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Resumo, Livro - Como as Democracias Morrem

Por:   •  20/2/2020  •  Trabalho acadêmico  •  2.732 Palavras (11 Páginas)  •  843 Visualizações

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Fichamento do livro Como as Democracias morrem

Introdução

O livro traz uma provocação ao referir-se bastante do governo norte-americano, e nos traz uma pergunta: A democracia norte-americana está em perigo? Deveras que esta pergunta nunca pensaríamos que faríamos. Para nós, tem sido uma obsessão estudar como e por que as democracias morrem. Agora, contudo, voltamos a atenção para o nosso próprio país. Além disso, o livro nos mostra que, as democracias podem morrer nas mãos de líderes eleitos que subvertem o próprio processo que os levou ao poder. Desde o final da Guerra Fria, a maior parte dos colapsos democráticos não foi causada por generais e soldados, mas pelos próprios governos eleitos. Como Chávez na Venezuela, por exemplo. O retrocesso democrático hoje, começa nas urnas. É dentro dessa linha de raciocínio que Levistky e Ziblatt apresentam a estratégia de uma ampla democracia. A condição para isso é a suspenção temporária das divergências políticas importantes em nome do bem maior representado pela salvação do regime. Por outro lado, a nosso ver, os estratos da classe trabalhadora mais atingidos pela crise não encontram muitos motivos para defender uma democracia que lhes oferece poucas perspectivas. Dessa forma, a análise em termos de democracia vs autoritarismo é limitada para compreender os movimentos eleitorais que levam à ascensão de líderes de extrema-direita, por exemplo. Portanto, há razões para alarme. Não apenas os norte-americanos elegeram um demagogo no ano de 2016, mas o fizeram numa época em que as normas que costumavam proteger a nossa democracia já estavam perdendo suas amarras. Contudo, se as experiências de outros países nos ensinam que a polarização é capaz de matar as democracias, elas nos ensinam também que esse colapso não é inevitável nem irreversível. Tirando lições de outras democracias em crise, este livro sugere estratégias que os cidadãos devem aderir e que não devem seguir para defender a democracia nos Estados Unidos.

1. Alianças fatídicas

Os autores mostram as características mais comuns entre os futuros autocratas, destacando as armadilhas que fazem democracias descambarem para ditaduras. No espírito didático, há um quadro com os quatro “principais” indicadores de comportamento autoritário. O primeiro capítulo também nos mostra que, ao longo da história mundial, e focando na americana, como as alianças vão sendo costuradas com o intuito da chegada ao poder, e lembrando que esses governos chegaram lá por vias eleitorais. Lembra-nos que outsiders políticos como Hitler, Fujimori e Chávez chegam ao poder dessa forma: via eleições ou alianças com figuras políticas de grande vulto. Reafirma que essas alianças fatídicas não se restringem à Europa do entre guerras, mas nos explicam a ascensão de Chávez, por exemplo.

Mas nem todas as democracias caem nessa armadilha, os autores citam como exemplo, Bélgica, Grã-Bretanha e Finlândia que enfrentaram essa ameaça e não deixaram que ascendessem ao poder. Um trecho que ilustra essa parte e que gostei bastante, diz: “Se o povo abraça valores democráticos, a democracia estará salva”.

Se o povo está aberto a apelos autoritários, então, mais cedo ou mais trade, a democracia vai ter problemas." Há ainda um conjunto de 04 sinais que servem de alerta para identificar um autoritário, colocado em uma tabela bem interessante.

2. Guardiões da América

Guardiões da América, os autores fazem um passeio pela história americana nos mostrando o sistema eleitoral a partir dos anos 40, explicando a função dos colégios eleitorais e como eles poderiam impedir a ascensão de outsiders da política. Porém, no caso de Trump não adiantou, pois ele tinha dinheiro e consequentemente conseguiu uma ótima exposição, facilitando assim seu apelo ao povo que decidiu votar nele. Cita ainda o livro Complô contra a América do Roth (quero ler), que se baseia em acontecimentos históricos reais para imaginar como poderia ter sido o fascismo nos EUA pré-guerra.

Uma frase que me impactou sobre a constituição - "Neste exato momento, eu sou a Constituição." Huey Long - Senador do Partido Democrata e Governador da Louisiana (1928 a 1932), sempre atual. Ao mesmo tempo em que há essa fala, em seguida, outro trecho vai falar que não existe nada mais poderoso que a Constituição, que é produto do povo e só o povo pode abolir a constituição se quiser.

O colégio eleitoral nos EUA é o guardião da democracia - lembrando que houve uma "falha" com a eleição de Trump, e ao mesmo tempo é paradoxal, pois foi a vontade popular. Vai discorrendo sobre Hitler e as eleições na Alemanha, a retirada do Ford do processo de eleição presidencial americana, por ser um outsider. Em suma, o capítulo é rico em exemplos de transgressões (acontecidas ou tentadas) naquele país, que foram brecadas pelos tais “guardiões”, ou corrigidas posteriormente pelos eleitores ou pelos legisladores americanos.

3. A grande abdicação republicana

Fala-se da ascensão do “incorporador imobiliário e estrela de reality show” que chegou à presidência dos Estados Unidos, para surpresa da mídia tradicional. Os autores atribuem o sucesso de Trump à “abdicação” dos poderes pelas lideranças do Partido Republicano, esquecendo que os eleitores (através do confuso e injusto sistema indireto que usam) escolheram o candidato. O desastre deve ser estudado, compreendido e, se possível, evitado no futuro. Essa é a regra, não discordar quando o “nosso” candidato não ganha. O capítulo é recheado de declarações, para nós familiares, de que o candidato era um “perigoso demagogo” ou uma pessoa “sem discernimento” para ser presidente. Houve até um movimento de “Fora Trump” que “teve pouco impacto e talvez tenha exercido efeito contrário”.

Os autores, ainda nesse capítulo, avaliam o Trump quanto aos indicadores de comportamento autoritário, anteriormente mostrado. E, na conclusão, falam do papel da mídia conservadora, que eu acredito não ter paralelo no Brasil.

A grande abdicação republicana, conta a trajetória da escolha de Trump como candidato e como se deu a oposição tanto de democratas quanto republicanos à escolha dele para concorrer à Casa Branca. Vão delineando os caminhos, e como as pessoas não admitiam

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