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Análise do mercado da cana de açúcar

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Por:   •  29/5/2014  •  Resenha  •  2.159 Palavras (9 Páginas)  •  241 Visualizações

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Realizada uma análise do mercado da cana-de-açúcar pós-desregulamentação estatal iniciada nos anos 90 pelo então Governo Collor, que tornou os preços da cana-de-açúcar e derivados livres no mercado interno e externo. Com a desregulamentação o processo de produção de cana, açúcar e álcool no Brasil, passou a ter uma diferenciação importante em relação aos demais países produtores: do plantio à comercialização do produto final todo o processo ocorre sem intervenção ou subsídios do governo. O que possibilitou ao setor adquirir eficiência no aproveitamento dos subprodutos, que durante a regulação estatal não se tinha, além de proporcionar melhoras nos meios produtivos, tanto que hoje além do país ser o único no mundo a produzir álcool combustível em escala comercial também se tem os custos de produção do açúcar mais baixo do mundo. Sem deixar de considerar a flexibilização do monopólio da Petrobrás que causou e causa grande influencia nas decisões de produção e de preço da cana e seus derivados.

A monocultura da cana de açúcar desde o seu início é direcionada à exportação, principalmente do açúcar oriunda da mesma. Mas, ao longo da história, se observou mudanças no ambiente institucional em que o setor se encontra inserido, devido à continuas mudanças, surgiu o álcool anidro, e posteriormente, o álcool hidratado,e ainda recentemente, a energia proveniente da queima do bagaço e da palha da cana. Hoje, já se vive a expectativa da criação de um mercado de crédito de carbono, em que o setor canavieiro poderá participar.

A intervenção estatal no setor sucroalcooleiro historicamente ocorreu em momentos de crise do mesmo. Grande parte das intervenções ocorreu no intuito de modernizar o setor para se alcançar competitividade no mercado externo, através dos subsídios as importações de maquinários durante o período em que o Estado praticava uma política de desvalorização da moeda para facilitar as exportações do açúcar nacional, principalmente de origem nordestina, conforme descrito em Vian (2003). Onde a mesma era usada como geradora de renda e divisas para a região. Tendo em vista que neste contexto o açúcar nacional tinha perdido competitividade nas exportações devido ao seu modelo de produção atrasado, principalmente em relação às Antilhas que iniciara a implantação do cultivo e processamento da monocultura no século XVII. Posteriormente, outro fato que contribuiu de forma negativa às exportações do produto brasileiro, foi o início da produção e da exportação subsidiada do açúcar de beterraba da Europa Ocidental em meados do século XIX, que tirou uma fatia de mercado do produto brasileiro.

Hoje o setor sucroalcooleiro se encontra em um ambiente de livre comércio sem nenhuma forma de subsídio ou intervenção por parte do Estado, pelo contrário, está enfrentando enormes barreiras tarifárias imposta ao açúcar – que é o produto mais protegido do mundo – por parte das nações desenvolvidas.

IV EMEPRO – Ouro Preto, MG, Brasil, 01 a 03 de maio de 2008

produto

Como resultado das históricas intervenções do Estado nesse setor, principalmente com a criação do Proálcool, o Brasil se tornou o único produtor de álcool combustível em escala comercial no mundo além de deter os direitos referentes a essa tecnologia de produção. Mas pelo fato do álcool não ser uma commodity internacional, não está disponível no mercado mundial em quantidades suficientes para regular seus preços. Daí a necessidade de promover esse produto no cenário internacional, assim como se devem socializar os meios de produção do mesmo com os demais países produtores de cana-de-açúcar, para que então se possa formar um mercado internacional sólido para esse

2. Desregulamentação do setor

A desregulamentação do setor sucroalcooleiro teve início a partir dos anos 90 com a então extinção do Instituto do Açúcar e Álcool (IAA), passando pela liberação dos preços dos diversos combustíveis que segundo Moraes (2002) ocorreram nas seguintes datas: “preço da gasolina tipo C nos postos em 1996; preço do álcool anidro em 1997; e o preço do álcool hidratado em 1999”. E posteriormente em 2002 ocorreu a “total liberação” do mercado de combustíveis, com a liberação das importações dos derivados do petróleo e a livre flutuação dos preços da gasolina tipo A, estabelecendo desta forma a flexibilização do monopólio da Petrobrás.

Ainda segundo Moraes (2002) essa flexibilização “ traz impactos importantes sobre todos os

agentes (...), e também sobre a cadeia produtiva da cana de açúcar, já que a questão da competitividade e sobrevivência do álcool hidratado em ambiente de livre mercado vem à tona. Variações na demando por esse produto, (...), afetam não só sua própria produção, como também a de álcool anidro e a de açúcar, data a flexibilidade de produção existente, com conseqüências importantes também sobre o mercado da cana-de-açúcar”.

Este novo modelo de mercado fez com que o setor opera-se somente em função de quanto produzir, pois até então o mesmo produzia de forma ineficiente – na ótica da minimização dos custos – por não ter incentivos mercadológicos para tal eficiência, grande parte das intervenções do Estado limitavam as produções (cotas) por região e produtor. Para só então se preocupar em como produzir, pois, para que as usinas, individualmente falando, sobrevivessem em um ambiente de livre comércio fez-se necessário reduzir os custos de produção além de se aproveitar os subprodutos que até então eram descartados – grande parte das otimizações ocorreram através das integrações horizontais, que proporcionaram principalmente sua auto-suficiência em energia, fazendo com que o setor como um todo se reestrutura-se perante a nova conjuntura existente.

3. Comercialização da matéria prima

A cana-de-açúcar por ser um produto agrícola, sofre como as demais culturas efeitos sazonais, forte dependência dos fatores climáticos e ainda rigidez na produção, fazendo com que essa atividade enfrente maiores riscos e incertezas do que a conjuntura econômica (Buainain & Filho, 2001). Mas diferentemente da postura adotada frente às outras monoculturas, como a de grãos, por exemplo, o Estado possui somente programas específicos paliativos, ficando restrito à medidas pontuais em momentos de crise localizadas, como o que tem feito ao longo da história.

(2003), essa integração a montante é uma “ característica da agroindústria canavieira...” nacional.

A comercialização

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