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Introdução à Economia - Hubbard-O'Brien

Por:   •  30/5/2017  •  Abstract  •  897 Palavras (4 Páginas)  •  179 Visualizações

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Introdução às Ciências Sociais aplicadas
Aluno – Leonardo Erich Machado de Freitas


Émile Durkheim

Durkheim foi um dos pensadores que mais contribuiu para a consolidação da Sociologia como ciência empírica  e para sua instauração no meio acadêmico. Por ter vivido num período instável da Europa, marcado por guerras e modernização, sua obra reflete a tensão entre valores e instituições antigas e novas, que iam se destruindo ou surgindo em busca de consolidação.  
No texto, Revolução Francesa e Revolução Industrial são tratadas como bases fundamentais para o pensamento de Durkheim.  Dentre os pensamentos oriundos dessas revoluções, destaca-se o de que a humanidade avançava no sentido de seu gradual aperfeiçoamento, governada pela força imbatível da lei do progresso (princípio iluminista muito comum entre os pensadores do Século XIX). Amadurecia também a questão de que as velhas ideias e valores estavam se destruindo, e a criação de um novo sistema que estivesse de acordo com o “novo mundo” industrializado era necessária. Esse novo sistema iria tratar a vida coletiva, a vida em sociedade, como um ser distinto, complexo e irredutível, e esse seria o objeto de estudo das Ciências Sociais, através do método positivo.

A especificidade do objeto sociológico: Durkheim acreditava que para se tornar uma ciência autônoma, era necessário delimitar seu objeto próprio, e é neste cenário que surge o fato social. Durkheim define Sociologia como a ciência das instituições, da sua gênese e do seu funcionamento, ou seja, de toda a crença, todo o comportamento instituído pela coletividade. Assim, o indivíduo seria produto da sociedade (o indivíduo nasce da sociedade, e não a sociedade do indivíduo), e os fenômenos que constituem a sociedade têm sua origem na coletividade. O fato social não tem origem nos interesses ou nas motivações individuais, mas sim nos fenômenos sociais.

O método de estudo da sociologia: No estudo da vida social, uma das preocupações de Durkheim era avaliar qual método permitiria fazê-lo de forma científica, superando as deficiências do senso comum. Esse método deveria ser semelhante ao das ciências naturais, mas respeitando as peculiaridades que separam os fenômenos da sociedade dos fenômenos da natureza. Assim, são estabelecidas regras que os sociólogos devem seguir na observação dos fatos sociais, e a primeira e mais fundamental seria a de considerá-los coisas sociais, que só se realizam através dos homens. Um produto da atividade humana.

A dualidade dos fatos morais: O tópico fala principalmente das regras morais, que se encaixam nos fatos sociais. Apesar de serem fruto da coerção social, se apresentam como coisas agradáveis de que gostamos, gerando uma falsa sensação de espontaneidade. Essa coerção não é sentida pelos indivíduos, pois os membros de uma sociedade nutrem forte respeito pelos ideais coletivos. As regras morais possuem uma autoridade que implica a noção de dever e aparecem como desejáveis, embora o seu cumprimento se dê com um esforço que está fora da nossa natureza. Apertamo-nos dentro de uma caixa imprópria para nós em nome da aceitação da sociedade.

Coesão, solidariedade e os dois tipos de consciência:
- A teoria de Durkheim buscava entender como os homens vivem em sociedade, através da coesão social, que seria a conformidade das consciências particulares à consciência coletiva.
- Segundo o autor, temos dois tipos de consciência: uma é comum com nosso grupo, representando a sociedade agindo em nós, e a outra é individual, representando o que temos de pessoal e distinto, o que nos torna indivíduos.
- Sendo assim, as duas formas de consciência são solidárias, e mesmo distintas, são ligadas uma à outra possibilitando a ligação do indivíduo com a sociedade.

Os dois tipos de solidariedade
- Mecânica: Típica das sociedades pré-capitalistas, onde os indivíduos se identificavam através de família, costumes e religiões. Seria mais coerente, pois os indivíduos não se diferenciavam tanto, e reconheciam os mesmos valores, sentimentos e afins, pertencentes a uma coletividade.
- Orgânica: Típica das sociedades capitalistas, onde através da divisão social e do trabalho, os indivíduos se tornam mais interdependentes, gerando um tipo diferente de união social. Durkheim afirma ainda que o mais importante efeito da divisão do trabalho não é o aumento da produtividade, mas sim a solidariedade gerada entre os homens.
A família e as religiões passam a ter menos influência na vida dos indivíduos, à medida que a profissão ganha mais importância. As novas corporações tornam-se uma autoridade moral e uma fonte de vida para seus membros, exercendo um domínio, criando novas regras e gerando solidariedade.

Os indicadores dos tipos de solidariedade: Durkheim utiliza-se da predominância de normas do direito como indicador dos tipos de solidariedade. As sanções impostas pelo direito seriam organizadas (diferentes das impostas pela sociedade), e divididas em duas classes
- Repressivas: infligem ao culpado uma dor, uma culpa, uma privação
- Restitutivas: levam o culpado a reparar o dano causado
A sociedade é, portanto, capaz de cobrar ações absolutas de seus membros tendo em vista a auto preservação, e por isso podem exigir que, em nome da coesão, abdiquem da própria vida (o que leva Durkheim a analisar o suicídio como fato social).

Moral e vida social: A moral consiste em um sistema de normas de conduta que indicam como o sujeito deve se portar em determinadas circunstâncias, e para cumpri-las, os indivíduos devem superar sua natureza individual. Embora não sejam exatamente ordens, torna-se prazeroso cumpri-las, pois é “nosso dever”.
“Ser livre não é fazer o que se queira: é ser-se senhor de si, saber agir pela razão, praticando o dever”

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