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Plano real

Por:   •  22/5/2015  •  Tese  •  4.996 Palavras (20 Páginas)  •  410 Visualizações

Página 1 de 20

UNIVERSIDADE PAULISTA
CAMPINAS / SWIFT
CIÊNCIAS ECONÔMICAS







O Plano Real








Douglas Vieira de Souza – B702JB-6
Higor da silva Pimentel – B4897A-4
João Paulo Mascarin – B81915-4
Thiago da Costa Barros – B69EIJ-9



CAMPINAS – SP
2014

Douglas Vieira de Souza – B702JB-6
Higor da silva Pimentel – B4897A-4
João Paulo Mascarin – B81915-4
Thiago da Costa Barros – B69EIJ-9






O Plano Real








TRABALHO ACADÊMICO – Atividade Prática
Supervisionada do curso de Ciências Econômicas,
4º semestre, sob orientação do professor
Mauricio Cassar.


CAMPINAS – SP
2014
Resumo
No presente trabalho, abordaremos um assunto de fundamental importância para a economia brasileira, a implementação do Plano Real que visava combater a hiperinflação que assolava a população brasileira desde o fim dos anos 1970, onde ano após ano os índices da inflação cresciam assombrosamente, sem meios de serem contidos, no entanto em 1993 o país pode verificar o inicio de uma manobra econômica que visava acabar como fantasma da inflação, quando Itamar Franco Presidente da Republica nomeou Fernando Henrique Cardoso Ministro da fazenda para elaborar e executar o Plano Real, que foi um marco para a historia do país implicando em consequências, boas e ruins para a população brasileira.


Palavras Chave: Plano Real, Inflação, Brasil, Pobreza, Desemprego. 
Abstract
In this paper , we discuss an issue of fundamental importance to the Brazilian economy , the implementation of the Real Plan which aimed tocombat hyperinflation that plagued the Brazilian population since the late 1970s , where year after year the rate of inflation grew amazingly , without means they are contained , however in 1993 the country can verify the beginning of an economic maneuver aimed at ending up as ghost inflation , when Itamar Franco President of the Republic appointed Fernando Henrique Cardoso Minister farm to develop and implement the Real Plan , which was a milestone in the history of the country resulting in consequences , both good and bad for the Brazilian population .


Key Words: Real Plan, inflation, Brazil, Poverty, Unemployment .


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 6 
1 Contexto Histórico 7
1.1 Antecedentes 7
1.2 Inflação Inercial e Pensamento Heterodoxo 7
1.3 A Inflação 8

2 O Plano Real 9
2.1 Inicio do plano 9
2.2 As três fases do plano 10
2.3 Ajuste Fiscal 10
2.4 Indexação da Economia 11
2.5 Reforma monetária 11
2.6 Oposições e crises no Plano Real 11

3 Consequências do Plano Real 13
3.1 A diminuição dos níveis da Inflação no Brasil 13
3.2 A Evolução da Pobreza na Vigência do Plano Real 14
3.3 A evolução do desemprego no Brasil 18
3.4 A politica monetária durante o regime de metas de inflação 19

Conclusão 21Referências Bibliográficas 22











Introdução

O Plano Real foi um plano econômico elaborado a partir de 1993 pelo então Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso e sua equipe de economistas, nomeados por Itamar Franco Presidente da Republica na época que deu a eles total liberdade para tomaras atitudes necessárias para conseguir seus objetivos, com o intuito de combater a inflação, que era o limitador do crescimento econômico do Brasil, e que chegou a níveis muito elevados naquela época ficando assim fora de controle. O plano foi executado com base em varias medidas econômico adotadas em quase todos os setores da economia nacional, em três fases de execução, que trouxeram muitos benefícios ao país, mas também algumas consequências ruins para a população.





































