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Pontos Sensíveis

Por:   •  11/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  681 Palavras (3 Páginas)  •  136 Visualizações

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   Observa-se que a educação muitas vezes e tratada com descaso ou com projetos assistencialistas que não resolvem os problemas e ainda ajudam a reforçar o grande fluxo migratório de nordestinos para outras áreas do Brasil, principalmente para a região sudeste em busca de um futuro melhor. O reflexo dessa migração acentua ainda mais as peculiaridades do nordeste hoje essa região ainda é considerada uma das regiões mais pobres do país, com baixos índices educacionais, sociais e de Índice de Desenvolvimento Humano.

   Quando voltamos o nosso olhar especificamente para as questões educacionais, notamos que a educação no nordeste está inserida em diferentes contextos de descasos e desrespeitos já a partir da sua organização e aparece mais claramente no currículo pois são currículos distantes da realidade nordestina e muitas vezes se pautam em material didático cujo conteúdo é perpassado por informações equivocadas sobre o lugar, retratam saberes e imagens únicas que não representam a vida dessa gente. Os próprios habitantes do nordeste não encontram na escola um suporte para a produção de saberes e respostas pertinentes que poderiam ajudar nos enfrentamentos dos vários desafios para se lidar com o cotidiano singular, ou seja. Os currículos, os saberes e as práticas escolares, de uma forma geral, são demasiadamente descontextualizados, o que os torna aparentemente um tanto sem propósito.

   O currículo adotado no nordeste é colonizador, se dirige hegemonicamente a uma determinada realidade atualmente, esta realidade é a do sudeste do Brasil. Esses elementos trazem alguns elementos fundamentais que influenciam na produção de sentidos e significados sobre o lugar, ou seja, para a elaboração das representações sociais. O descaso e desprestígio do nordeste circulam, são objetivados e ancorados nos grupos a partir de elementos que levam os sujeitos nativos, entendidos como sujeitos dos seus grupos de pertença, a perceber o seu próprio espaço de forma inferiorizada a partir dos estigmas criados e mantidos pelos que, de longe, descrevem o território.

    Entre as ações políticas agregadas à falta de contextualização curricular que selecionam e excluem, citamos os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Chamamos atenção quanto à forma de avaliação da Prova Brasil (um dos aspectos usado como escore para a atribuição da nota) igual pra todo o país. Um Brasil que é diverso é avaliado de forma homogênea. Com isso, ficam de fora muitos espaços ocultados culturalmente dentro do país e, consequentemente, ficam também às margens de propostas de intervenção em resultados avaliativos que indiquem insucessos. A forma como as Provas Brasil são elaboradas e aplicadas, acentuando a negligência com a variedade de conceitos que ilustram as diferentes realidades em que os sujeitos estão inseridos. Na maioria dos casos as provas não trazem elementos presentes no ambiente dos alunos oriundos de diferentes contextos. Os sujeitos são  submetidos a assimilar conteúdos que não fornecem subsídios que reforcem a construção de suas identidades. É preocupante ver como os elementos dominantes presentes no currículo se fazem presente na avaliação. Os centros monopolistas do sudeste está presente até em questões de Português. Para exemplificar uma interpretação, usam as capitais de São Paulo e Belo Horizonte como referência algo simples, porém desconexo da realidade do povo que reside no nordeste. Não há referencias aos elementos presentes em diferentes contextos, a prova é igual para um povo que apresenta desigualdades e diferenciais no seu modo de viver e perceber as coisas ao seu redor. Em outras questões aparecem textos que falam da vegetação do cerrado, do pantanal. E novamente deixam milhares de pessoas distantes de suas realidades.

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