Desempenho das ações da Natura

DESEMPENHO DAS AÇÕES DA NATURA

No ano de 2007 a Natura viveu a sua pior fase dos últimos tempos. Até então a empresa havia acostumado os investidores a receberem ótimos resultados quando da divulgação do balanço. Essa trajetória foi ligeiramente afetada no final do ano de 2006, quando os executivos anunciaram queda no lucro do último trimestre. A empresa informou que os resultados eram pontuais e seriam revertidos em 2007, aumentando a expectativa dos investidores com relação à divulgação dos resultados obtidos. Ela continuou a crescer e a dar lucro, com presença de uma marca forte e de grande participação no mercado, sendo essa característica, infelizmente, insuficiente para um mercado movido a expectativas que giram em torno do crescimento. Esta visão se evidencia na reação dos investidores após a divulgação do resultado da empresa em 2007 que apesar de demonstrar crescimento, o que, isoladamente para a empresa, é positivo, este foi inferior em comparação ao crescimento obtido pelo setor de cosméticos em geral, e, principalmente, em se tratando da sua principal concorrente no Brasil, a Avon, que apresentou à época crescimento muito superior. Para os investidores isso representava uma falha na administração da companhia.

Nesta época, houve uma “explosão” no mercado consumidor brasileiro, devido às condições econômicas do pais que propiciavam o incentivo ao consumo, associada à expansão da oferta de crédito. Apesar desse crescimento nacional, a empresa adotou uma estratégia ousada de expansão voltada ao mercado externo, para isso investiu grande parte do seu capital em campanhas de marketing no exterior.

Esse processo de internacionalização foi em grande parte responsável pela queda na rentabilidade. Os esforços com a formação de equipes e a adequação de produtos para que a Natura pudesse entrar em sete países geraram um prejuízo de 46 milhões de reais nos nove primeiros meses do ano. A expansão voltada para o mercado externo era uma aposta que a administração via como bem sucedida ao longo prazo, mas que estava trazendo consequências negativas no momento presente.

A posição da Empresa em concentrar seus esforços na conquista do mercado externo, associada ao fortalecimento do mercado de cosméticos brasileiro, abriu espaço para o acirramento da concorrência, fazendo com que a sua principal concorrente Avon, atuasse de forma mais agressiva no mercado brasileiro, renascendo com praticamente a mesma participação no mercado.

Logo, ao se realizar, em Fevereiro de 2008, a apresentação anual dos resultados no período de 2007, houve uma reação extremamente negativa por parte dos investidores: queda de cerca de 40% no valor das ações da empresa no mercado, em comparação a Janeiro de 2007.

Neste momento, verifica-se a importância da realização da análise dos indicadores financeiros de uma empresa por parte de seus administradores, para que se possa verificar com nitidez, as falhas existentes na gestão de seus recursos, desta forma vindo a adotar as estratégias cabíveis para retomada do crescimento.

Por conseguinte, a Natura teve que iniciar uma série de transformações que iam desde de a organização de suas vendedoras até os cargos de altos escalão e voltou sua atenção ao mercado interno. Dentre várias medidas a empresa iniciou também um plano