1-Contexto histórico

1.1-Antecedentes

Ao longo dos anos de 1970 o Brasil alcançou o chamado “milagre econômico”, período de forte crescimento da economia nacional. Contudo, o financiamento desse crescimento gerou um enorme endividamento, que somado a crise do petróleo (1973) gerou um aumento da inflação do país, que fechou a década com 34% na média.
O problema é que o crescimento não continuou, houve escassez de financiamento externo e um aumento desenfreado da inflação, que continuou até os anos 80.
Na primeira metade da década de 80 ganha destaque o pensamento econômico ortodoxo, liderado pelos economistas Mário Henrique Simonsen e Antônio Delfim Netto, que acreditavam necessário ser feitoprimeiro um grande ajuste e conter a inflação pra depois voltar a pensar no crescimento em si. Essa postura é pautada pela ortodoxia monetária e resulta em um “choque ortodoxo”, caracterizado por queda de gastos, desindexação dos salários e elevação dos juros, para o qual a solução estaria na redução dos gastos, de forma que, pelo menos teoricamente, seria possível superar a inflação já nos anos 80.
Contudo essa medida não foi suficiente Os resultados vão contra a lógica monetarista, pois apesar da recessão a inflação não cede e perpetua-se um estagflação.
Na segunda metade dos anos 80 surge uma nova linha de analise da inflação, iniciam-se os planos heterodoxos, estudiosos que assumiam a inflação brasileira como sendo inercial.


1.2-Inflação Inercial e Pensamento Heterodoxo

A base da teoria inercial é de que a partir de determinado momento a inflação adquiri uma certa autonomia, ou seja, assume um comportamento inercial, em que a inflação do período passado determina a inflação atual, que determinará a inflação futura e assim por diante.
O debate entre os economistas inercialistas na década de 1980 gerou duas propostas para o combate a inflação: o choque heterodoxo e a reforma monetária.
Choque heterodoxo (proposto por Francisco Lopes): congelamento rigoroso de preços durante seis meses e uma fase de descompressão com variações de 1,5% para restabelecer preços relativos, que duraria 18 meses.
Reforma monetária (proposta por Lara Resende e Persio Arida – “Larida”): busca a desindexação da economia por meio da indexação total, onde seprovoca um encurtamento dos períodos de reajuste de tal modo a tornar as rendas insensíveis à taxa de inflação doméstica e permitir uma sincronização perfeita dos reajustes. Isso seria obtido com a alteração da unidade de conta da economia, por exemplo, atrelando os preços ao dólar ou à ORTN (na época).
O choque heterodoxo foi adotado no Plano Cruzado, mas não deu certo, principalmente pelo tempo excessivo de congelamento, pela explosão de demanda pós-plano e pelos impactos sobre o setor externo. Mesmo que no Plano Cruzado o diagnóstico inercial estivesse certo, a concepção do plano, a condução da política econômica pós-plano e o contexto histórico inviabilizaram seu sucesso. 

1.3- A Inflação

Como todos sabemos a inflação no Brasil crescia absurdamente até 1994, e isso sem duvidas foi o principal fator que obrigou o então Presidente da Republica Itamar Franco a tomar medidas que dessem fim a esse cenário tenebroso que assolava a população brasileira até o momento, a tabela mostra o comportamento da inflação no Brasil desde 1983, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea).
O real e a
inflação
Ano
(%)
1983
164,01
1984
215,26
1985
242,23
1986
79,66
1987
363,41
1988
980,21
1989
1.972,91
1990
1.620,97
1991
472,7
1992
1.119,10
1993
2.477,15
1994
916,46

Fonte: Ipea Data

Podemos notar nessa tabela que a inflação brasileira sempre esteve em altíssimo nível até 1994, ano que marcou o inicio de um novo plano econômico brasileiro, O Plano Real.















2- O Plano Real

O PlanoReal foi um programa econômico criado pelo até então ministro da fazendo Fernando Henrique Cardoso em 30 de Julho de 1994, e teve como seu principal objetivo acabar com a hiperinflação, ou pelo menos diminui-la, já que a inflação que o Brasil vinha carregando ultrapassava os 10 dígitos.
Assim que foi nomeado ao Cargo, F.H. C elaborou juntamente com um grupo de economistas, um projeto que fosse capaz de acabar com esse “fantasma Visível” que é a inflação. Isso fez com que Fernando Henrique tornasse um ministro com uma ótima notoriedade, o que o levou ao cargo de presidente da Republica no mesmo ano.

