As Lições de Economia Política Clássica

1) Descreva as origens da economia política clássica seguindo a leitura de COUTINHO, M. C. Lições de Economia Política Clássica.

        De acordo com Coutinho o livro “A Riqueza das Nações'' de Adam Smith possui o significado de manifesto de lançamento de uma nova ciência.Se desde a segunda metade do século XVII, nos textos do mercantilismo, ou na obra de autores como Cantillon, Petty e Quesnay os sinais delimitadores de um campo específico de reflexão tornavam-se visíveis, porém apenas com Adam Smith firma-se definitivamente uma temática própria, e uma ciência do pensamento econômico: a economia política clássica.

        A expressão política alcançada pela Riqueza das Nações. Antes de tudo um panfleto contra o protecionismo mercantilista, o texto cumpriu o singular papel de instrumento de uma ideologia triunfante no século subsequente, o liberalismo.O sistema Smithiano é ordenado pela defesa do liberalismo econômico e pelo ataque a todas as determinações de política econômica nacional impeditivas da livre concorrência entre os capitais. Seria um equívoco deixar de ver A Riqueza das Nações como um trabalho a serviço do liberalismo. As longas digressões teóricas e históricas, a mescla de procedimentos analíticos e dedutivos, adquirem sentido apenas se referidas às cáusticas alusões às políticas protecionistas, espalhadas por toda a obra, e ao concentrado ataque ao sistema mercantil.

2) A partir da leitura de Coutinho, explique o problema pettiano do “par- terra- trabalho” e como isso influenciou o pensamento do Quesnay.

        

        Petty apresentou os conceitos de valor e riqueza em uma discussão ainda voltada aos temas dominantes da literatura mercantilista: moeda, riqueza em metais, finanças do soberano. Riqueza, para Petty, é produção de mercadorias; essa, vinculada ao trabalho, no contexto de um populacionismo bastante difundido na Inglaterra, que via no trabalho o fator genérico de criação de mercadorias. O valor é determinado pelo trabalho despendido. A comparação entre duas mercadorias na troca, repousa inteiramente na quantidade de esforço que cada uma demandou; refletido, na quantidade de trabalho despendida na produção da moeda que intermediou a troca. A medida de valor, entretanto, é dupla: terra e trabalho. É como se a terra, na condição de um dos elementos formadores de riqueza, pudesse servir também como· ''medida natural'' de valor. Deste modo, "todas as coisas deveriam ser avaliadas por meio de duas unidades de medidas naturais, que são a terra e o trabalho. Quesnay teria herdado de Petty o estilo geral de análise e, em especial, o problema pettiano do ''par terra-trabalho'' . Quesnay não se preocupou em alongar a exposição sobre as origens da propriedade e a legitimidade da renda fundiária, matéria tida por ele como certa e pertinente à ordem natural. Também não adotou o ''par terra-trabalho'' como medida de valor. Aliás, o problema da medida do ''preço natural'', ou mesmo do ''preço natural dos metais" não dilacerou a fisiocracia mas, absorveu por completo a preocupação com o excedente agrícola. a visão sobre a interrelação entre os fluxos de rendimentos e, afinal, desenvolveu sobremodo uma teoria do desenvolvimento econômico articulada pelos gastos dos proprietários fundiários e dos empresários agrícolas.

3) Explique o que é o Quadro Econômico criado por Quesnay. Comente as inter- relações entre os setores da economia. Como se cria e distribui o excedente econômico a partir desta ferramenta fisiocrática?

        

        A teoria do valor de Quesnay, é um sistema de compensação de valores e produtos. Para elaborar seu quadro, Quesnay supos que as trocas entre as 3 classes definidas por ele (produtores, proprietários e estéreis) ocorreria apenas, uma vez ao ano.
Para Quesnay, a unica classe capas de gerar excedente, seria a classe Produtora (agricultores e afins) essa classe, sendo a principal para o sistema da teoria do valor, pois, após o fim das colheitas e das produções agrícolas, os alimentos seriam vendidos - com lucros - aos estéreis e aos proprietários - que compram os alimentos com o mesmo dinheiro que lhes é pago pelos direitos de uso das terras, fazendo com que esse dinheiro retorne aos agricultores -. Os produtores, alem das vendas para as outras duas classes, trocam entre si parte da produção, para garantir que haja matéria prima para a próxima produção, sendo, para Quesnay, a única classe a realizar trocas entre si.

4) A. Smith foi um cientista social com contribuições na área da retórica, filosofia moral e jurisprudência, entre outras. No entanto, seu legado mais difundido foi no campo da economia política em "A Riqueza das Nações", publicado em 1776. Descreva o conteúdo do livro. Que conceito é o fio condutor do seu pensamento? Como entenderíamos hoje a riqueza das nações das quais Smith falou?

                

        O livro “A Riqueza das Nações” de Adam Smith, é uma reflexão de conceitos e de temáticas econômicas dos séculos XVII e XVIII, reunindo a detalhada analise do autor na forma de digressões sobre as transações mercantis e firmemente baseadas na defesa do pensamento econômico liberal. O livro de Smith, envelheceu como vinho, pois, seus conceitos relacionados a mão invisível do mercado principalmente em sua celebre frase “Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro e do padeiro que esperamos o nosso jantar, mas da consideração que ele tem pelos próprios interesses. Apelamos não à humanidade, mas ao amor-próprio, e nunca falamos de nossas necessidades, mas das vantagens que eles podem obter.” Ademais, nos dias atuais, suas divisões do capital entre, capital imediato, capital circulante e capital fixo, são elementos presentes em todas as sociedades “avançadas” apenas com moldes e atualizações para os dias atuais.