Aspen Farmaceutivca

Os executivos da Apsen Farmacêutica,de São Paulo,são os mais satisfeitos quando o assunto é remuneração.O salário do grupo está 10% acima do mercado, a remuneração total pode chegar a 15 salários no ano e quem atua na área comercial tem chances de dobrar o valor do holerite se atingir as metas mensais. Além disso, diretores e gerentes ganham carro para trabalhar (com leasing subsidiado em 50%) e não gastam com gasolina a empresa banca até quatro tanques por mês.O melhor do quesito remuneração na Apsen, no entanto, é que os colaboradores têm suas necessidades financeiras atendidas conforme a demanda. A empresa empresta dinheiro com desconto em folha,dá carência de cinco meses e ainda negocia o prazo e o valor de devolução de acordo com as necessidades do funcionário.

Quando criança, Renata Spallicci, 29 anos, adorava brincar de cientista. Para isso utilizava tubos de ensaio e outros equipamentos que seu pai, Renato, trazia da empresa da família, o laboratório paulistano Apsen Farmacêutica, fundado em 1969 e que encerrou 2010 com faturamento de R$ 311 milhões. Desde aquela época, suspeitava que um dia poderia comandar o destino da empresa fundada pelo avô Mario, morto no ano passado. Para isso, cursou engenharia química na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo. Aos 21 anos, ingressou na Apsen, onde trabalhou em todos os departamentos. Em maio deste ano, Renata assumiu o cargo de diretora de assuntos corporativos, especialmente criado para ela. Com isso, todos os demais executivos da empresa passaram a se reportar a ela que, na prática, já toca o dia a dia da companhia presidida pelo pai, que acompanha os negócios à distância

No que depender de Renata, os próximos 42 anos da Apsen serão bastante agitados. “Estamos com nossa produção no limite”, disse ela à DINHEIRO. “Para crescer, precisamos ampliar a capacidade da fábrica.” Para isso, ela está dando os retoques finais em um plano estratégico que prevê investimentos de R$ 55 milhões. Os recursos serão gastos na construção de novas instalações para os departamentos de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos e na ampliação da fábrica situada em Santo Amaro, bairro da zona sul de São Paulo. Sua meta é triplicar a produção até 2020 elevando o faturamento em igual patamar. Hoje, a Apsen fabrica 18,5 milhões de unidades de um portfólio composto por 30 princípios ativos, usados principalmente no tratamento de doenças nas áreas de urologia, ginecologia, neurologia e psiquiatria. Entre elas, se destaca uma pomada cicatrizante, à base de barbatimão, uma planta típica do Cerrado brasileiro.

Além disso, a companhia foi pioneira no lançamento de uma pomada na área de urologia, que elimina a necessidade de intervenção cirúrgica decorrente do tratamento de fimose. Ao contrário do que acontece com muitos dos concorrentes nacionais, o segmento de genéricos não está no radar da empresa. “Nossa filosofia sempre foi, e continuará sendo, desenvolver novos medicamentos”, afirma a empresária. Tanto é verdade que apenas um dos produtos da Apsen, para o tratamento de Alzheimer, pode ser classificado como genérico. Este atributo é reconhecido pelo mercado. “A pesquisa de novos produtos é um dos diferenciais da Apsen”, diz Nelson Mussolini, vice-presidente executivo do Sindicado da Indústria de Produtos

...