2.1-Inicio do plano

Fernando Henrique Cardoso assumiu o Ministério da Fazenda em maio de 1993 e já começou os preparativos para o novo plano de estabilização. A equipe que idealizou o Plano Real foi formada por um grupo de economistas (a maioria oriundos da PUC-RJ), entre eles podemos citar: Persio Arida, André Lara Resende, Edmar Bacha, Gustavo Franco, Pedro Malan e Winston Fritsch.
O novo plano não poderia repetir os erros do passado, portanto na sua elaboração alguns conceitos foram previamente definidos, como:
O plano não seria adotado de surpresa e sim de maneira gradual.
Não iria recorrer a congelamentos, mas sim a uma “substituição natural” de moeda.
Haveria uma preocupação em corrigir os desequilíbrios existentes na economia.

Para que tais conceitos se perpetuassem, certas mudanças deveriam 
ocorrer por isso algumas medidas deveriam ser implantadas:

Desindexação da Economia – Pois a indexação era um dois principais causadores daalta taxa inflacionária, era o reajuste de preços, levando em consideração a inflação passada, porem isso acabava se tornando um circulo vícios, porque iria pesar na inflação do período seguinte, e assim sucessivamente. Então a desindexação foi uma medida chave na criação do programa.
Equilíbrio Fiscal – Com o equilíbrio fiscal, a prioridade era o corte das despesas que o governo tinha, Teve cortes em investimentos e inclusive houve demissões de funcionários de cargos públicos, uma completa redução nos orçamentos o governo.
Abertura econômica – Houve uma redução nas tarifas de importações e exportações, promovendo um crescimento econômico com a venda de produtos no exterior, a intenção do governo era incentivar o aumento de exportações, um aumento da moeda exterior no Brasil.
Contingenciamento Cambial – É uma forma de organização em relação aos gastos públicos. A intenção na criação do contingenciamento era limitar os orçamentos em relação à receita que o governo tem anualmente.
Politicas Monetárias - Foi uma medida criada com o intuito de diminuir o crescimento da criação de moedas. O banco Central ficou responsável por injetar dinheiro nos Bancos comerciais sob um prazo de pagamento, que sendo ele reduzido, consequentemente fazia com que a taxa de juros aumentasse.

Outro fato importante a ser analisado é o contexto histórico. Nesse período o Brasil havia reingressado no fluxo de recursos externos e acumulado reservas, havia também um processo de maior abertura comercial e consequentemente maior concorrência, o que limitava os agentes na horade repassar os preços após choques. Devido a esses fatores a inserção internacional do país era completamente distinta dos planos anteriores, o que foi fundamental para o sucesso do plano.

2.2-As três fases do plano

O Plano Real foi dividido em três fases:
Ajuste Fiscal.
Indexação completa da economia – Unidade Real do Valor (URV)
Reforma monetária – Transformação da URV em Real (R$).

2.3-Ajuste Fiscal

Visava equacionar o desequilíbrio orçamentário para os próximos anos e impedir novas pressões inflacionárias. Esse ajuste baseava-se em três elementos principais: corte de despesas, aumento dos impostos e diminuição nas transferências do governo federal.
O primeiro elemento referia-se a implementação do Plano de Ação Imediata (PAI), que determinava um corte de US$ 7 bilhões nas despesas de investimento e pessoal.
O aumento da arrecadação seria principalmente pela criação do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF). Era um imposto temporário sobre movimentações financeiras com uma alíquota de 0,25% sobre o valor de toda operação.
O terceiro elemento se deu pela aprovação do Fundo Social de Emergência (FSE). O FSE era alimentado por 15% da arrecadação de todos os impostos, contudo a União não teria que cumprir as vinculações de despesas determinadas na constituição de 1988. Essa medida ampliava os recursos livres à disposição do governo.
É importante salientar que essas medidas eram de caráter provisório, serviriam com o objetivo de dar um fôlego fiscal durante o período, mas não eram soluções definitivas. Nesse prazo ogoverno deveria fazer os ajustes necessários, como transferir obrigações (saúde, educação, habitação, etc.) para Estados e Municípios que teriam sido favorecidos pela transferência de recursos na Constituição, avançar a reforma tributária, administrativa, previdenciária, entre outras questões.


