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As principais causas da crise da economia colonial no Brasil

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Por:   •  24/8/2014  •  Tese  •  1.263 Palavras (6 Páginas)  •  590 Visualizações

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1. Examine as causas fundamentais da crise da economia colonial no Brasil; (3,0 pontos).

2. As experiências de utilização da mão-de-obra imigrante na cafeicultura brasileira

(sistemas de parceria e colonato) foram substancialmente diversas. Analise suas

diferenças e os principais determinantes do fim do sistema de parceira e do deslanche

do sistema de colonato; (4,0 pontos)

3. A última década do século XIX no Brasil foi marcada por uma recorrente

desvalorização cambial, com consequências importantes para a condução da política

econômica. Explique as principais causas deste processo. (3,0 pontos).

Respostas:

1)

A crise da economia colonial agrícola decorreu de dois aspectos complementares, um de caráter interno, e outro, externo. O primeiro foi a expansão dos mercados na colônia, resultado direto do aumento da população e do incremento da produção. Surgiram, em consequência, conflitos de interesses entre colonos e metrópole. Com o aumento da produção e o crescimento do mercado interno sobretudo após o início do ciclo do ouro, os interesses particulares da colônia foram aumentando de maneira significativa. O pacto colonial passou a ser, então, um empecilho à expansão dos negócios e, portanto, ao potencial de ganhos dos colonos.

O segundo aspecto, referente ao plano externo, eram os efeitos da REVOLUÇÃO INDUSTRIAL cada vez mais visíveis na Europa. O processo de acumulação de capital, naquele contexto, centrava-se fortemente na esfera de produção da indústria, com uma rápida incorporação de novas técnicas produtivas que ampliavam largamente seu horizonte de crescimento. O aumento da produtividade na atividade industrial era absolutamente fantástico.

Assim, a necessidade de busca e incorporação de novos mercados pelas unidades industriais em formação tornou-se um traço típico da dinâmica capitalista.

2)

O ano de 1845 marca a primeira experiência de utilização da mão-de-obra de imigrantes na monocultura exportadora do café, na fazenda Ibicaba, do SENADOR NICOLAU VERGUEIRO, sob a forma de parceria. A princípio, o Senador Vergueiro exaltava as qualidades físicas e técnicas dos imigrantes como um fator-chave para sua “importação” da Europa, em um momento de crescentes dificuldades para a compra e utilização de escravos.

O sistema consistia de uma proposta divulgada na Europa por agentes contratados por Vergueiro visando contratar trabalhadores dispostos ao serviço na lavoura, recebendo em troca lotes de pés de café adultos preparados, portanto, para a produção. Metade do valor da colheita (cotas de pagamento) seria dos imigrantes, logicamente após a dedução dos custos de transporte, impostos e comissões daí a definição de parceria. Ao trabalhador caberia ainda a exploração de lotes de subsistência e, se houvesse excedentes, seriam também repartidos com o proprietário. Apesar do conceito de parceria, todo o processo de comercialização e contabilidade ficava a cargo do proprietário.

O grande problema do sistema de parceria dizia respeito à relação fazendeiros/colonos, que era na verdade uma continuação das condições de escravidão nas bases do trabalho e do nível de vida. Não houve uma mudança ideológica por parte dos fazendeiros no que se refere ao trabalho: consideravam e tratavam os imigrantes realmente como escravos. Para isso, utilizavam má-fé nos contratos, já altamente desvantajosos para os imigrantes, de maneira que a insatisfação tornava-se crescente tanto para os colonos quanto para os fazendeiros.

Da parte dos colonos, a insatisfação era óbvia. Do sonho de uma vida melhor, com novas perspectivas de realizações, idéia fartamente divulgada na Europa no momento de seu recrutamento, passavam a uma realidade absolutamente distinta. As cláusulas contratuais, em realidade, prendiam os imigrantes à fazenda eternamente, sob rigoroso controle e supervisão dos fazendeiros como era a função dos capatazes para os escravos africanos.

Diversos direitos do colono, mesmo previstos em contrato, eram suprimidos sem qualquer pudor. Como exemplo, sair da fazenda e receber visitas eram atividades proibidas. A moradia dos imigrantes era, em geral, uma “adaptação” das antigas instalações das senzalas.

Os fazendeiros impunham ainda rigorosas punições aos colonos, sob a argumentação de vadiagem, embriaguez e outras situações semelhantes. Tudo isso apoiado em uma situação de endividamento eterno dos imigrantes junto aos patrões fazendeiros à custa de manipulação desonesta dos livros de contabilidade da fazenda, práticas de subfaturamento da produção e até aumento indiscriminado da dívida registrada.

Pelo lado dos fazendeiros, havia uma insatisfação cultural e ideológica. Acostumados com o trabalho escravo, que lhes caracterizava uma propriedade, não toleravam o aparecimento de questões trabalhistas, que causavam deserções e greves organizadas por camadas de imigrantes mais esclarecidos, em particular os italianos. Somava-se a isso o início da queda de receita de exportação, determinada, sobretudo, pelo substancial aumento da produção no Brasil

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