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As Divisões do Espaço e do Tempo na Europa

Por:   •  17/9/2020  •  Seminário  •  1.003 Palavras (5 Páginas)  •  272 Visualizações

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História Econômica Geral

As divisões do espaço e do tempo na Europa

Fernand Braudel

        Braudel debruça-se sobre o significado de economia-mundo. Os primeiros capítulos do seu livro percorrem pelo espaço e tempo para explicar essa estrutura orgânica e fazer sua análise indicando características e conceitos que emolduram as economias-mundo.

        Neste resumo, sintetizaremos as ideias do autor percorrendo as regras tendenciais, os esquemas espaciais de uma economia-mundo e suas zonas neutras, a divisão internacional do trabalho, o Estado e Império e seu impacto nesse sistema, assim como sobre as sociedades e sua cultura. Em seguida, dada a abordagem cronológica, mostraremos a rítmica conjuntural que ocorre na história, as flutuações, inflação e recessão.

O texto inicia com Braudel enfatizando a diferença entre dois termos: economia mundial e economia-mundo. O primeiro termo engloba a economia de todo o planeta, enquanto o segundo é um fragmento dessa economia mundial, que confere uma rede de ligações internas de maneira orgânica.

        O autor escreve em seguida que há muito tempo podemos perceber na história as desenvolturas de vários esboços de economias-mundo, como a Fenícia antiga, Cartago, o universo helenístico, Roma e o Islã. Entretanto, o que virá a ser a primeira economia-mundo ocorre na Europa, no século IX, sendo este modelo herdado para todo o globo e seguir até o presente.

        Para explicar as economias-mundo, em primeiro lugar, deve-se observar o espaço ocupado por ela. O autor dá três pontos básicos para perceber essa divisão que ele chama de “regras tendenciais”. São elas: os limites da economia-mundo, as cidades-mundo – com um capitalismo dominante – e a hierarquização do espaço, haja vista que algumas regiões se sobressaem de outras neste espaço organizado e dinâmico.

        A primeira dessas regras relaciona-se com barreiras em que não há vantagens, economicamente falando, de transpor. Caracterizando-as de zonas inertes, onde há pouco ou nenhum fluxo de mercadorias e viajantes. Esta regra só se permite se observada, devido a lenta variação do espaço.

        A segunda regra é que toda economia-mundo dispõe um núcleo central, uma cidade capitalista dominante. Ela é poliglota, tolerante com culturas e costumes, além de envolver todas as classes sociais, tudo pelo bem-estar do fervor mercantilista que ali reverbera.

        A terceira regra trata da hierarquização entre cidades um centro maior domina às outras em benefício próprio. Essa dominância reflete ao redor das cidades, dividindo em zonas, onde quanto mais afasta-se do centro, maior o subdesenvolvimento. Os grandes centros e as zonas semiperiféricas se confundem, pois o sistema orgânico deixa claro a sua justaposição. No entanto, as zonas periféricas são facilmente reconhecidas, pois são arcaicas, pobres e marcantes, onde a estrutura social que domina é a servidão ou escravidão.

        Diante de um espaço e das iterações que ali ocorrem, segundo o autor, a cultura, política, economia e sociedade criam unidade e nenhuma se sobressai diante da outra. Elas todas se misturam e influenciam reciprocamente, criando algo novo que se renova, pois é constantemente mutável.

        Diante da divisão internacional do trabalho, historicamente construída e herdada, questiona-se a teoria de David Ricardo, onde as trocas de mercadorias entre nações trazem a uma vantagem mútua, e defende que toda troca é desigual e cria desigualdade no mundo. E essa sistemática de degraus capitalistas demora a se instalar, tanto quanto desaparecer.

        O poder político está sempre no centro da economia-mundo, privilegiado. Coincidia-se com o poder econômico, mas essa relação varia entre os séculos de referência. No período pré-industrial da Europa, as cidades-estados eram subordinadas aos mercadores e capitalistas.

        Quanto os impérios, que são Estados engrandecidos e que abrangem toda a economia-mundo, o historiador trata-os como estorvadores da economia-mundo, pois deve-se ceder a pressões e exigências sem que haja algum retorno em vista. Segundo seu ponto de vista, são formações arcaicas e superam o poder econômico, sufocando os agentes do mercado – capitalistas e mercadores – trabalhadores incansáveis expansionistas da economia-mundo.

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