2.4-Indexação da Economia

Começou em fevereiro de 1994. A segunda fase do plano correspondia a um novo sistema de indexação, que visava simular os efeitos de uma hiperinflação sem passar por seus efeitos, e corrigir os desequilíbrios de preços relativos. Para isso foi criado um novo indexador, a Unidade Real de Valor (URV),cujo valor em cruzeiros reais seria corrigido diariamente pela taxa de inflação medida pelos principais índices e que passaria a funcionar como unidade de conta do sistema. O valor da URV foi inicialmente mantido em igualdade com o dólar, ou seja, seria a própria taxa de cambio.
Foi instituído um sistema biomonetário do país, em que a URV funcionava como unidade de conta, expressando o preço das mercadorias, mas as transações eram feitas em cruzeiro real, que continuava com a função de moeda de troca. Ou seja, no momento da transação convertia-se o preço da mercadoria de URV para CR$ pela cotação do dia da URV.
Devido a esse sistema biomonetário a inflação persistia na moeda em circulação (CR$), mas não na unidade de conta, cujo valor era corrigido pela própria inflação da moeda ruim.
Uma série de preços foi convertida instantaneamente para URV, como os preços oficiais, contratos, salários, impostos e etc. Já os demais preçosforam sendo convertidos de maneira voluntaria pelos próprios agentes.

2.5-Reforma monetária

Quando praticamente todos os preços já estavam expressos em URV, o governo introduziu a nova moeda, o Real (R$), em 1º de julho. Nesse momento o ministro da fazenda era Rubens Ricupero, pois o Fernando Henrique Cardoso já havia deixado o cargo para se preparar a candidatura a presidência. 
No primeiro dia de vigência do Real seu valor era igual ao da URV do dia: CR$ 2.750,00. A paridade do Real em relação ao dólar era de R$ 1 para US$ 1.
Logo após a conversão houve uma aceleração inflacionária, principalmente pela tentativa de alguns agentes em levantar os preços e tirar vantagem da situação ou pelo próprio medo de haver congelamentos. Contudo, essa tendência logo refluiu, pois não houve condições de se manter os preços em alta. 
O plano foi muito bem sucedido, porem era necessário manter esse sucesso ao passar do tempo, de forma a quebrar a possibilidade de os agentes repassarem choques de custo para o preço, fazendo os efeitos de o choque ser dissipados com o tempo. As metas para isso foram a expansão monetária bastante restritiva, limitou-se as operações de crédito e impôs depósito compulsório de 100% sobre as captações adicionais do sistema financeiro.
Essas metas foram revistas posteriormente, entretanto já mostrava a tendência do governo em controlar a demanda e desestimular processos especulativos, mantendo as taxas de juros elevadas. Controlando a demanda e a expansão monetária impedia-se que os agentes repassassem os custos para o preço. Essecontrole ficou conhecido como a “âncora monetária” do Plano Real nessa fase.

