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Crise na Europa

Por:   •  6/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.501 Palavras (11 Páginas)  •  220 Visualizações

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Matriz de atividade individual*

Módulo:  3

Atividade:  Individual

Título: Os efeitos das políticas monetárias e fiscais em uma economia.

Aluno: Aston Muller

Disciplina: Introdução à Economia

Turma: IEOP

Introdução

Na economia atual que estamos inseridos é difícil imaginar uma transação sem o uso da moeda, como acontecia na economia de escambo em que toda transação não há moeda e por isso deveria coincidir os desejos entre as partes para uma troca de bens e/ou serviços.  O uso da moeda se torna fácil para as trocas de bens e serviços, sendo um meio de pagamento utilizado para realizar transações e quitar obrigações contratuais. E as moedas são manuais (cédulas de papel, peças em metal) e escriturais (depósitos à vista em bancos).

O governo para garantir o pleno emprego, estabilidade de preços, desenvolvimento econômico, entre outros, possui alguns instrumentos econômicos como impostos, reservas compulsórias, taxa de juros, redesconto; e esses conjuntos de ações que são utilizados, chamamos de políticas econômicas. Esses instrumentos são a política monetária, fiscal, cambial e de renda.

Nessa atividade irei abordar sobre a política monetária (que faz a gestão da moeda e do crédito) e a política fiscal (que reflete o conjunto de medidas pelos quais o Governo arrecada receitas sobre os agentes econômicos e realiza despesa de forma a buscar a estabilização macroeconômica, a redistribuição da renda e a alocação de recursos).

Assim, podemos falar que as medidas adotadas no âmbito da política econômica, portanto uma abordagem macroeconômica, afetam a vida de todos de forma ostensiva, como exemplo podemos citar o que aconteceu em 2008, a partir da crise do mercado imobiliário nos EUA, verifica-se  um desencadeamento de uma crise internacional, com diversos países  sofrendo com ataques especulativos e fugas de capitais. Esse cenário gerou um pânico no setor financeiro levando bancos, seguradoras e outros agentes financeiros à quebrar. Os governos desses países, na busca para reduzir o risco de uma crise maior, interviu no mercado como maciço aporte de capital, utilizando portanto de políticas econômicas para gerir a crise.

Características principais dos instrumentos de política monetária e fiscal

O BACEN (Banco Central do Brasil) possui o monopólio na emissão da moeda manual e para determinar a quantidade de moeda na economia é função do Conselho Monetário Nacional com a participação do BACEN. Ao determinar a quantidade de dinheiro, tem-se a formação da taxa de juros (o que podemos interpretar essa taxa como o preço do dinheiro).

0 objetivo da Política monetária é controlar a oferta de moeda (liquidez) na economia, isso consiste em determinar a taxa de juros de referência no mercado. Dessa forma o Banco Central de qualquer país, eleva a taxa de juros (preço do dinheiro) enxugando (diminuindo) a oferta monetária, portanto uma ação contracionista com o objetivo de reduzir a taxa de inflação e a reduz atuando de forma expansionista, onde aumenta a oferta monetária estimulando o crescimento.

Como citado por Vasconcelos e Garcia (2004) os instrumentos de política monetária são:

A).  Emissões de moeda (O BACEN possui o monopólio).

B).  Depósitos ou Reservas compulsórias (Os depósitos à vista efetuado em bancos comerciais, o Banco Central exige um percentual sobre os depósitos para ficar à sua disposição).

C). Operações de mercado aberto (São o meio pelo qual o banco central efetua o controle da liquidez da moeda nacional, também conhecida como open market, através de compra e venda de títulos públicos)

D). Redescontos (empréstimos destinados a atender a eventuais problemas de liquidez pelas instituições financeiras, mas algo circunstancial e de caráter breve). E). Regulamentação sobre crédito e taxa de juros (A taxa de juros é definida mensalmente pelo COPOM "Comitê de Política Monetária do Banco Central". A taxa de juros é definida como meta para a taxa SELIC "é a taxa média ajustada dos financiamentos diários com lastro em títulos públicos, apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC").

A  política fiscal consiste na elaboração e organização do orçamento do governo,  demonstrando as fontes de arrecadação e os gastos públicos a serem efetuados em um determinado período (exercício), visando atingir a atividade econômica e assim estimular crescimento econômico e combater a taxa de desemprego. O financiamento do déficit do setor público, também é um fator de preocupação da política fiscal. Portanto o governo pode alterar o volume das receitas e gastos públicos através dos instrumentos fiscais que são:

A).  Impostos (Que representam as receitas do governo).

B).  Despesas do governo (Que representam os gastos com administração pública,  

      funcionalismo, benefícios sociais, subsídios e investimentos).

C).  Orçamento do governo (O fluxo de caixa resultando no confronto das

       operações de receitas menos os gastos e quando registra um caso de déficit o  

      governo deve determinar como será o financiamento ou o pagamento dos  

      excessos de gastos).

