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O Impacto da Pandemia no Turismo

Por:   •  31/1/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.695 Palavras (7 Páginas)  •  65 Visualizações

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Licenciatura

Gestão em Saúde

Trabalho de Fundamentos de Economia

Título do Trabalho

Impactos da pandemia no turismo em Portugal

Elaborado por

Rui Teixeira – Nº de Aluno – 20222823

ATLÂNTICA – ESCOLA UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS EMPRESARIAIS, SAÚDE, TECNOLOGIA E ENGENHARIA

Fundamentos de Economia

Impactos da pandemia no turismo em Portugal

Gestão em Saúde

Rui Teixeira

Professor Albertina Dias

Barcarena, dezembro de 2022

Índice

1.        Introdução        1

2.        Pandemia e Turismo em Portugal        2

3.     Conclusão        6

Resumo

Na última década, o setor turístico em Portugal encontrava-se em forte ascensão, com subidas sustentadas e contínuas nas receitas e chegadas turísticas. Contudo, a pandemia COVID-19 parou abruptamente o setor das viagens em Portugal, imobilizando a circulação das pessoas o que resultou em significativas mudanças nos comportamentos dos turistas no planeamento e consumo das viagens.

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Palavras-chave

COVID-19; Pandemia; Turismo de Portugal; Viagens; Receitas

1.Introdução

O ano de 2020 ficará na memória devido à Covid-19. Nenhuma epidemia antes na história da humanidade tinha sido tão rápida a atingir proporções globais como foi esta nova infeção causada pelo Sars-CoV-2. O carácter pandémico da Covid-19 relaciona-se estreitamente com uma das características centrais da população mundial atual: a mobilidade. Na inexistência de soluções farmacêuticas eficazes para a nova doença, restringir a mobilidade e os contactos sociais foram as fórmulas encontradas para mitigar a epidemia. O turismo foi, por isso, uma das atividades mais afetadas. Neste comentário, pretendo analisar o que sucedeu em Portugal durante a epidemia e os seus impactos económicos.

2.Pandemia e o Turismo em Portugal

Considerado um ano atípico, 2020 e os anos consequentes vão ser lembrados por uma pandemia avassaladora que atingiu o mundo, destruindo milhares de vidas e afetando fortemente a indústria do turismo. Desde janeiro de 2020 que a pandemia está a definir e moldar a vida da Humanidade com custos económicos sociais sem precedentes. O distanciamento social, o autoisolamento, a quarentena, o recolher obrigatório, as proibições de viagens e o encerramento de fronteiras, estabelecimentos comerciais e culturais transtornaram a interação humana e inclusivamente o sentimento de identidade nacional e cultural. A mobilidade das pessoas foi fortemente afetada devido às restrições impostas pelos vários governos, levando a consequências catastróficas no setor do turismo, que se manifestaram através de quedas inigualáveis nas receitas e chegadas turísticas. O sentimento de segurança e proteção sempre foram condições indispensáveis para a realização de viagens e para a atividade turística Para além das restrições impostas no contexto da pandemia, o receio dos turistas em viajar e sair dos seus países afetou profundamente o setor das viagens, na medida em que se associou um elevado nível de risco à mobilidade para destinos de viagens domésticos, mas sobretudo internacionais.

Portugal destaca-se por ser um território seguro, não tendo qualquer historial de ataques terroristas, crime ou violência, sendo a segurança e hospitalidade do povo português duas características mais apontadas para a satisfação dos turistas internacionais que visitam o país. Nesta medida, o país acompanhou o crescimento mundial de chegadas e receitas turísticas, tendo sido, pela primeira vez, em 2017, considerado o melhor destino turístico da Europa e do Mundo, continuando a obter este prémio consecutivamente até ao ano de 2020.

O primeiro caso de Covid-19 na Europa foi anunciado em 24 de janeiro de 2020, em França. Em Portugal, só em 2 de março seria confirmado o primeiro caso de infeção. Nos dois primeiros meses do ano, apesar das notícias alarmantes que vinham da China, do começo do bloqueio ao tráfego aéreo em 110 destinos da Ásia-Pacífico e, por fim, perante o avanço da pandemia na Europa, o movimento nos hotéis portugueses não só não diminuiu como, inclusive, cresceu face ao período homólogo do ano anterior (Tabela 1). Portugueses de classe média-alta, com hábito de fazerem férias de neve, mantiveram os seus planos e viajaram para os Pireneus e Alpes, ainda no começo de março. A reviravolta ocorreu na segunda semana daquele mês. Diante da escalada do número de infetados na Europa, e para evitar o colapso dos serviços de saúde, já iminente nalgumas regiões como o norte de Itália, vários estados-membros da UE começaram a impor restrições à mobilidade, a encerrar fronteiras, a banir eventos e a encerrar comércio e serviços. A 16 de março, a presidente da Comissão Europeia anunciava que a UE iria fechar as suas fronteiras externas.