2.6- Oposições e crises no Plano Real

Em relação à oposição que o Plano Real teve, um dos principais veio do Partido dos Trabalhadores (PT). Pois o Lula, como cidadão Brasileiro, viu as vantagens e os benefícios com a criação do programa, e com a diminuição considerável na inflação. Porem com o ponto de vista politico, uma visão critica, ao seu partido opositor Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) foi contra a maioria das medidas do Plano, como por exemplo o PROPER (programa de estimulo à reestruturação e ao fortalecimento do sistema financeiro nacional) que tinha como principal objetivo auxiliar as instituições financeiras (Bancos) que estavam com grandes problemas de caixa. A falência desses Bancos seria o suficiente para que tivéssemos uma crise econômica.
Durante o Plano Real, o Brasil assistia algumas crises econômicas lá fora, como a crise do México (1995), Crise Asiática (1998) e entre outras. Foi um período complicado para a economia Brasileira, pois o País tinha acabado de fazer a reformulação no sistema financeiro com a troca da moeda e devido as crises externas, criou-se um receio, ate mesmo uma instabilidade. O resultado disso foram os investidores instalados no Brasil se retirarem do País com medo de serem afetados. Era o momento que o País mais necessitava de dinheiro internacional para se fortalecer, então o Banco Central tomou uma medida, que foi aumentar a taxa base de juros (SELIC) para aumentar sua Receita. As crises seguintes quetiveram mais impactos foram à crise do apagão e uma crise, quando houve o ocorrido de 11 de setembro em 2001 (World Trade Center). A explicação mais sensata nesse primeiro caso, é que as famílias começaram a ter um poder aquisitivo maior, consequência da baixa inflação, o que causou um considerável aumento nos vários faotores, essencialmente o da energia elétrica ocasionando o apagão.
No entanto, devemos considerar que o Programa Real se manteve intacto a essas crises. Pois também com o governo do FHC e a criação dos seus métodos, o país estava tomando um novo rumo em relação a economia, estabilizando a moeda nacional.
































3- Consequências do Plano Real

Podemos disser que o plano real foi um marco econômico de extrema importância para o nosso país.
Ele proporcionou muitas mudanças, com isso muitas consequências boas e ruins que mudaram o rumo de nosso país.

3.1- A diminuição dos níveis da Inflação no Brasil

Podemos afirmar que o plano real, alcançou seu principal objetivo de combate a inflação de maneira categórica e eficaz, o que pode ser visto na tabela abaixo que mostra como as taxas de inflação reduziram drasticamente no Brasil após a implantação do plano real.

O real e a
inflação
1993
1994
2.477,15
916,46
1995
22,41
1996
9,56
1997
5,22
1998
1,65
1999
8,94
2000
5,97
2001
7,67
2002
12,53
2003
9,3
2004
7,6
2005
5,69
2006
3,14
2007
4,46
2008
5,9
2009
4,312010
5,91
2011
6,5
2012
5,84
2013
5,91
Fonte: Ipea Data





3.2-A Evolução da Pobreza na Vigência do Plano Real

Os resultados bem-sucedidos do Plano Real no controle da inflação são indisputáveis. Após um período de vigência de quase dois anos de que os planos de estabilização anteriores nem de longe conseguiram se aproximar de uma taxa de inflação considerável. 
Os bons resultados obtidos suscitam o interesse em relação aos efeitos do plano sobre a pobreza absoluta, isto é, sobre a subpopulação cujo rendimento per capita se situa aquém do mínimo indispensável para atendimento das necessidades básicas no âmbito do consumo privado. 
Indicadores de pobreza enquanto insuficiência de renda relativa às datas especificadas para o conjunto das seis regiões metropolitanas

Prop. Pobres (%)
Hiato (%)
Índice Sintético
Nº Pobres (Mil)
Setembro/1990
29,95
55,21
0,1268
10.982,8
Julho/1994
38,22
57,92
0,1726
14.782,9
Julho/1995
28,24
61,41
0,1440
11.062,0
Dezembro/1995
27,34
62,33
0,1432
10.774,7
Janeiro/1996
28,75
62,04
0,1481
11.327,2
Fonte: IBGE.
*Trata-se das seis metrópoles onde é realizada a PME: Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre.
Os indicadores de pobreza enquanto insuficiência de tenda relativa a julho de 1994, primeiro mês do plano de estabilização, são os piores quando as quatro datas de referência são consideradas. Tendo como base de referência setembro de 1990, a proporção de pobres aumenta fortemente de 30 para 38% para o conjunto das seis regiões metropolitanas, o quecorresponde a 14,8 milhões de pessoas em julho de 1994. Verifica-se também agravamento do indicador de intensidade da pobreza, dada pela redução do valor do rendimento médio dos pobres em relação à linha de pobreza (o que corresponde ao aumento do hiato da renda), e do índice sintético, este último levando em consideração, além da proporção e do hiato, também a desigualdade de rendimento entre os pobres. A evolução desses indicadores em cada uma das seis metrópoles se dá no mesmo sentido, havendo poucas mudanças de ranking entre elas em relação a 1990. Cabe destacar a forte elevação da proporção de pobres em Salvador, que passa a ocupar em 1994 a posição mais adversa quanto a este indicador.