Como abordado por Fialho (2004), a relação entre as política monetária e fiscal ocasiona debates amplos na macroeconomia e são objetos de discussão em todos os países. "Nesse sentido, a política fiscal pode afetar a probabilidade de sucesso da política monetária de várias formas".

De acordo com Burity (2007), a política monetária e fiscal podem interagir de forma complementares ou substitutivas:

 As políticas são consideradas complementares quando são ambas expansionistas, ou seja, uma expansão fiscal (mensurada pela elevação do déficit público, em algumas de suas medidas) é seguida por maior flexibilização monetária (evidenciada principalmente por redução dos juros básicos da economia), ou quando são ambas contracionistas, ou seja, maior rigor fiscal é acompanhado de maior arrocho monetário. Por outro lado, as políticas são consideradas substitutivas quando assumem direções opostas, ou seja, expansões fiscais são compensadas por maior rigor monetário e, contrações fiscais, por flexibilização na instância monetária.

Cenário político e econômico da Europa

A economia mundial tem obtido um crescimento lento desde a crise financeira dos Estados Unidos entre 2008 e 2009, essa crise americana escancarou as políticas fiscais insustentáveis dos países na Europa e no mundo.

A crise na Europa aconteceu principalmente pelas dificuldades que Grécia, Portugal, Irlanda, Itália e Espanha tiveram em pagar as suas dívidas, portanto não gerando crescimento econômico suficiente para honrar os compromissos firmados junto aos seus credores.

A Grécia, um dos países que não conseguiu realizar reformas fiscais, foi um dos primeiros a sentir o aperto de um crescimento mais fraco. Quando o crescimento diminui, assim como as receitas fiscais, tornam os elevados déficits orçamentários insustentáveis. Na verdade, as dívidas da Grécia eram tão grandes que ultrapassaram o tamanho de toda a economia do país, levando o mesmo a assumir que não tinha mais condições de pagar as suas contas.

Os investidores reagiram exigindo maiores rentabilidades sobre os títulos da Grécia, o que elevou o custo dos encargos da dívida do país e exigiu uma série de salvamentos pela UE "União Europeia" e o BCE "Banco Central Europeu". Assim o mercado passou a exigir maiores rentabilidades sobre os títulos dos outros países endividados da região, tentando antecipar problemas semelhantes ao que ocorreu na Grécia.

A razão para o aumento da rentabilidade dos títulos é simples: uma vez que os investidores passam a considerar o investimento em títulos de um país arriscado, começam a exigir um retorno maior para compensar esse risco. Isso gera um ciclo vicioso, a demanda por maiores rendimentos equivale a custos mais elevados de financiamento para o país em crise, o que leva a uma tensão fiscal ainda maior. A perda geral de confiança dos investidores geralmente contagia o mercado, fazendo com que os investidores passem também a exigir rentabilidades maiores para a aquisição de títulos de outros países com finanças igualmente abaladas.

A Comunidade Europeia vem adotando lentamente algumas medidas para tentar controlar a crise, já que necessita do consentimento de todos os dezessete países que compõem a União Europeia para agir.

As principais medidas adotadas até o momento tem sido a liberação de uma série de pacotes de resgate para tentar equilibrar a economia dos países em maior dificuldade, como o plano para comprar títulos do governo, quando necessário, a fim de manter as taxas de juros em um nível aceitável, uma vez que países como Itália e Espanha já não tinham mais como pagar as taxas de rentabilidade, disponibilizando uma linha de crédito próximo do valor de € 500 bilhões (euros) com taxas ultrabaixas à disposição dos bancos em dificuldade na zona do euro. Este programa, denominado Operação de Refinanciamento de Longo Prazo (LTRO, na sigla em inglês), teve como objetivo manter a capacidade dos bancos europeus de conceder empréstimos, pois em sua análise, uma diminuição na linha de crédito bancário para empresas e indivíduos afetaria o crescimento econômico dos países e agravaria a crise. Portanto uma preocupação de manter o balanço financeiro dos bancos em equilíbrio, tentando assim, evitar que a crise da dívida europeia se potencialize, mas há um consenso de que enquanto os países menores como a Grécia são economias pequenas o suficiente para serem resgatadas pelo Banco Central Europeu, países como Itália e Espanha são grandes demais para serem salvos.

Infelizmente, a solução não é assim tão simples, por uma razão fundamental: os

bancos europeus continuam a ser um dos maiores detentores dos títulos de dívidas dos países da zona do euro, apesar da busca pela redução de suas posições ano a ano. Com a interligação do sistema financeiro mundial, uma eventual insolvência e/ou falência de um banco não acontece isoladamente, é provável que uma série de falências bancárias seja desencadeada num "efeito dominó".

O melhor exemplo disso foi o que ocorreu no início da crise imobiliária americana, quando uma série de colapsos de instituições financeiras menores levou à falência o

Lehman Brothers,um dos maiores bancos do mundo, forçando o governo americano a resgatar ou forçar a aquisição de uma série de outros bancos e instituições. Uma vez que os governos europeus já estão em dificuldade para manterem o equilíbrio de suas próprias contas, há muito menos margem para auxiliarem os seus bancos do que havia para o governo americano naquela ocasião.

