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Desenvolvimento econômico, ambiente e biodiversidade

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Por:   •  8/5/2013  •  Resenha  •  9.160 Palavras (37 Páginas)  •  589 Visualizações

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Estudo do meio ambiente

Texto: Desenvolvimento econômico, ambiente e biodiversidade

Os problemas ambientais causados pelo homem, em seu processo de construção e reconstrução de espaços geográficos, não são somente de ordem ecológica, mas fundamentalmente política, econômica e cultural. Por quê? Eles decorrem sobretudo do modo como as sociedades se apropriam da natureza e usam, destinam e transformam os recursos naturais. É uma questão de ordem política, econômica e cultural porque o homem age na natureza segundo os padrões ou costumes – políticos, econômicos e culturais – criados por ele mesmo, ou seja, segundo o tipo de civilização ou sociedade que construiu. Assim sendo, a degradação do meio ambiente está intimamente relacionada ao modelo de desenvolvimento econômico adotado ou ao próprio sistema capitalista, que encontra sua base de sustentação no processo de produzir e fazer consumir mais para continuar a produzir mais.

O desafio da sociedade atual é na manutenção da biodiversidade assim como no rearranjo dos ecossistemas, buscando seu manejo e recuperação. Na base da problemática das sociedades modernas está a inadequação de seus mecanismos de busca de energia e produtos, com a perda gradual e muitas vezes irreparável de suas fontes de matéria prima. Neste contexto a retórica sobre Biodiversidade toma um papel de extrema importância, pois na gênese do conceito está a conservação e mesmo expansão dos bancos gênicos, importantes para a renovação dos produtos naturais exploráveis sob o ponto de vista da sustentabilidade.

Vivemos sob um modelo de desenvolvimento calcado no consumo, ou melhor, na sociedade de consumo. Nesse tipo de sociedade, os valores sociais estão, de um modo geral, apoiados na idéia de que o sucesso do ser humano é medido pelo que ele consome de bens e serviços. E isso ocorre independentemente do caráter do indivíduo, que se tornou um valor secundário dentro da chamada sociedade de consumo, em que o ter para a maioria das pessoas, superou o ser.

O aspecto econômico foi divinizado, na sociedade de consumo, passando a ocupar o centro do sistema de valores. Atrelados a ele estão os demais valores sociais e a própria prática política de modo que, se falta ética na economia, não existirá ética na política e nos valores. E aqui podemos incluir as relações homem-natureza ou homem-meio ambiente como sendo, por conseguinte, relações desprovidas de ética, na medida em que o homem vem destruindo ou deteriorando a natureza e o meio ambiente, sem se importar com as gerações futuras.

O modelo de desenvolvimento vigente necessita cada vez mais de recursos naturais. E já se sabe que o planeta Terra não suportará mais duas ou três civilizações como as dos Estados Unidos, Canadá, Japão e de alguns países da Europa Ocidental, em vista do grande consumo de bens materiais nessas sociedades que desperdiçam e agridem não apenas seu ambiente mas o de todo o mundo. O Planeta é um só. Interferências indevidas numa de suas partes afetam o todo.

Para resolver seus problemas, os países desenvolvidos transferem suas indústrias poluidoras para os subdesenvolvidos, nos quais a legislação ambiental é mais complacente. Também os testes nucleares são hoje realizados em pontos isolados do planeta, aparentemente resguardando o mundo de seus malefícios, apesar dos protestos dos grupos de defesa do meio ambiente e até da população dos países que os realizam.

Um exemplo bastante ilustrativo de como os interesses econômicos se sobrepõem aos da preservação ambiental foi a recusa dos Estados Unidos em assinar um tratado proposto durante a Eco-92 e na Eco+200. Embora possuam apenas 20% da população mundial, os países mais industrializados liberam 75% desses gases.

O consumo de bens materiais e serviços nos países mais industrializados é tão grande que poderá levar a Terra e seus recursos naturais à exaustão. No entanto, continua-se a pregar que o modelo de desenvolvimento calcado na sociedade de consumo está voltado ao bem estar social. Mas o que se verifica é a abundância para uma minoria e a escassez para a maioria.

O atual modelo serve às grandes corporações transnacionais que, através da formação de monopólios, oligopólios, trustes e cartéis, têm assumido o comando econômico do mundo e estabelecido uma ordem mundial e um sistema de valores segundo seus interesses. A natureza e seus recursos são vistos apenas como fonte de lucro, e não como fonte de vida.

Na verdade, esse modelo, que coisifica ou mercantiliza os recursos naturais, sem se importar com seu esgotamento e desperdício, que destrói o meio ambiente e não prioriza a justiça social, precisa, portanto, urgentemente ser discutido e repensado. Ele já provou sua incapacidade de resolver os problemas básicos de bilhões de seres humanos em todo o mundo: a fome, a miséria, o analfabetismo, as altas taxas de mortalidade infantil, cuja existência, juntamente com a deteriorização do meio ambiente, constitui a prova mais contundente de seu fracasso. De que adianta o progresso científico, tecnológico e industrial, se o modelo que o gera tem criado uma profunda desarmonia entre o homem e a natureza e entre os próprios homens?

Nesse sentido, caberia refletir sobre a seguinte afirmação: “... o desequilíbrio ecológico é o reflexo do atual estado social do mundo. Um mundo harmônico refletiria um equilíbrio entre a justiça e a igualdade. A desarmonia vive do desequilíbrio, injustiça, competição, que geram o desajuste na corrida do lucro. Não é por acaso que o homem, ao desarmonizar a natureza, reproduz com esse crime a própria injustiça a que submete milhões de semelhantes...” (Júlio José Chiavenato, O massacre da natureza, p.27).

Não resta dúvida de que é extremamente necessário encontrar outro caminho, outra política de desenvolvimento.

O modelo de desenvolvimento ecologicamente auto-sustentável

A partir da década de 1970, começaram a se organizar, em vários países, os chamados movimentos ambientalistas, para combater a crescente degradação ambiental. Muitos deles tiveram sua origem nos movimentos sociais pacifistas da década de 1960. Vivia-se um período marcante da Guerra Fria, com vários focos de tensão no mundo, destacando-se a Guerra do Vietnã (1963-1975), além das incertezas e inseguranças resultantes da confrontação entre ex-URSS e os EUA.

Os movimentos pacifistas se opunham a esse mundo turbulento, ameaçador e de corrida armamentista desenfreada.

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