A PME mostra, portanto, um agravamento inequívoco da pobreza enquanto insuficiência de renda sob todos os seus aspectos entre setembro de 1990 e julho de 1994. Certamente, porém, o mês de implantação do Plano Real não correspondeu ao momento de pico desses indicadores de pobreza, já que evidências diversas sugerem que a situação mais adversa ocorreu anteriormente. Assim, desde outubro de 1993 houve uma retomada sustentada da atividade da indústria de transformação, que se concentra nas regiões metropolitanas. A taxa de desemprego aberto derivada da própria PME mostra, a partir de janeiro de 1993, uma tendência clara de declínio, que virá a ser revertida apenas no primeiro semestre de 1995. Na verdade, em relação aos índices de desemprego, o período mais adverso ocorreu em 1992, quando em seis meses a taxa superou 6%.
De qualquer modo, julho de 1994 é a data dereferência relevante para examinar a evolução ocorrida após a implantação do Plano Real. Considerando os indicadores obtidos um ano depois, fica evidente que o plano de estabilização permitiu uma inequívoca melhoria da renda, fazendo com que uma parcela significativa da população 3,7 milhões de pessoas ultrapassasse a linha de pobreza. A redução da proporção de pobres de 38 para 28% para o conjunto das seis regiões, correspondendo a 11 milhões de pessoas, evidencia um retorno ao patamar verificado em 1990 para esse indicador.


Paralelamente à melhoria na proporção de pobres, observa-se no primeiro ano do Plano Real o agravamento do hiato de renda. Embora haja menos pobres em relação à população total, aqueles que estão abaixo da linha de pobreza apresentam, em média, renda familiar per capita mais baixa em relação ao período anterior. Para o conjunto das seis metrópoles, o hiato da renda passou de 0,58 em julho de 1994 para 0,61 um ano depois, significando que a renda média dos pobres equivalia a apenas 39% do valor da linha de pobreza. No entanto, o índice sintético declinou de 0,17 para 0,14.

Este comportamento dos índices de pobreza no primeiro ano do Plano Real é ambivalente. O aspecto positivo consiste nos ganhos de renda permitindo que parte dos pobres, provavelmente aqueles cujas rendas tinham valores mais próximos ao da linha de pobreza, ultrapassasse esse parâmetro, reduzindo a proporção de pobres de forma generalizada nas metrópoles analisadas. Em contrapartida, o contingente reduzido de indivíduos pobres tem renda média mais baixado que a verificada no primeiro mês do plano de estabilização. Estes resultados poderiam sugerir que, do ponto de vista da renda, a parcela dos mais pobres dentre os pobres estaria sendo deixada à margem dos benefícios do plano de estabilização. No entanto, o declínio do indicador sintético evidência que o efeito combinado da evolução do número de pobres, do hiato da renda e da desigualdade entre pobres foi positivo.

