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História Econômica: Considerações sobre um campo disciplinar

Por:   •  28/10/2018  •  Resenha  •  2.093 Palavras (9 Páginas)  •  504 Visualizações

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BARROS, José D´Assunção. História Econômica: Considerações sobre um campo disciplinar. Revista de Economia Politica e História Econômica, nº11, 2008.

  • A razão pela qual a historiografia tem nos últimos anos passado por uma revisão de todas suas contribuições.

 “As ultimas décadas historiográficas assistiram a um claro crescimento da rejeição a ideia de que a vida social e cultural seja direta e linearmente determinada pelas dimensões da Economia e da vida material-uma crítica que se estabelece inclusive no interior de algumas correntes do próprio marxismo, a partir daí admitindo que processos culturais podem ser igualmente determinantes , inclusive agindo ou reagindo sobre a dimensão econômica de uma sociedade. Ao mesmo tempo, é patente que os modelos quantitativos de levantamento de dados também tem sido criticados significativamente nos últimos.”

 (Barros, 2008, p. 5 , p.6)

  • Nascimento da História Econômica como um campo específico.

“Á parte aqueles caminhos que já desde o século XIX vinham sendo percorridos pelos Economistas que se interessaram pela a História como meio para solucionar alguns problemas do seu próprio campo disciplinar-datam pelo menos da terceira década do século XX os investimentos mais decisivos dos historiadores em constituir a Historia Econômica como um campo historiográfico especifico...” (Barros, 2008, p. 6 , p.7)

  • Como deverá ser abordada a Historia Econômica no presente artigo.

“Mas não estaremos nos utilizando da expressão “Historia Econômica” para remontar a correntes historiográficas ou economicistas especificas... Estará sendo abordado aqui como um campo histórico definido que abriga muitas correntes, que acumulou certo repertório de discussões conceituais e potencialidades metodológicas, que se volta para determinados objetos específicos que adquirem sentido no entrecruzamento das questões econômicas e das questões históricas” (Barros, 2008, p. 9)

  • Noção de Sistema Econômico proposta por Witold Kula e a “teoria” dos diversos sistemas econômicos.

Em primeiro lugar , Kula admite falar em um “Sistema Econômico” como um conjunto maior que integra de maneira coerente certos fatos econômicos que de outra maneira estariam dispersos, ressaltando que este sistema possui uma historicidade definida- esta definida por um conjunto de relações reciprocas...Vale dizer , que um sistema econômico não é uma realidade nem estática e eterna... a certa altura ,pode adquirir uma outra identidade que já pouco tem a ver com a situação inicial do sistema [...].Sobretudo, mostra-se aqui fundamental a ideia de que é preciso construir a “teoria” dos diversos sistemas econômicos... porque não há uma só, como de resto propõe algumas correntes da história econômica que buscam transplantar uma determinada racionalidade econômica típica do capitalismo mesmo para sociedades pré-industriais” (Barros, 2008, p. 10)

  • Critica ao anacronismo que muitos economistas não percebem.

“... pretende contrapor a ideia de que cada sociedade produz a sua própria racionalidade econômica... a motivação de “maximizar a produção e minimizar os custos” somente tem algum sentido no âmbito de uma hierarquia de necessidades e valores que se impõe aos indivíduos nos seio determinada sociedade e que tem seu fundamento na natureza das estruturas desta sociedade. Ou seja, a racionalidade típica da economia capitalista não é de modo nenhum transplantável para sociedades pré-industriais...”. (Barros, 2008, p. 11 )

  • Divergências entre Economicistas/Historiadores e Economistas.

“Hamilton (Economista) queria aplicar ao estudo de todas as economias do passado a teoria econômica em seu estado atual, ou seja, produzida na e pela sociedade regida pela economia capitalista da sua época.”

“... Labrousse, (Historiador), em célebre estudo sobre as crises do Antigo Regime Econômico, apresentou como pedra de toque para uma aproximação verdadeiramente consciente do problema o fato de que, se as crises cíclicas do capitalismo industrial são crises de superprodução, já as crises as crises do Antigo Regime são sempre crises de subprodução agrícola”.

 (Barros, 2008, p. 16)

  • Posições intermediárias entre a validade absoluta e o relativismo econômico.

“Pode se, por exemplo, advogar que –embora não haja um sistema econômico ou uma teoria  a ser exportada na sua integralidade para todos os períodos anteriores –existiriam mecanismos fundamentais que a principio apareceriam para o caso de todas as sociedades. Discute-se, por exemplo, o fundamento da tendência pressupostamente presente na maior parte das sociedades de obter a chamada “vantagem máxima, que o consistiria  em uma determinada atitude que se faz constante tanto em sociedade capitalistas  desenvolvidas  como subdesenvolvidas” (Barros, 2008, p. 17)

  • Como de fato deve ser o pensamento do historiador ao abordar tal tema.

O importante para o historiador, naturalmente, seria trabalhar com a consciência dos limites de sua generalização (cada tipo de fundamento pode implicar em uma aplicabilidade relativa a um âmbito ou universo menos ou mais extenso).” (Barros, 2008, p. 19)

  • Modelos explicativos e sua importância para História Econômica.

“Outro âmbito de parâmetros basilares, para a História Econômica refere-se ao tipo de modelos explicativos com os quais o historiador econômico trabalha. De um lado, mencionaremos o par que opõe as explicações endógenas em oposição as explicações exógenas. De outro lado , registraremos o par que expõe explicações dedutivas em contraste com explicações empíricas. Busquemos esclarecer estes parâmetros, ressaltando contudo o fato de que diversas das explicações que tem sido elaboradas para os desenvolvimentos históricos de economia ;particularmente as explicações mais plausíveis , procuram na verdade contra balancear no seu processo de argumentação e demonstração fatores exógenos e endógenos , bem como elementos dedutíveis e empíricos.

 (Barros, 2008, p. 19)

  • Explanação sobre o modelo explicativo exógeno e endógeno.

“Uma explicação exclusivamente exógena é aquela que propõe como fatores de esclarecimento para a História da Economia, fatores exógenos, isto é, vindos de fora. Guerras, epidemias, fatores meteorológicos-eis aqui uma série de fatores, todos externos a economia, que as teorias exógenas evocam para explicar as flutuações econômicas [...].já uma explicação endógena, que no primeiro sentido que vínhamos considerando, é aquela que procura esclarecer um certo desenvolvimento histórico relacionado a Economia exclusivamente no interior dos próprios fatores econômicos.Juglar tendia a fornecer suas explicações exclusivamente através de fatores endógenos – como as variações de juros, as politicas dos bancos centrais, e as modificações no estoque dos metais.” (Barros, 2008, p.20 , p.22)

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