Em Portugal, o Estado de Alerta foi decretado a 13 de março, com um primeiro conjunto de medidas extraordinárias para a contenção do novo coronavírus que envolveu a suspensão das atividades letivas presenciais, encerramento de estabelecimentos de bebidas com espaços de dança (discotecas) e diminuição da lotação em restaurantes para um terço. O nível de restrições seria agravado escassos dias depois com a declaração do Estado de Emergência a 18 de março, e efeitos a partir de 20. Todo o comércio não essencial foi encerrado, o teletrabalho foi imposto nos setores que eram com ele compatíveis (essencialmente, serviços), restaurantes e similares ficaram restringidos a take away, museus, monumentos, ginásios, recintos desportivos, cinemas e salas de espetáculo foram encerrados, assim como suspensos todos os eventos, incluindo os religiosos. Com as pessoas confinadas em casa, as cidades pareciam estar despovoadas e praticamente deixou de haver movimento nas estradas. Este período de restrições mais severas à mobilidade e à liberdade económica durou em Portugal até 4 de maio, data em que o país entrou em Estado de Calamidade e se iniciou um processo gradual de “desconfinamento”. Essa reabertura da economia começou pelo pequeno comércio local (até 200 m2) e serviços pessoais. A 18 de maio, restaurantes, cafés e pastelarias puderam voltar a servir clientes (com metade da lotação e horários reduzidos) e houve reabertura de museus, monumentos e galerias de arte. Finalmente, cinemas, teatros e salas de espetáculo puderam retomar a atividade a 1 de junho, embora com lotação reduzida e distanciamento físico. O facto de as portas reabrirem não significou, todavia, que a atividade turística tivesse regressado: nos museus, no primeiro mês após a reabertura, as entradas foram 10% das registadas no período homólogo do ano anterior. Note-se que, durante o Estado de Emergência em Portugal, nunca os estabelecimentos de alojamento turístico foram obrigados a suspender a atividade, apenas a fronteira terrestre com Espanha foi encerrada (não os aeroportos). Porém, nesses meses de abril e maio, toda a atividade turística praticamente cessou. Face a 2019, as dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico tiveram uma variação de –97,4% em abril, e –95,8% em maio. A pouca atividade registada terá estado ligada a viagens inadiáveis ou por motivos imperiosos, e alguns poucos turistas retidos que ficaram impedidos de regressar aos seus países. É, portanto, do lado da procura que se encontram as causas desta quebra: foram as restrições à mobilidade nas regiões emissoras e não as dificuldades colocadas no destino à entrada de visitantes que, de facto, fizeram baixar a atividade para níveis quase nulos. No segundo trimestre de 2020, o número de passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais foi de 230 mil, representando um decréscimo de 97,5% face ao período homólogo. Para responder a este “choque de procura”, 80% dos estabelecimentos de alojamento turístico em todo o país acabariam por decidir, por moto próprio, fechar portas no “Grande Confinamento”, e assim evitarem custos de operação. No que tange aos proventos oriundos dos estabelecimentos de alojamento turístico, o acumulado até setembro de 2020 foi de 1,2 milhão de euros contra 3,5 milhões no mesmo período de 2019, representando uma redução de 64,5%. A circulação entre estados-membros da UE começou a restabelecer-se lentamente em junho. Para viajantes provenientes de países externos à UE, em julho. Contudo, a reabertura das fronteiras foi lenta e atribulada. Vários estados-membros continuaram a impor quarentenas e/ou obrigar à realização de testes. Os estados seguiram critérios diferentes na definição de quais eram os países seguros para viajar. Portugal ficou fora dessa lista em alguns dos seus mais importantes mercados, como o britânico. Por isso, a retoma do turismo recetor em Portugal foi muito ténue no verão europeu. Em contrapartida, a procura interna acabou por responder positivamente, acabando por se registar no mês de agosto uma redução de apenas 1,55% das dormidas dos residentes face ao mesmo mês de 2019, também porque muitas viagens internacionais terão sido substituídas por turismo doméstico.

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