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Metodologia da Escola Austríaca de Economia

Por:   •  13/3/2016  •  Exam  •  2.878 Palavras (12 Páginas)  •  530 Visualizações

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AUSTRÍACOS 1

1 - Origem e Contexto histórico

2 – Visão de mundo

3 - Metodologia (O núcleo fundamental e a Epistemologia)

4 - O debate Keynes contra Hayek: Os ciclos econômicos

5 - Perguntas e bibliografia

1 - Origem e contexto histórico:

Uma das questões mais notáveis levantadas pela escola austríaca diz respeito aos aspectos de determinação do valor. Para os austríacos, o valor das coisas é definido pela utilidade marginal, ideia que se opõe a teoria do valor trabalho dos clássicos.

Devido ao problema de a determinação do valor ser amplamente conhecido e discutido, somos levados a acreditar que as fundações da escola austríaca foram construídas a partir de contraposições à escola clássica, o que não é inteiramente verdade. De fato, na época em que a escola austríaca começou a dar seus primeiros passos, as ideias clássicas ainda estavam muito limitadas à Inglaterra.

Para compreender o que fomentou o surgimento da escola austríaca, precisamos voltar ao contexto europeu entre os séculos XVIII e XIX. Neste período, a Europa era influenciada fortemente pela filosofia iluminista, e, por isso, foi palco de uma série de acontecimentos de caráter liberal, como a Revolução Francesa, por exemplo. Eis que desse ambiente tumultuado, surge, como uma reação conservadora, o historicismo. O historicismo conservador, que tomou força principalmente na Alemanha e Áustria, defendia que as instituições políticas, econômicas e sociais eram fruto do desenrolar da história da humanidade e que a tentativa de acabar com tais instituições, resultaria, eventualmente, num caos generalizado, além de ser um ato anti-histórico. Em momento posterior, o caráter superconservador da corrente viria a enfraquecer.

Em linhas gerais, o historicismo era composto de duas máximas:

  • Os fenômenos econômicos não poderiam ser dissociados dos fenômenos sociais e políticos e, portanto, o observador não poderia analisar as vontades dos indivíduos sem levar em conta o contexto cultural e histórico em que ele está imerso.

  • A realidade histórica não é composta de elementos caóticos que interagem entre si. Na verdade, os elementos interagem de forma organizada e pré-estruturada. Dessa forma, os fatos históricos tendem a se repetir dentro de um espaço de tempo e geográfico limitado.

Vale dizer que os historicistas consideravam a escola clássica muito abstrata e irreal porque utilizava-se de modelos matemáticos para explicar e analisar os fenômenos econômicos, destacando-os de seus respectivos contextos. A escola clássica também era criticada por tentar criar verdades que deveriam valer perpetuamente. Percebe-se, a partir disso, que o historicismo valorizava muito a observação e investigação dos fatos, a partir dos quais, por meio de generalizações, eram tiradas conclusões que valeriam por um período de tempo limitado. O método indutivo encontra-se bastante presente aqui.

De início, Keynes, Menger e Weber se opuseram, em algum grau, a corrente historicista. Não que eles negassem completamente a credibilidade do método histórico, mas acreditavam que era necessário mais do que isso para explicar os fenômenos econômicos em sua totalidade. Focaremos mais nas críticas de Carl Menger e Max Weber, dado o objetivo deste trabalho.

Menger acreditava que a ciência econômica, assim como outros campos do saber, como a História, Matemática e Estatística deveria ter seu próprio “espaço”, no sentido de que deveria ser independente das outras ciências. Ele acreditava que os fenômenos econômicos eram perfeitamente capazes de explicar as ações humanas e a realidade. Acreditava na ideia de uma “ciência econômica pura”.

Weber, no que diz respeito a interação da economia com outros campos do saber, se aproximava muito mais da corrente historicista do que de Menger. De fato, Weber se considerava um cientista social e não um economista. Para ele, as ações sociais estão muito interligadas entre si e analisar as vontades dos indivíduos sem levar em consideração o contexto no qual os fenômenos ocorrem é um grande erro. Isso porque o contexto pode influenciar os indivíduos, que são seres dotados de desejos, emoções e condicionantes históricos.

Talvez, por enxergar o indivíduo desta forma, Weber discorde tão veementemente dos historicistas no que diz respeito a segunda máxima apresentada anteriormente. Para Max Weber, a realidade era composta sim por elementos caóticos e desordenados, justamente porque ela (a realidade) é composta dos indivíduos e suas vontades, e tentar estabelecer uma relação entre esses elementos caóticos a ponto de afirmar que os fenômenos históricos tendem a se reproduzir é errado.

Já Menger tende a ser menos rigoroso nesse ponto. Para ele, é possível que os fatos se repitam dentro de um espaço de tempo / geográfico limitados, permitindo que alguns acontecimentos sejam previstos. Porém, a observação da história ou da estatística permitem previsões muito limitadas e sujeitas a exceções (dado que as pessoas são seres dotados de emoções e desejos). Menger propõe que, apenas partindo de unidade básicas dos fenômenos econômicos, é possível traçar previsões mais acertadas a respeito do futuro e com essas unidades procura reconstituir os fenômenos sociais, os quais, para ele, ocorrem segundo leis exatas. O método dedutivo está presente aqui.

A partir desta pequena introdução, podemos inferir que o historicismo e seus preceitos influenciaram, de alguma forma, o surgimento das primeiras ideias que mais tarde iriam compor a escola austríaca. Ao longo do trabalho iremos introduzir e abordar mais a fundo outras concepções da escola.

2 – A visão de mundo da escola austríaca de economia

Hayek e Mises diziam que um verdadeiro economista não se faz apenas por dominar os conhecimentos técnicos que estão estritos à teoria econômica, tem de se ir além, o economista, acima de tudo, tem de ser humanista. O economista não deve ser alienado em sua formação e não se esquecer da importância das ciências sociais, algo esquecido pelos economistas da segunda metade do século XIX até o século XX, os quais se restringiam em modelos macro e micro, estando assim alheios à realidade.

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