Os indicadores relativos a dezembro de 1995 para o conjunto das regiões metropolitanas consideradas mostram a continuidade destas tendências. A redução da proporção de pobres continuou ocorrendo, embora a um ritmo mais lento, caindo para 27%, o que corresponde a 10,8 milhões de indivíduos pobres. Verifica-se, também um pequeno aumento do hiato da renda e o indicador sintético, sinalizando redução da intensidade de pobreza e melhoria do perfil distributivo para o conjunto da subpopulação pobre. Na verdade, em relação a esses dois últimos indicadores, houve uma retomada aos níveis observados em julho de 1994. 
Ao se examinarem os indicadores relativos a cada metrópole separadamente, delineiam-se três situações distintas. Em primeiro lugar, a das duas metrópoles nordestinas que, embora tenham tido melhorias significativas no período do Plano Real, apresentam progresso muito tênue em relação às condições de pobreza em 1990. Na verdade, mantêm proporções de pobres alarmantes, superiores a 40%, e indicadores de hiato e sintético de pobreza em níveis também muito elevados, tendo em vista o nível do indicador de proporção. As evidências sãode estabilidade no longo prazo da pobreza do ponto de vista da renda em patamares muito altos.
Um segundo grupo é formado pelas metrópoles de Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre, que apresentam proporções de pobres praticamente no mesmo nível - 22% - em dezembro de 1995. As três apresentam melhorias da proporção de pobres no período do Plano Real e, exceto São Paulo, também em relação a 1990. Neste particular o progresso realizado por Belo Horizonte, que reduz a proporção de pobres em 14 pontos percentuais no período de vigência do plano de estabilização e quase 10 pontos desde 1990. 
Finalmente, o Rio de Janeiro aparece numa situação intermediária entre os dois grupos em função da proporção de pobres que se verifica em dezembro de 1995 - 30% -, resultado de. uma significativa melhoria durante o plano de estabilização a partir de indicadores muito adversos no período 1990/94.












3.3-A evolução do desemprego no Brasil

O desemprego metropolitano, ao longo da década de 90, apresentou uma tendência de elevação. Descontando-se as variações sazonais, a primeira metade da década pode ser analisada como um período de ligeira alta e um retorno ao patamar inicial. Observando-se os dados mais atentamente, nota-se que, em março de 1990, a taxa de desemprego era de 4,04% da população economicamente ativa. No mês de maio, do ano de 1992, o desemprego já atingia 6,53%, a taxa mais alta da primeira metade dos anos 90. A partir deste mês, o desemprego passou a arrefecer e às vésperas do Plano Real, em julho de 1994, encontrava-se em5,4%. O primeiro sinal de que o desemprego estaria elevando-se foi, justamente, a mudança de patamar, ou seja, uma taxa de desemprego de em média 1% superior ao início do período. A partir de julho de 1994, a taxa cedeu, e o bom desempenho da economia levou a uma queda nas taxas de desemprego, que um ano após a inserção do Plano já era de 4,83%.

Entretanto o ritmo intenso da economia observado no ano de 1995, não se verificou nos anos que se seguiram. A economia brasileira passou por duas crises internacionais entre 1995 e 1998, o que desacelerou a economia refletindo diretamente sobre as taxas de desemprego. Em junho de 1997, a taxa de desemprego ultrapassava novamente a casa dos 6%. Em seguida, atingiu seu maior valor ao longo da década, em maio de 1998, alcançando 8,2% da população economicamente ativa. Já após a desvalorização cambial, ocorrida em janeiro de 1999, a taxa de desemprego apresentou uma pequena queda e encerrou a década em 7,32%, em novembro de 1999.
Tornam-se claros os efeitos sobre o desemprego após a implantação do Plano Real. O fim da inflação aliado a abertura comercial no início dos anos 90, mudaram muitas relações na economia. Desde o comportamento econômico dos indivíduos até a dinâmica do mercado de trabalho brasileiro. Na realidade, um dos efeitos marcantes do período pós Plano Real foi a elevação da taxa de desemprego.
Sem dúvida, o aumento do desemprego tornou-se, ao final da década de 90, um sério problema para a sociedade brasileira. A elevação da taxa de desemprego representa um aumento do número de pessoas quenão auferem renda alguma do trabalho, tornando sua condição de não pobre dependente de outras rendas que não a do trabalho, e que muitas vezes não existem.


3.4- A politica monetária durante o regime de metas de inflação 

A economia brasileira entre os anos 1998 - 99 sofreu um ataque especulativo que culminou na substituição da âncora cambial pelo regime de metas de inflação (RMI). A despeito do temor de muitos, o overshooting da taxa de câmbio não implicou na volta da inflação e a estabilidade foi preservada. 
Com a consolidação da estabilidade de preços, esperava-se que a Selic fosse reduzida de forma significativa, aproximando-se das taxas verificadas no resto do mundo. No entanto, isso não aconteceu, mesmo a despeito da expressiva inflexão na política fiscal – com o cumprimento de metas de superávit primário de cerca de 4% do PIB, ocorrida a partir de 1999. No período de 1999 a 2008, a taxa Selic real média foi superior a 10% a.a, alcançando 16%, em 1999. 


