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Ciência e Política: Duas Vocações

Por:   •  26/5/2018  •  Resenha  •  1.160 Palavras (5 Páginas)  •  204 Visualizações

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Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Centro de Ciências do Homem

Ciências Sociais

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Disciplina: Política I

Cursando: Gabriel Tisse da Silva 

Resenha 01: Ciência como Vocação de Max Weber.

WEBER,Max, Ciência e Política: duas vocações. 17 ed. São Paulo: Cultrix, 2011.

A obra Ciência como Vocação se trata da transcrição de uma palestra ministrada pelo economista alemão Max Weber aos estudantes da Universidade de Munique em Janeiro de 1917, que em suas palavras, dissertaria o que seria a vocação científica. Originalmente publicada em alemão foi posteriormente traduzida para o inglês.

Por se tratar da transcrição de um discurso a mesma, por conseguinte, não apresenta uma separação por capítulos ou similares. Se organiza enquanto segue uma linha de raciocínio elaborada pela autor. Desse modo percebe-se bem os tons de oralidade e com isso a transmissão dos conhecimentos empregados em sua confeção pode ser de maneira mais natural e simples.

O autor inicia sua argumentação indagando como se encontrava a profissão científica, logo deixa claro a diferença entre a Academia Alemã para com a dos Estados Unidos. Nos mostra que a primeira se faz totalmente sobre pressupostos plutocráticos ao passo da segunda que vale-se de pressupostos burocráticos. Sendo assim toda a formação do novo cientista seria afetada, de maneiras diferentes claro. Enquanto no velho continente se ocuparia, em seus primeiros anos, muito menos da docência como gostaria, embora, teria liberdade de se dedicar ao trabalho científico em seus anos de juventude, no novo mundo seria justamente nessa época que o licenciado estaria mais sobrecarregado. Isso se dá, segundo Weber, pela maneirismo já citado tendo o “assistant” americano que “encher a sala”, como descreve. Embora não possuindo salário, o Privatdozent alemão teria uma espécie de convicção natural devido ao fato de após vários anos de atividade ter uma espécie de direito moral, não podendo também ser despedido, como no caso americano.

Prossegue demonstrando que as universidades estão abraçando novos ramos da ciência do modo americano. Assim, as mesmas se tornariam empresas de “capitalismo de Estado”. Logo, surge a separação do trabalhador dos meios de produção, como o próprio escreve. Embora apresente várias desvantagens, apresenta vantagens técnicas consideráveis. Nesse âmbito se percebe claramente que a velha constituição da universidade tornou-se fictícia, americanizou-se, porém as chances de um Privatdozent e de um assistente de ocupar uma cadeira de professor ordinário ou diretor continuam as mesmas, dependendo unicamente do acaso. Pontua a sentença: “A vida acadêmica é, portanto, um acaso incontrolável.”

Passa então a dirigir-se aos jovens, alertando esses para o fato que sua carreira sempre apresentará uma dupla face: a de sábio e a de professor. Chega ao ponto de afirmar que o mesmo o maior sábio do mundo, quando péssimo professor, terá uma carreira acadêmica fracassada. Sendo um termômetro de comprovação da qualidade do docente a assiduidade de seus alunos. E de que sua carreira se configuraria como uma espécie de aristocracia espiritual. Todavia, seria incongruente do profissional acadêmico segregar da “plebe espiritual” o conhecimento produzido pelo mesmo, devendo desse modo transcrever seus pensamentos em linhas compreensíveis a uma vista minimamente capaz. Esse produto de seus estudos configurava-se na época num estado de especialização que a ciência recentemente havia encontrado, e novamente faz uma afirmação: essa situação irá persistir para sempre. Portanto para se realizar algo realmente perfeito, cientificamente falando, o processo deveria ser regrado pela profunda especialização. E esse sentimento de realização, de ter construído algo que irá durar, manifesta-se em forma de êxtase e aquele que não puder compreender jamais conseguirá clarificar a “vivência da ciência”, de acordo com autor. Crava novamente: “que faça outra coisa”. Não pode ser forçada, sendo condição prévia daquilo que é realmente essencial: a inspiração. Com isso ocorre a criação de ídolos: a personalidade e a vivência. Onde, no campo da ciência, só tem personalidade quem está a serviço da causa.

Desse modo esclarece que o trabalho científico, diferentemente das atividades artísticas, está inserido na corrente do progresso. Sendo assim não alcançaria um estado em que poderia ser considerado como acabado, pelo contrário, a sua superação faz parte do processo. Onde o progresso científico se enquadra, segundo o palestrante, como um fragmento dos mais importantes do processo de intelectualização. Desse modo explica que graças a essa corrente não necessitamos mais de explicar fatos e fenômenos por vias místicas ou semelhantes já que com o cálculo seria possível explicar qualquer coisa.

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