As implicações políticas da crise são grandes e nas nações mais afetadas, a tentativa de adoção de medidas mais rígidas, como o corte de gastos públicos e

o aumento dos impostos para se tentar reduzir a distorção entre as receitas e despesas levou a protestos públicos na Grécia e na Espanha, além do partido político no poder na Itália e Portugal. Na União Europeia, a crise elevou as tensões entre os países como a Alemanha e a Grécia. A Alemanha vem tentando forçar a Grécia e outros países em dificuldade a reformarem seus orçamentos como condição para o socorrerem.

A Grécia concordou em cortar gastos e aumentar os impostos, mas um obstáculo importante tem sido a relutância da Alemanha para concordar com uma solução para toda a região, essa discordância criou a possibilidade de um ou mais países europeus abandonarem o euro (a moeda comum da região).

Aumento do desemprego na Europa versus medidas de austeridade anteriores

A insistência da Alemanha por austeridade, tentando obrigar os países já em dificuldade a adotarem uma política com impostos mais altos e gastos mais baixos, pode vir a ser problemática. Tal política gera um crescimento mais lento do Produto Interno Bruto (PIB), significando menores receitas fiscais para os governos pagarem suas contas. A perspectiva de diminuição de gastos governamentais acarretou uma série de protestos públicos, e tornou mais difícil para as autoridades adotarem todas as medidas mais endividadas a apertarem o cinto, uma vez que eles também estão enfrentando uma forte pressão de seus próprios cidadãos.

Os contribuintes em países como a Alemanha e a França se recusam a usar seu dinheiro para financiar o que é visto como um excesso de gastos por parte da Grécia e dos outros países europeus com problemas. Este tipo de desacordo fundamental faz com que seja muito difícil o estabelecimento de um consenso para resolver a crise na Europa.

Além disso, toda a Europa entrou em um período de recessão a partir do final de 2011, em parte devido a estas medidas, e também pela perda geral de confiança entre empresas e investidores.

Essas medidas levaram a

No entanto, os países mais ricos da Europa  têm pouca escolha além de pressionarem as nações necessárias para se tentar resolver a crise.

Qual a relação da crise da dívida europeia e os Estados Unidos?

O sistema financeiro mundial está totalmente interligado atualmente, o que significa que um problema na Grécia ou outro pequeno país europeu, passa a ser um problema para todos nós. A crise da dívida europeia não afeta  apenas os mercados financeiros, mas também o orçamento do governo dos Estados Unidos: quarenta por cento do capital do Fundo Monetário Internacional (FMI) vem dos Estados Unidos. Assim, se o FMI for obrigado a emprestar muito dinheiro para as iniciativas de resgate, os contribuintes americanos serão obrigados a pagar a conta. Além disso, a dívida dos Estados Unidos também vem crescendo constantemente – o que significa que os acontecimentos na Grécia e no resto da Europa são um sinal de alerta potencial para as autoridades americanas, particularmente em relação a grande quantidade de juros da dívida que vence no final de cada ano fiscal.

Conclusão

Quais são as perspectivas para a crise na Europa?

A Europa ainda continuará em turbulência durante muito tempo. A saída da Grécia do euro parece inevitável, a ponto de até uma terminologia já ter sido cunhada para o evento: Grexit. Apesar do apertado resultado nas últimas eleições terem sinalizado que uma pequena maioria no país apoia o pacote de resgate oferecido pelas autoridades europeias em contrapartida a um maior  compromisso fiscal, a insistência grega em, constantemente, tentar renegociar as condições do resgate minam a confiança e a paciência do investidor. Segundo a Bloomberg News, mais de cinquenta por cento dos investidores consultados preveem a saída de um membro do euro em algum momento de 2012.

A instabilidade política continua a afetar o resto da Europa: o presidente francês, Nicolas Sarkozy, perdeu o poder, em parte,devido a seu apoio a medidas de austeridade, e ao fato da região ter entrado em recessão.

Assim como na França, há uma forte tendência em outros países da zona do euro de troca dos partidos políticos que estavam no poder antes e durante o estouro da crise.

A Espanha, por sua vez, enfrenta uma taxa de desemprego de vinte e cinco por cento, um sério entrave para o seu crescimento.

Centralmente, os políticos europeus enfrentam uma escolha difícil: manter a união monetária em conjunto, com todos os desafios que isso implica, ou permitir que a Grécia (e, possivelmente, Espanha e/ou a Itália) saiam, um caminho que, fatalmente, levaria o caos ao mercado financeiro. Como resultado, a chance de um novo choque econômico para a região – e para economia mundial como um todo – ainda é uma possibilidade significativa e, provavelmente, vai continuar assim por vários anos.

Referências bibliográficas

MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia empresarial. Curitiba: Ed.do autor,2002.

ROSSETTI,José P.Introdução à economia. 18.ed. São Paulo:Atlas, 2000.

DORNBUSCH,Rudiger; FISCHER,Stanley. Macroeconomia. 5.ed. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991.

*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.

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