Apesar de o país praticar uma taxa de juros superior àquelas empregadas por seus pares latino-americanos, a inflação tem permanecido em patamares relativamente elevados. Entre os anos de 1995 e 2008, a inflação manteve-se abaixo de 5% a.a. em apenas 3 ocasiões (em 1998, 2006, e 2007), tendo sua média alcançado 8%. Trata-se de claro indício de que há problemas no mecanismo de transmissão da política monetária: a despeito das doses cavalares de juros, a inflação cede pouco.
A inflação, no Brasil, mostra-se acima da média mundial, entre os anos de 1995 e 2008. No mesmo período, oíndice de preços ao consumidor apresentou, no país, variação consideravelmente maior do que a observada nas economias industrializadas, que ronda os 2% a.a. Com relação às economias em desenvolvimento, a inflação brasileira também se mostra elevada, notadamente entre os anos de 2000 e 2007. Nesse período, a inflação média desse grupo aproximou-se de 6% a.a. enquanto que, no Brasil, foi registrada variação pouco acima de 7% a.a.
É justamente aqui que se encontra a falha no mecanismo de transmissão da política monetária: uma elevação dos juros contrai a demanda agregada. Entretanto, o desaquecimento da economia não se transmite integralmente para os preços. Isto é, o arrefecimento da inflação é desproporcionalmente inferior à queda da atividade econômica. Isso se torna especialmente problemático com a adoção do RMI, em que a taxa de juros é o principal instrumento de combate à inflação.
A taxa de câmbio também se reduz em resposta a um aumento na Selic. O elevado diferencial entre a taxa de juros doméstica e a externa contribui para o expressivo processo de valorização do real, verificado a partir de 2003. 
Por um lado, uma elevação da Selic gera um ganho de bem-estar relativamente pequeno: um aumento da taxa de juros tem impacto pouco expressivo sobre a inflação. Por outro, uma ampliação da Selic reduz o nível de bem-estar social, notadamente ao implicar em redução do nível de atividade econômica, com correspondente aumento no desemprego e deterioração das contas públicas. Além disso, uma elevação da Selic tende a valorizar o real que, aoprejudicar a competitividade do setor produtivo doméstico, desestimula as exportações, tendendo a deteriorar as contas externas e a comprometer, ainda mais, a atividade econômica.







































Conclusão.

As inovações introduzidas pelo Plano Real, e os seus impactos foram substanciais e amplamente positivos para o desenvolvimento econômico nacional.
Com base em todo o conteúdo estudado podemos concluir que o Plano Real trouxe muitos benefícios para o nosso país, e o principal deles sem duvida alguma foi o controle imediato e permanente da inflação, que garantiu a população mais tranquilidade e confiança na nova moeda que fora implantada no Brasil, que teve sua credibilidade recuperada, aumentando o poder de consumo da população brasileira, principalmente das classes mais baixas.
No entanto depois do plano, o setor público começou a apresentar déficits primários que contribuíram para aumentar a relação entre dívida pública e Produto Interno Bruto, e a alta taxa de juros que nosso país vive até hoje, além de uma alta taxa de desemprego no país depois da implantação do plano.
Em longo prazo podemos afirmar que o plano também obteve sucesso em suas metas no que se diz respeito a manutenção de baixas taxas inflacionárias e referências reais de valores, o aumento do poder aquisitivo das famílias brasileiras a modernização do parque industrial brasileiro, o crescimento econômico com geração de empregos.
Assim podendo concluir que o plano entre erros e acertos conseguiu o sucesso esperadopor grande parte da população e por seus idealizadores.






























Referencias Bibliográficas.

Gremaud, Vasconcellos e Toneto (2010) Economia brasileira contemporânea.
Editora Atlas

IPEA
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Acesso em 12 de outubro de 2014.

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