente não foram apenas positivas, os recursos naturais e o meio ambiente foram afetados significativamente de uma forma negativa.

A revolução agrícola teve seu início há dez mil antes de Cristo, já a urbana por volta do ano cinco mil. Desde os primórdios as sociedades antigas precisavam suprir suas necessidades básicas, e para isso tiveram que se adaptar a uma realidade cruel, desconhecida e desafiadora. Eram até então sedentários e gregários. Tinham estilo de vida simples e tudo o que se disponha era partilhado entre os membros do clã. Não havia neste período divisão de classes sociais ou de gêneros, bem como acúmulo de excedente, pois toda a produção era para o consumo próprio daqueles povos. Como as terras era em suas grandes extensões territorial ociosa e virgem, ela podia oferecer facilmente todas as condições de subsistência alimentar à vida daqueles povos, e isso graças à fertilidade do solo, pois proporcionalmente falando, tudo o que se plantava se colhia. Em decorrência disso e de outros fatores secundários, tais povos começaram a relaxar, e por não terem nenhuma noção à época de plantação e de colheitas, logo se depararam com o exaurimento da terra. Mas foi a inovação nas técnicas produtivas, a mecanização e a utilização de insumos para melhorar a produtividade e diminuir as perdas por causas naturais, que provocaram significativos impactos àquela civilização. Nesse ínterim, a população foi crescendo de uma maneira desordenada, culminando assim com o inchaço populacional que acabou eclodindo com disputas tribais, levando-os a um êxodo rural, fenômeno este que fez nascer as grandes urbes e seus problemas estruturais.

Tais indivíduos, agora desiludidos com as benesses dos frutos da terra, e ao se depararem com outra realidade social, precisaram se adequar a tais condições adversas. Saíram do sedentarismo e começaram a se aventurar em busca de melhores condições de vida, por conseguinte, tornaram-se nômades. Foi também devido ao inchaço populacional e as demandas preeminentes das necessidades básicas de tais pessoas, que os agricultores e os pastores precisaram se reinventar anti os conflitos sociais – fome, moradia, etc. Nessa época, novos instrumentos de trabalhos precisaram se inventados, algumas técnicas de irrigação foram necessárias para puderem suprir as necessidades mais básicas de até então. Havia ainda um agravante transcendental que prejudicava o progresso social e econômico daqueles povos antigos - Como eram pagãos, se apegavam ao sobrenatural para justificarem seus infortúnios. Tinham na pessoa do xamã o consolo e a explicação divina da incidência de catástrofes naturais recorrentes como sendo a vontade dos deuses.

Como no início dessas “civilizações”, as coisas tinham aspectos de comunismo, não havia ainda a necessidade de uma organização social prospera e economicamente viável. Mas o progresso demográfico foi se consolidando e atrelado a isso, outras necessidades materiais foram surgindo. Como se sabe, todos os recursos naturais são escassos e finitos, cabendo ao homem, à luz do bom senso e da razão, distribui-lo com certa equidade entre seus pares. Tal premissa não condiz com a realidade presente ao longo do processo civilizatório, que marcado por conflitos, guerras e disputas nos trouxe a um caos generalizado.

Mas era querer demais que nossos antepassados tivessem uma mentalidade voltada ao progresso econômico como hoje o conhecemos. E por desconhecerem o funcionamento das coisas – a terra e suas inúmeras possibilidades, acabaram por legar aos seus comuns, um atraso econômico e social. E por não terem muitas ambições, e por serem limitados em inúmeros aspectos, não foram perspicazes e mais audaciosos.

Diante de todo um caos generalizado, inevitável foi o surgimento da revolução urbana, que levou todo um contingente de pessoas a um êxodo rural, uma vez que as necessidades não podiam mais ser atendidas. Problemas pontuais foram se acumulando e avolumando-se. As demandas foram aumentando significativamente e os agricultores e antigos pecuaristas não possuíam mais as condições técnicas para atender tantas necessidades. Será que por terem optado pelo o sedentarismo ou zona de conforto, tais indivíduos merecem nosso julgamento? Nossos antepassados cometeram inúmeros desacertos, e os prejuízos causados aquela sociedade agrícola/pastoril são incontáveis a curto e longíssimo prazo, mas nem por isso devemos culpabilizá-los. Se os nossos ancestrais tivessem as mesmas condições tecnológicas, e todos os conhecimentos que hoje temos, talvez tivessem feito diferente, quiçá teríamos uma humanidade mais equânime e justa. Que os erros do passado, nos sirvam para o nosso aprimoramento como sociedade. Finalmente posso parafrasear usando as palavras do pensador Zygmunt Bauman o seguinte parecer: “Nenhuma sociedade que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar respostas para os problemas que as afligem”.

Quais as informações são comuns e quais são as específicas existentes nos

esquemas

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