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As consequências positivas e negativas das mudanças nas relações de trabalho

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Por:   •  15/5/2014  •  Artigo  •  992 Palavras (4 Páginas)  •  850 Visualizações

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Admirável trabalho novo?

Os impactos econômicos e sociais das mudanças no mundo do trabalho e a posição de especialistas e profissionais diante dessas transformações

por Priscila Gorzoni*

Ao longo dos últimos anos vem se observando, em diversas partes do mundo, uma modificação nas formas e estruturas de trabalho. Se por um lado percebemos a alta taxa de desemprego, a falta de estabilidade nas empresas, a tercerização e a ausência de registros profissionais, de outro ouvimos de consultores promessas de mais flexibilidade nos horários de trabalho, maior autonomia na produção, mais capacitação e interação do profissional. Devemos boa parte dessas modificações às mudanças dos paradigmas do trabalho, às inovações tecnológicas e à globalização, que rompeu com as barreiras da distância. Quais são os impactos positivos e os negativos dessas modificações?

Assim como a sociedade industrial do início do século XX se viu centrada nas relações trabalhador e indústria, vivemos hoje uma nova dinâmica social moldada não só pela era digital, na qual outras interações se criam e transformam a forma de vermos o mundo, mas pela rapidez e instabilidade derivada dela. Entretanto, essas mesmas armas que em certo aspecto facilitam, em outros tantos dificultam, exigindo ainda mais dos profissionais, que agora não se sustentam ao dominar apenas o conhecimento de sua função. Além disso, existe um outro fator de angústia: ter de lidar com a falta de vínculos, o desemprego e a efemeridade dos contratos trabalhistas.

As modificações nas relações de trabalho não afetam apenas o setor profissional, mas a dinâmica social. "O mundo vive transformações radicais, a produção do conhecimento e as conquistas tecnológicas assumem uma velocidade muito intensa. Estas modificações influenciam o mercado de trabalho exigindo um profissional que se atualize constantemente e que se aproprie da tecnologia a serviço de seu foco profissional", exemplifica o psicólogo Alexandre Rivero.

Entretanto, como afirma o sociólogo e historiador norte-americano Richard Sennett, professor de Sociologia e História na London School of Economics e autor de um livro clássico sobre o mundo do trabalho, "A corrosão do caráter: conseqüências pessoais do trabalho no novo capitalismo" (Editora Record), os últimos anos não foram os melhores para os trabalhadores. Um dos fatores é o aumento do volume de atividades sem a elevação compatível de salário e benefícios. O sociólogo também vê com preocupação uma das principais mudanças na organização do trabalho, que é a perda da identidade. Sennett aponta ainda para questões como a falta de vínculo com o local de trabalho, a diminuição, ou melhor, a perda dos laços de solidariedade dentro da empresa, a degradação e humilhação na seleção de profissionais. Para completar, o alto escalão de uma empresa e os níveis gerenciais mostram-se pouco comprometidos com essas "consequências pessoais do novo capitalismo" (não por acaso o subtítulo da obra de Sennett), ou mascaram isso com ações recreativas supostamente voltadas para uma maior "qualidade de vida" dos seus "colaboradores".

"O MUNDO VIVE TRANSFORMAÇÕES RADICAIS, A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO E AS CONQUISTAS TECNOLÓGICAS ASSUMEM UMA VELOCIDADE MUITO INTENSA" ALEXANDRE RIVERO, PSICÓLOGO

A análise de Sennett vai longe e aprofunda-se na dinâmica social. Em "A corrosão do caráter", ele afirma que o capitalismo vive na atualidade um novo momento, de natureza flexível. Sennett inicia o prefácio do livro lembrando que "A expressão 'capitalismo flexível' descreve hoje um sistema que é mais que uma variação do mesmo tema. Enfatiza-se a flexibilidade. Atacam-se as formas rígidas da burocracia, e também os males da rotina cega. Pede-se que os trabalhadores sejam ágeis, estejam abertos a mudanças de curto prazo, assumam riscos continuamente, dependam cada vez menos de leis e procedimentos formais".

Portanto,

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